Paulo Nobre tenta a reeleição no Palmeiras
Não é justo para os candidatos, nem da situação nem da oposição, escolher um presidente sem saber o destino do futebol do clube. Como todos sabem, sobretudo o palmeirense, a equipe luta para não cair e quando as urnas estiverem praticamente lacradas nesta sábado, dia das eleições, o Palmeiras ainda não saberá em qual divisão jogará em 2015, se na Série A ou B. Ora. É claro que isso influencia muito na escolha dos associados, agora com direito a voto.
Paulo Nobre é o presidente, com campanha nas alamedas do clube para permanecer no cargo. A oposição tenta desqualificar o dirigente que contratou mal, não arrumou as finanças do Palmeiras e pode ter o time rebaixado. Por isso que o bom senso pede para que as eleições sejam postergadas para depois da última rodada do Nacional. Aí sim o associado terá uma visão melhor do trabalho e dos resultados de Nobre. Porque, nesse caso, ser rebaixado pode ser fundamental para deixar de escolher um presidente. Você até pode admitir que o atual dirigente é o melhor dentre os candidatos, mas é inegável que sua permanência no cargo depende da permanência do time na Primeira Divisão.
Escolher o presidente neste sábado, sem o desfecho da temporada do maior bem de um clube, que é o futebol, seria a mesma coisa que votar às cegas, sem conhecer os candidatos.
Uma loteria. Pior. Uma escolha errada. Quem em sã consciência, afinal, votaria num presidente que levou o time para sua terceira queda, seu terceiro rebaixamento? Embora Nobre não entre em campo, todos os outros que entram passaram por sua aprovação, e só estão na equipe porque ele assim desejou e assinou em baixo. O presidente é quem contrata e demite, claro, ouvindo seus parceiros na gestão.
Mas essa responsabilidade não estará em jogo nas eleições deste sábado, de modo a ter um único prejudicado, o associado que vai votar. Salvar o time da degola também tem seu peso, e ele não será contabilizado na conta de Nobre, o que também é injusto. O presidente, se não assinar o rebaixamento, não pode ser acusado de tamanho fracasso e vexame. Aí, o associado olhará para Nobre de outra forma.
Mas como bom senso não existe no futebol, seria esperar demais que isso acontecesse na política do futebol. Dessa forma, o palmeirense vai às urnas sem saber se o time estará na Série A em 2015.
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