Amparado em Belluzzo, Pescarmona busca eleição prometendo novo fundo

27/11/2014 09:00

Amparado em Belluzzo, Pescarmona busca eleição prometendo novo fundo

Opositor de Paulo Nobre diz ter grupo de empresários disposto a investir na contratação de jogadores, como fez a Traffic com o ex-presidente, seu vice na chapa

Amparado em Belluzzo, Pescarmona busca eleição prometendo novo fundo

Wlademir Pescarmona, candidato à presidência do Palmeiras, na eleição marcada para sábado (Foto: Diogo Venturelli)



A chapa do opositor Wlademir Pescarmona na eleição do Palmeiras conta com um dos maiores ídolos da história do clube na figura de quarto vice-presidente (César Maluco), mas é na imagem do primeiro deles que todo o projeto se baseia: Luiz Gonzaga Belluzzo.



Economista respeitado, Belluzzo chegou à presidência do clube em 2009, cercado de expectativas, principalmente por conta da parceria com a Traffic, feita pelo seu grupo político no ano anterior, quando o Palmeiras foi campeão paulista pela última vez. O time chegou a liderar o Brasileirão de 2009, mas desandou na reta final, ficou fora até da zona de Libertadores e viu as principais estrelas da Traffic (como Diego Souza e Cleiton Xavier) saírem, deixando poucos dividendos para o clube.

Wlademir Pescarmona, 63 anos, agora tenta a eleição com a promessa de reforços a serem contratados por um fundo de investimentos. Na prática, é dinheiro dos outros entrando no clube. Como Paulo Nobre tem feito. A diferença é que o atual presidente pega empréstimos para cobrir dívidas, deixando o time em segundo plano. Já o candidato da oposição fala em investir para recuperar o moral do palmeirense.



- O Palmeiras tem de resgatar a história de time campeão, disputando títulos. Não tem essa de falar que é "refém de centenário" e ficar refém do rebaixamento. Nós estamos correndo risco de rebaixamento, e precisamos acabar com isso. Ano passado caímos. Como acaba agora? Precisamos de pessoas competentes, de jogadores que não sintam peso da camisa e tragam retorno - diz Pescarmona, que questiona a política de Nobre de emprestar dinheiro ao clube para recuperar tudo parcelado (e com juros) em até dez anos.



Na entrevista, o próprio candidato admite que o projeto ainda não está bem desenhado. Pescarmona usa o termo "fundo de investimentos" e fala em retorno financeiro para quem investe, mas o líder do grupo de empresários que o apoia diz não ser bem assim. Marcos Arnaldo Silva, ex-presidente da Repsol no Brasil, comanda o comitê empresarial que promete apoio a Pescarmona e explica:



- Não é um fundo. É um grupo de apoio. A Traffic colocava jogadores com potencial usando a camisa do Palmeiras para depois vender. Exemplos disso foram Keirrison e Henrique. Tinha um ganho na compra e venda. No nosso caso, não. É um grupo de apoio que busca empresas para manter relacionamento com o Palmeiras. Por meio disso, elas terão um retorno no aporte através de marketing de relacionamento, com atividades corporativas dentro do Palmeiras - diz Silva, que garante que os empresários não terão participação nos direitos econômicos, nem lucro com vendas futuras.

Pouco mais de 10 mil sócios estão aptos a votar na eleição deste sábado, no clube, para eleger o presidente dos próximos dois anos. Abaixo, você confere as ideias de Pescarmona.



O Paulo Nobre reclama que assumiu o clube sem dinheiro, já que as gestões anteriores anteciparam receitas importantes, deixando-o sem nada. Sua candidatura tem o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo como um dos candidatos a vice, e ele éacusado de ter deixado uma dívida superior a R$ 100 milhões no clube ter antecipado receitas. Não seria a volta de algo que já deu errado?

O Belluzzo nunca antecipou receitas. Não é verdade. Pegamos clube com dívidas. Não é de hoje. A divida é antiga. O Belluzzo pegou o clube com dívidas e teve de pagar R$ 43 milhões de impostos para que saísse o alvará da Arena. A Arena não estaria aí se o Belluzzo não tivesse pegado dinheiro emprestado. Na época dele, havia "n" empresas patrocinando o Palmeiras. O Tirone, sim, adiantou receita, até a do Paulista de 2015 (entre 2011 e 2012). Eu tenho uma proposta que é a de que nenhum presidente gaste mais do que está previsto. E nunca poderá avançar nas receitas das gestões posteriores. Deveria ser estatuário. O que houve na gestão Belluzzo foi alocar os valores a receber e pegar um empréstimo, para pagar algo iminente, que era a Arena.



Outra crítica àquele período foi a parceria com a Traffic, que se prometeu bem maior do que foi...

Isso acontece no mercado. O Palmeiras sofre com isso hoje. O Nobre diz que contratou seis jogadores: os quatro argentinos (Tobio, Cristaldo, Allione e Mouche), o Mendieta e o Leandro. Quando não há recurso, você fica refém desse pessoal, dos empresários. A Traffic dava o jogador para clube que não tem dinheiro para comprá-lo. Os clubes ficaram reféns. Acontece com todos. O Belluzzo, que arrumou a melhor parceria, a da Parmalat, está montando um grupo de apoio à presidência com empresários de renome, com acesso a governo, indústrias e multinacionais. Eles estão alavancando recursos, e há um fundo de R$ 30 milhões estabelecido. Vamos contratar um executivo de futebol, para analisar o elenco, e ver as contratações necessárias, para fugir dos empresários de uma maneira geral, e não de uma empresa como a Traffic, que na época nada mais era que um empresário que tinha "N" atletas e os colocou no clube.



Mas, candidato, um fundo com empresários palmeirenses, na prática, é a mesma coisa da parceria com a Traffic, que também consistia num fundo para contratação de jogadores. Todos querem o lucro. É para isso que serve um fundo de investimentos, não?

Nesse fundo, no futuro, os empresários poderão ter lucro, mas o que eles querem é colocar a imagem deles (atrelada ao Palmeiras). Temos uma Arena com visibilidade enorme. Se tiver um time competitivo, vai gerar renda, movimentação, propaganda, e é o que queremos. Trazer parcerias para dar retorno do nome, da marca. Esse é o principal retorno. É a troco de ter retorno de marca, patrocínio, que é o que vale no mercado, quando se tem uma Arena desse nível.





Belluzzo (no centro da mesa), entre Pescarmona e empresários que apoiam a chapa (Foto: Felipe Zito)



E como seria esse fundo?

Vamos formatar e chamar vocês para apresentar o projeto. Estão formatando isso para o Palmeiras não ter prejuízo algum.



O projeto ainda não está pronto? A eleição é daqui a alguns dias...

Já está sendo formatado, mas ainda não posso esclarecer. Só depois de eleito. Podem me cobrar.



É verdade que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, entraria nesse fundo?

Ele não faz parte desse grupo. É ministro, não poderia. Após a definição no ministério, vamos definir como ele vai nos ajudar, mas ele vai nos ajudar. O que posso dizer é que são seis nomes importantes no mercado (nota da Redação: os seis já haviam sido revelados pelo próprio Pescarmona num evento aberto à imprensa, em outubro).



Como você acredita que encontrará as finanças do clube?

Bom, o Nobre disse que pegou com 25% (das receitas) no primeiro ano e 70% no segundo. E teve dificuldades. Por isso emprestou dinheiro (para o clube). Acho que foi errado, porque tinha outros meios. Perguntei a ele o que encontraríamos, e ele disse que só a receita do Paulista de 2015 estava consumido e que o presidente encontraria situação melhor. Perguntei quanto, e ele disse que não tinha esses números. Também o questionei dos 10% (de juros) ao ano que pagaremos a ele da dívida, se isso não afeta o andamento do clube, e ele disse que não. No Belluzzo tínhamos R$ 240 milhões de receita (nota da Redação: em 2010, último ano da gestão Belluzzo, as receitas foram de R$ 148 milhões, e em 2009, R$ 115 milhões), hoje tem de 170 milhões (na verdade, R$ 181 milhões). Se tem uma folha de pagamento de R$ 10 milhões no futebol, significa que o clube gasta R$ 120 milhões por ano (só com o futebol).



Nobre diz que a folha salarial do elenco é de R$ 6 milhões, e não de R$ 10 milhões.

Não é verdade. Então o balanço mente. Nesse valor está incluso a base. Conversei com um executivo da base que tentamos trazer. O valor (pago atualmente) é de R$ 2 milhões. Ele diz que Flamengo e outras agremiações de tradição na base gastam R$ 1,2 milhões e o Palmeiras gasta R$ 2 milhões. O valor alocado no futebol no balanço é R$ 10 milhões. Só saberemos a verdade com a caixa preta aberta, mas aí teríamos R$ 120 milhões comprometidos, mais do que 50% da receita. Ou arrecada pouco ou gasta muito e mal. E por que ele não levantou recursos? Não fez parceria? A WTorre fez com a Allianz, com a AEG e mais 11 parceiros pra gerir a Arena. E o Palmeiras nenhum!



O que você acha do empréstimo que o Paulo Nobre pegou em nome dele para o clube?

Ele aparece como mecenas, mas está cobrando juro de 1% do CDI pleno, sem imposto de renda. Isso é um valor alto para o mercado, para quem coloca o dinheiro no banco. Se fosse tão mecenas, colocaria juros de poupança, mais acessível ao povo brasileiro. É a primeira pergunta que eu faria a ele: por que emprestar dinheiro acima da média de mercado? A segunda pergunta: onde esse dinheiro foi gasto? Sem querer questionar honestidade dele... Qual foi a prioridade para gastar? Não sabemos, foi tudo colocado goela abaixo no Conselho, o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) foi conivente porque ele tem um pai, Mustafá (Contursi), que ele mesmo diz que é o pai dele, e aí passa tudo. E mais: o Nobre teve a chance de pegar a CND (Certidão Negativa de Débitos) para pegar dinheiro da Caixa e perdeu essa chance. Naquele momento, a Caixa estava dando dinheiro aos clubes. Não é pagar: você faz acordo de pagamento e recebe CND provisório. Seriam R$ 25 milhões (de patrocínio) em dois anos, o que daria R$ 50 milhões. Em abril de 2013, eu e o Belluzzo fomos à Academia mostrar que queríamos ajudar. Oferecemos a chance do FDIC, que são empréstimos subsidiados, com juro baixo e prazo médio. E ele disse que estava sob controle e não pegou. Eram 54 milhões em 2013 e 54 milhões em 2014. Por que não pegou o FDIC quando podia? E por que demorou a resolver o CND para pegar o patrocínio da Caixa? Ficamos no centenário a ver navios.



Mas outros clubes grandes, como São Paulo e Santos, também estão sem patrocínio máster...

Olha, eu não garanto a Caixa, porque mudou a política. Perdemos o bonde. Mas é importante ter a CND em dia. Não estamos preocupados a recorrer a ajuda governamental. Esse grupo de empresários está trabalhando para alavancar recursos com empresas privadas.



Vocês trabalham, então, com a possibilidade de conseguir um patrocínio máster a curto prazo? De quanto?

Bom, em 2013, ele deixou de pagar R$ 15 milhões (de uma empresa) porque achou que era pouco. A marca do Palmeiras é enorme. Mas a valorização hoje está ruim. Temos um time deficitário, sem campo para jogar, e viemos de uma segunda divisão. Influencia muito. Se ficar na primeira divisão, e em dezembro montar um time competitivo, com a Arena, aí muda. Até o oitavo jogo na Arena vai ter loucura de ingresso, porque todos querem conhecer, mas depois cai (a procura). Só não cai se tiver um time competitivo, para disputar títulos. Me questionaram se R$ 30 milhões dá para montar um bom time. Bom, o do Cruzeiro foi montado com 30 milhões. Isso é o começo do fundo, e aí, mantendo o time competitivo, mantém a Arena cheia, e isso traz patrocínios e a roda começa a girar. Temos de unir futebol e Arena.



Qual seria seu modelo de gestão para o departamento de futebol?

Contratar um executivo do mercado. Sou amigo do Brunoro, mas ele se desatualizou. Depois que ele saiu da Parmalat, não conseguiu mais sucesso. Precisamos de um hoje do mercado. Tem quatro, cinco, seis nomes que estão atualizados. Temos de manter um ou dois diretores estatutários. Para haver uma triagem à presidência. O presidente tem de ver se está ok, e ir para a rua Turiassu, porque entrando pela porta da frente do Palmeiras você é respeitado. Vou participar das decisões, mas estarei basicamente na sede do clube. Acho errado comissão técnica exigir um jogador. Ela tem de mostrar deficiência no elenco e trazer ao executivo e à diretoria, que fazem a análise e então traz para a presidência, que vê o mapa se é compatível, com jurídico e financeiro, e define. Não posso eu estar diretamente envolvido nisso. Preciso ter a palavra final.



Mas, candidato, isso é exatamente o que acontece hoje, com o Brunoro e o Omar Feitosa como remunerados trabalhando com um estatutário mais próximo do futebol (o vice Mauricio Galliote), e o Nobre dando a palavra final...

Hoje sim. Mas até quatro meses atrás era o Nobre ligado diretamente. Quero evitar isso. Quero um executivo 24 horas no futebol, uma diretoria acompanhando e, quando estiver formatado, trazer à presidência. O Nobre despacha da Academia, vai no vestiário, no campo, e acho errado. Presidente tem de entrar para definir, não ficar no estica e puxa. Foi assim com o Kardec e agora com o Gabriel Fernando está acontecendo isso, e aí cria especulação. Precisa ter firmeza, porque, se não, entram intermediários e atrapalha.



Esse esquema de indicação e contratação de jogadores que você citou como exemplo de modelo lembra o da época do Gareca. Ele indicou os jogadores argentinos, mas disse que a decisão caberia à diretoria e ao presidente, e eles foram contratados...

Já que você tocou nesse assunto: o planejamento começou errado com Kleina. Todos sabiam que, quando ele perdesse dois ou três jogos, seria difícil segurar. Tinha de mudar o técnico após a Serie B. Contrataram o Gareca, um bom técnico, mas na hora errada. Ele teria 45 dias para trabalhar o time durante a Copa, mas aí deram 20 dias de férias... Não deu para entender! É o desespero com falta de planejamento. Ele indica jogadores e você contrata. Imagino um executivo do futebol, que terá metas a cumprir, e, se não cumprir, nós vamos demiti-lo, porque não pode persistir no erro. Contrataram um zagueiro (Victorino) que estava há dois anos parado por lesão no Cruzeiro, um outro com indisciplina, caso do França, um outro fora de forma, o Bruno Cesar, e assim por diante. Não tem critério. No desespero, com elenco fraco, o técnico dá nomes e você contrata. Está errado. Eu não faria assim. Preciso de um centroavante. Existe um chamado Cristaldo, vamos analisar ele e outras opções. O Allione, talvez por ser mais jovem, ok. O Mouche, tenho um amigo de infância da argentina, que sempre foi o jogador “agora vai”, esse ano vai. Tem esse histórico. É fácil, qualquer profissional analisa isso. Mas é no desespero contrata o técnico, ele confiava e o nobre aceitou. Não foi feito um levantamento para saber se o que o Palmeiras realmente precisava.



O planejamento e a montagem do time, então, foram os problemas?

Ele (Nobre) diz que contratou só seis jogadores, mas trouxe 37 jogadores. Mesmo por empréstimo, empresário quer receber. Ninguém vem de graça. Falam de austeridade, e hoje são quatro jogadores da base no time titular, quatro vindos de gestões anteriores e três que ele trouxe. Olha o desperdício! Estamos jogando dinheiro pela janela. Eguren, Weldinho... o Weldinho tem quatro anos de contrato! Que grande contratação... será que ninguém da base joga mais que o Weldinho? Se eu perder uns quilos, dá pra jogar no lugar dele (risos). São coisas que não dá pra entender. Contratações e investimentos errados.



O que você acha do modelo de contrato por produtividade?

A ideia não é ruim. Mas tem de avisar a concorrência. Não pode dizer que concorda, se outros times não concordam. Aí os outros oferecem o dobro. Isso é bom pra jogador novo, precisando despontar, e outros em fim de carreira. Brinco com o Valdivia, dizendo que ele é imprescindível, mas já tem certa idade... Quem sabe para ele, se sentar e conversar, poderia funcionar bem (o modelo de produtividade). Desde que aceitasse.



Então, para um jogador no auge, como o Alan Kardec, você não ofereceria um contrato de produtividade como foi feito?

Foi isso. Não fechou no momento certo e criou especulação. Se tem firmeza e não é inseguro, não ia brigar. Não existe isso de R$ 220 mil, R$ 240 mil no futebol. Se ofereço R$ 240 mil e ele quer R$ 400 mil, aí realmente não dá. Agora, brigar com jogador que está virando ídolo por R$ 15 ou R$ 20 mil é falta de experiência do presidente.



Você falou antes sobre o Valdivia. Como está a relação com ele?

Está tudo bem, aquilo já passou... tive uma atitude de torcedor. O Palmeiras perdeu para o Goiás (na Copa Sul-Americana de 2010), eu era o diretor de futebol e entrei chutando o balde no vestiário... pago até hoje por essa história (risos). Mas, de tanto apanhar nesses quatro anos, aprendi.



Pescarmona elogia Dorival e Valdivia, mas diz que teria de "avaliá-los (Cesar Greco/Ag. Palmeiras)



Você renovaria o contrato do Valdivia?

Acho que sim. Preciso sentar e olhar no olho. Esquecer o que passou. São quatro anos e os dois amadureceram. Se quiser, estiver bem fisicamente, ainda vai ajudar muito, como tem demonstrado. Sem ele, o time tem sérias dificuldades de articulação.



O Dorival seria seu técnico?

Eu nunca disse que mandaria o Dorival embora. Me perguntaram qual técnico se identifica e tem a cara do Palmeiras. Falei do Dorival, por ser sobrinho do Dudu, ter jogado no clube... Um outro é o Cuca. Mora na Pompeia, se diz palmeirense. Pelo que sabemos, sempre quis dirigir o Palmeiras. (Demitir) O Dorival tem problemas: contrato até junho de 2015, uma multa que tem de ser analisada e tal. Ele pegou o time em situação ruim e está tentando o possível para tirar o time disso. Tem de ver onde vai chegar. Com a vinda desse (gerente) profissional, que pode ser um que já trabalhou com o Dorival (neste momento, Pescarmona ri, deixando nas entrelinhas que seu gerente remunerado seria Rodrigo Caetano, que já trabalhou com Dorival no Vasco e no Fluminense), aí pode-se dizer se fica ou não. Tem de ser tudo analisado. Se conseguir escapar dessa situação.. ele está fazendo relativamente bom trabalho, com o que pode.



Para quais posições você contrataria reforços?

Falam que o Palmeiras nunca teve base forte. Toda vez que o jogador da base vem para o principal chega para resolver o problema. O Fábio, por exemplo: é um excelente goleiro, mas deveria ser melhor preparado. O Prass ainda joga mais um ano, acredito, mas já tem uma certa idade, então é uma posição a se preocupar num futuro próximo. Enfim... o lateral-direito (João Pedro) e o zagueiro Nathan (ambos da base) estão suprindo deficiências que não foram colocadas lá atrás. Ai acontece irregularidade, porque são meninos. Estamos usando da base, porque está em falta. Precisamos de pelo menos três jogadores top para tirar o peso que o Valdivia tem hoje, um jogador imprescindível. Brinco que tem de fazer estátua do sheik (do clube árabe que devolveu Valdivia). Se ele não tivesse devolvido, estaríamos piores. O Nobre vendeu, mas devolveram! E agora diz que ele é imprescindível... Assim como quis emprestar Wesley para o Atletico-MG e agora diz que o contrato de renovação está pronto na mesa dele.



O que você acha do Avanti (programa de sócio-torcedor do Palmeiras)?

Eles falam aí em 60 mil sócios, mas só aumentou em função da Arena. Depois de alguns jogos, só segura o Avanti com um bom time. Você sabia que 22 mil sócios Avanti nunca foram em um jogo do Palmeiras? E que 13 mil foram em até 20% dos jogos? Só aí dá 35 mil. Isso é preocupante. Por que esse torcedor não tem ido aos jogos? Vi o Pacaembu com 8, 10 mil lugares, várias vezes. Não vão porque o time não é bom. Outra coisa: o clube gasta 30% para uma prestadora de serviços administrar o Avanti. Arrecada R$ 1 milhão e gasta R$ 300 mil com essa empresa. Ora, o Palmeiras tem um departamento que cuida de 35 mil sócios (do clube) com perfeição e poderia não gastar nada a mais com o Avanti. Era só pegar dois ou três funcionários para entender o sistema do sócio-torcedor e pronto. É uma perda de receita. Não sei quem fez o contrato, parece que foi o Tirone. O cadastramento dos sócios do Avanti não está de posse do Palmeiras, como o do clube social. Tem de rever para alavancar e deixar de perder receita. A principio, o plano é bom, tudo que arrecada é importante. E precisa definir a situação com a WTorre se perder as cadeiras.



Sobre a Arena, você votou a favor desse contrato com a WTorre, não?

Sim, eu era secretário do Conselho. Tive acesso, mas não sou advogado. Quando o contrato foi assinado, o dr. Antonio Agusto Pompeu Toledo, que é presidente do CD (Conselho Deliberativo) e era do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), contratou a Marcelo Terra, empresa de advogados. A WTorre também contratou uma empresa de advogados. Foi a quatro mãos. Ficou sob discussão dessas duas grandes empresas. Eu chamaria essas empresas (para conversar). Elas receberam na época. O que escreveram que dá dupla interpretação e preciso saber qual o motivo, por que erraram, se erraram... Nosso Conselho tem vários advogados. O contrato ficou 30 dias à disposição de sócios e conselheiros. O Nobre era vice-presidente. Eu fui e sou favorável. Por isso, o contrato diz que, se tiver divergência, vai para a arbitragem. Acho errado como foi exposto a público, com ataques dos dois lados. Se tem dúvida, resolve na arbitragem. Poderia ter sido resolvido de outra forma. Temos de brigar pelos nossos direitos, mas ninguém coloca R$ 500 milhões na sua casa sem ganhar dinheiro. Precisa entrar em acordo para todos ganharem dinheiro. Já temos dinheiro para receber lá, mas, se estiver na Justiça, vamos ter problema.





Wlademir Pescarmona já foi diretor de futebol do Palmeiras (Foto: Julyana Travaglia)



Como é sua relação com Walter Torre?

Só estive com ele uma vez, em 2009, quando eu era diretor administrativo. Nunca mais tive contato. Quem tem bom relacionamento é o Belluzzo. Quando ganharmos a eleição, vamos marcar reunião com Walter por intermédio do Belluzzo para resolver esse impasse.



Quais suas ideias para a área social do clube?

Desde a época do Tirone está lamentável, em vários pontos. Mas o mais critico, que é a primeira coisa que vou fazer, e o associado pode acreditar, é o prédio administrativo. A WTorre fez dois prédios (administrativo e de quadras). Entregaram um esqueleto para o Palmeiras viabilizar os espaços necessários, mas não fizeram nada. Está tudo cheio de tapume. Horroroso. Imediatamente precisamos melhorar isso, fazer o prédio funcionar. Hoje está lamentável. O Nobre aumentou em 65% a mensalidade no acumulado e não deu nada em troca. Queremos aumentar conforme a inflação. O sócio foi muito prejudicado no período de obras. Não deram nada em troca. O social não é difícil arrumar. Quem frequenta, como eu, sabe das deficiências, mas em três ou quatro meses dá para solucionar. O sócio pode ficar tranquilo, serei atuante, estarei todos dias, deixarei um dia da semana aberto para o sócio conversar comigo. Hoje o nosso presidente é virtual, você não o vê lá no dia a dia.



Para terminar, mande, por favor, uma mensagem para o associado, dizendo por que você merece ser eleito.

O sócio que vai votar e o torcedor podem esperar duas coisas de mim: toda dedicação e trabalho do professor Belluzzo e desse grupo está nos ajudando para montar um time de orgulho, um clube forte. O Palmeiras sempre foi forte, de primeira grandeza, nos bares, nos antigos carnavais. Eu vivo o clube. Vou estar no clube, você vai me cobrar porque estarei presente, diferente do presidente da televisão.









5502 visitas - Fonte: Ge

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