Em primeira eleição direta, Palmeiras escolhe continuidade ou reviravolta

Eleição histórica, onde os sócios escolherão diretamente o presidente, acontece neste sábado entre às 10h e 19h no ginásio poliesportivo do clube. Paulo Nobre (situação) e Wlademir Pescarmona (oposição) concorrem ao cargo

Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, é o candidato à reeleição no clube



No final da temporada do centenário, o Palmeiras tem eleição histórica entre as 10 e as 19 horas (de Brasília) deste sábado, no ginásio poliesportivo do clube. Pela primeira vez desde a fundação do Palestra Itália, em 26 de agosto de 1914, os sócios escolherão diretamente o presidente, que assumirá no próximo dia 15.



A diferença entre os dois candidatos ficou bastante clara nas campanhas. Paulo Nobre deseja receber mais dois anos de mandato para manter a política que tem implantado desde janeiro de 2013, enquanto o oposicionista Wlademir Pescarmona propõe uma reviravolta.



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O atual mandatário adotou administração para regularizar as finanças do Verdão. Em vez de adiantar receitas, decidiu repassar cerca de R$ 150 milhões ao clube, que, segundo ele, estava em situação de falência em abril de 2013 - o clube lhe pagará com correção de 100% do CDI e limitador de 10% das receitas anuais. Sua ideia é colher os frutos de sua administração, que se apoiou na ideia de conter gastos em busca de saúde econômica e da formação de um time perenemente forte.



Nobre espera um mandato mais tranquilo porque, até agora, se prejudicou pelo adiantamento de cotas, principal fonte de renda. Em 2013, só pôde usar 25% da receita, e apenas 70% dela neste ano. Para 2015, 10% já foi antecipado, mas o presidente prevê um segundo mandato com mais capacidade de investimentos e menor necessidade de usar seu próprio dinheiro para pagar contas.Pesa a favor da oposição, contudo, os equívocos de Nobre.



A começar pelo time, que está a um ponto e uma posição da zona de rebaixamento com só mais dois jogos até o fim do Brasileiro. O presidente errou na montagem do elenco, já que poucos convenceram entre os 37 jogadores contratados por ele e pelo diretor executivo José Carlos Brunoro, e também não conseguiu nenhum patrocinador, tendo como único trunfo no marketing o crescimento de 9 mil para mais de 60 mil sócios-torcedores.





Wlademir Pescarmona foi diretor de futebol do Palmeiras em 2010 e é o candidato da oposição para o pleito



Pescarmona acusa Nobre de ações eleitoreiras no fim do mandato, como a reforma de um parquinho, e propõe uma reviravolta exatamente nas falhas do presidente. Promete acertar parcerias e anuncia apoio de um grupo de empresários palmeirenses para investimentos no futebol - já tem R$ 30 milhões garantidos e o valor pode chegar a R$ 80 milhões só para 2015. Esse grupo teria até acerto adiantado com patrocinadores para a camisa.



Essas são as escolhas nas primeiras eleições diretas da história do clube. Cerca de 10 mil pessoas têm direito a voto, pois são sócios titulares e ativos com, no mínimo, três anos de matrícula. Outra diferença do pleito é que o associado vota na chapa, não no presidente e em cada um dos vice-presidentes, como ocorria quando os conselheiros escolhiam a diretoria executiva.



A chapa de Nobre, que conta com o apoio do ex-presidente Mustafá Contursi, tem todos que já são vice-presidentes: Mauricio Galiotte, Genaro Marino, Antonino Jesse Ribeiro e Victor Fruges. Já a de Pescarmona, aliada do grupo político União Verde Branca, conta com Luiz Gonzaga Belluzzo (ex-presidente e principal força da oposição), João Gavioli, Carlos Degon e o ex-atacante César Maluco, segundo maior artilheiro da história do clube.



Para concorrer à eleição, as duas chapas conseguiram mais de 15% da aprovação do Conselho Deliberativo. Nesse filtro, realizado em outubro, o grupo liderado por Luiz Carlos Granieri não obteve aprovação.

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