A brilhante solução de Paulo Castilho

3/12/2014 08:10

A brilhante solução de Paulo Castilho

Promotor criou problemas para realizar jogo importante na arena mais moderna do Brasil

A brilhante solução de Paulo Castilho

Allianz Parque e sua modernidade não caíram no gosto de Paulo Castilho | Crédito: Friedemann Vogel/Getty Images



Ouvimos cada vez mais que estão matando o futebol. Que o esporte não é mais tão divertido como era anteriormente. Que a emoção está acabando. No geral, são exageros comuns de torcedores com saudade dos grandes esquadrões do passado, ou da simplicidade do esporte, que está sendo cada vez mais esquecida. Contudo, alguns personagens fazem com que essas expressões ganhem legitimidade com suas ações.



Nesta terça (2), o personagem da vez foi o promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo. Em uma coletiva de imprensa digna de filmes de terror, revelou uma provável incapacidade da Polícia Militar de garantir a segurança em jogos e futebol e destilou até certos comentários preconceituosos com os torcedores de futebol.



Castilho quis, incialmente, tirar do Allianz Parque o jogo mais importante do Palmeiras em toda a temporada. O promotor alegou insegurança no mais novo e moderno estádio do Brasil. Ele queria transferir o jogo para o Pacaembu, o que foi vetado pelo presidente do clube, Paulo Nobre.



Em sua coletiva para explicar os motivos pelos quais pediu a transferência, iniciou avisando que uma das partidas do domingo teve que ser antecipada. Corinthians e Palmeiras jogariam em São Paulo no mesmo dia e hora. Novamente, o Ministério Público resolveu seus problemas da forma mais fácil possível. Antecipou o jogo do Corinthians, que vale menos, para o sábado. Tornou-se cada vez mais comum a incapacidade de realizar duas partidas no mesmo dia em uma das maiores cidades do mundo.



Em seguida, Castilho afirmou que o jogo entre Palmeiras e Atlético-PR deveria ser um segundo evento-teste, mas tornou-se um jogo de risco por sua importância. O Palmeiras poderá ser rebaixado nesta partida. Assim, começou a dar suas desculpas.



“Esse segundo jogo do Palmeiras no Allianz Parque, contra o Atlético-PR, era para ser um segundo jogo-teste, mas se transformou em um jogo de altíssimo risco”, falou para a imprensa. “A arena não tem nenhuma barreira de contenção. É uma arena moderna, mas temos que estar atentos a todos esses detalhes. Portanto, foi recomendado que esse jogo fosse em outro estádio, nesta circunstância peculiar”, finalizou. O medo é que se repita o que aconteceu no Couto Pereira em 2009, quando torcedores do Coritiba invadiram o campo após rebiaxamento contra o Fluminense. Oras, mas se em todo jogo de risco o clube tiver que transferir seus jogos, o Palmeiras nunca poderá mandar clássicos ou quaisquer jogos decisivos em sua arena. Quantos teste terão de ser realizados no estádio para que o Ministério Público o considere seguro?



Os torcedores do clube recebem o tratamento de incapazes pelo promotor. Trazer modernidade e benesses aos torcedores brasileiros parecem ter ficado em segundo plano pelo promotor, que insiste em tratar todos os torcedores como possíveis arruaceiros, mas que não tem um plano para que esses, que são poucos, adentrem o estádio. “Os torcedores do Palmeiras que estarão presentes podem circular por toda a arena, não tem divisória. Vamos criar um mecanismo para que os torcedores que não pertençam ao anel inferior não possam ir para lá”, avisou Castilho, impedido os torcedores de aproveitarem o espaço de seu estádio.



Em seguida, o promotor também se mostrou contra a diversão dos torcedores ao redor dos estádios. Muitos palmeirenses, como é de costume, se encontram na rua Turiassú antes das partidas do clube em seu estádio. É uma tradição e uma confraternização comum na região. Contudo, Castilho parece preocupado com os vândalos e, para isso, impede a diversão dos outros. “No Pacaembu você tem uma grande praça à frente, você não tem bares onde as pessoas ficam bebendo, criando problema, e depois tentando invadir. No Pacaembu você tem alambrado”, afirmou o promotor, como se todos os torcedores fossem potenciais agressores.



Para completar, Castilho pediu ajuda da prefeitura para liberar o acesso à rua Turiassú apenas aos torcedores com ingressos. Além de ir contra o direito de ir e vir, o promotor não atentou para alguns fatos relevantes da região. Há bares, restaurantes, padarias e um shopping na rua. Impedir a entrada de pessoas sem ingressos prejudica o comércio na região. Ademais, a maioria dos torcedores que vai ao jogo compra seus ingressos pelo programa de sócio-torcedor do clube, que tem como entrada o próprio cartão de sócio-torcedor. Como fazer para selecionar que deve e quem não deve passar?



Paulo Castilho apenas reforça a máxima de assistir a uma partida de futebol tornou-se algo cada vez mais chato. Modernidades e benefícios aos torcedores são vistos como perigosos. Beber com os amigos antes das partidas é uma atitude de arruaceiros. Todos queremos mais segurança e tranquilidade para assistir às partidas, mas solução parece sempre longe do alcance dos responsáveis por isso. Cada vez mais o Ministério Público busca para os estádio públicos de Cinema, que devem assistir aos jogos em sentados e apenas batendo palmas. Se possível, em silêncio...







8997 visitas - Fonte: PLACAR

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