Na luta contra o rebaixamento, o Palmeiras enfrenta times que têm muito menos dinheiro e gastos com futebol neste ano: seu orçamento é mais do que o dobro de Bahia e Vitória.
Considerado 2013, o clube paulista é o único da Série A com receita total próxima de R$ 200 milhões que está entre os 10 últimos colocados. Isso desmonta a tese do presidente Paulo Nobre de que a economia é o que leva o time à rabeira da classificação.
Pelo seu último balancete, do final de agosto, o clube alviverde ganhou R$ 109 milhões com esporte profissional e amador, exclui-se ai a parte social. O gasto atingiu R$ 122 milhões. Na média anual, as despesas com esporte chegam a R$ 183 milhões. Ainda que se considere que uma parte é para outras modalidades, o custo com futebol é um dos maiores da Série A do Brasileiro.
Em comparação, o Bahia registrou uma receita total de R$ 58 milhões até julho deste ano, com despesa para o futebol em R$ 46,9 milhões, incluída a base. Para o ano inteiro, sua renda deve ficar em R$ 100 milhões – neste caso com a receita social -, e o custo do futebol em R$ 80 milhões. Ou seja, tem um investimento de menos da metade do que o Palmeiras.
No caso do Vitória a disparidade é ainda maior. A renda até o meio de 2014 só com o futebol é de R$ 25 milhões, com despesa de R$ 22 milhões. Ora, considerado o ano inteiro, são apenas R$ 50 milhões de receita com custo do futebol em R$ 44 milhões, menos de um quarto do clube alviverde.
Se levarmos em conta a receita total de todos os times da Série A em 2013, em estudo feito pelo consultor Amir Somoggi, o Palmeiras tinha uma renda próxima de R$ 200 milhões. Dos times na metade de baixo da tabela, apenas o Botafogo com R$ 150 milhões se aproxima do time alviverde. Lembre-se que o alvinegro carioca tem uma dívida gigantesca, muito maior do que a paulista, que travou suas operações no futebol.
Enquanto isso, o Palmeiras de Nobre tem um débito crescente com os seguidos empréstimos do seu presidente para cobrir déficits mensais na casa dos R$ 10 milhões. O blog tentou falar com o Conselho de Orientação Fiscal do clube sobre o custo-benefício do futebol, mas não obteve sucesso. No Vitória e Bahia, com orçamentos mais modestos, o rombo é bem menor.
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