Apesar da crescente disparidade entre orçamentos de clubes do Brasil em relação aos irmãos sul-americanos, a Taça Libertadores viu, em 2014, pela primeira vez em 23 anos, a ausência de um time brasileiro nas semifinais. Tendo apenas um time alcançado as quartas de final, o Cruzeiro, o desempenho ruim verde e amarelo não condiz com os números, tanto no quesito público e salários pagos a jogadores.
Segundo análise do jornal inglês “Daily Mail”, o Brasil possui a sétima maior média de pagamento no mundo. A Argentina é a segunda melhor da América do Sul, mas fica em 14º no ranking mundial. A Liga Inglesa é a mais rica e lidera com a média de R$ 9.1 milhões pagos a atletas dos gramados anualmente. O Brasil paga R$ 2.3 milhões, enquanto o futebol argentino registra menos de um milhão: R$ 861 mil. O valor é um pouco mais alto que o da China: R$ 842 milhões (veja na tabela abaixo).
A reta final da Copa Sul-Americana deste ano também viu o fracasso de brasileiros. O São Paulo chegou às semifinais contra o Atlético Nacional, da Colômbia, mas acabou eliminado. Os argentinos contaram com dois representantes nas semis, que fizeram o outro confronto: o River Plate superou o Boca Jrs.
- Normalmente, a qualidade segue o dinheiro. O que se espera é que o futebol brasileiro vença a Libertadores e não só vença, mas domine, como o Real Madrid domina na Europa – disse o jornalista inglês Tim Vickery.
Se conta com uma receita maior, o Brasil perde feio para os vizinhos sul-americanos no quesito público nos estádios. Considerando os anos de 2013 e 2014, a melhor média de público de um time brasileiro é do Cruzeiro. No entanto, a Celeste fica atrás de sete equipes do continente. O primeiro é o River Plate, que registra média de 48.368 torcedores, na frente do América, do México, com 44.567, e Seattle Sounders, dos Estados Unidos, com 43.124. A equipe mineira levou apenas 28.911. A pesquisa é da Pluri Consultoria.
São Paulo caiu diante do Atlético Nacional, da Colômbia, na Sul-Americana (Foto: Marcos Ribolli)
À frente do Cruzeiro ainda estão mais três clubes argentinos: Boca, com 36.388 de média, Rosario Central, com 35.900, e Newell's Old Boys, com 35.235. Na visão do apresentador André Rizek, o levantamento representa uma vergonha para o Brasil.
- O Colón, clube pequeno da Argentina, tem média de público maior que a do Corinthians. Com esses estádios tão modernos e tanto dinheiro, o Brasil não consegue ter uma média de público que chegue perto dos argentinos - disse.
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