Picerni conquistou a Série B de 2003 e voltou ao clube em 2006 (Foto: Arquivo / Diário de São Paulo)
Uma vitória sobre o Atlético-PR, domingo, às 17h (horário de Brasília), na arena, salva o Palmeiras do rebaixamento para a Série B. Caso a equipe perca, ainda há esperança. Nesse caso, o time do técnico Dorival Júnior terá de torcer para que Vitória e Bahia não vençam seus compromissos na última rodada do Campeonato Brasileiro.
Em 2006, o Palmeiras entrou em campo no antigo estádio Palestra Italia numa situação semelhante. Um triunfo contra o Internacional, pela penúltima rodada da competição nacional, livraria o time alviverde da queda. Mas a goleada por 4 a 1 a favor dos colorados aumentou a tensão entre os torcedores. O alívio definitivo veio de longe, do Serra Dourada – o triunfo do Goiás sobre a Ponte Preta, por 3 a 0, rebaixou a equipe de Campinas e salvou os palmeirenses (clique aqui e veja a tabela daquela época)
Apesar das coincidências com a atual temporada, o técnico Jair Picerni, que comandava o Verdão naquela oportunidade, faz questão de ressaltar diferenças importantes entre o time de 2006 e o plantel comandado por Dorival Júnior nesta temporada.
– O Palmeiras tinha um bom time, mas muita gente machucada.
Tentava tirar o pessoal do departamento médico, mas era difícil. Fizemos o necessário para não cair. Não tem semelhança por causa dos jogadores.
Eu tinha Marcos, Edmundo, Juninho Paulista. Só esses são indiscutivelmente melhores do que os jogadores que estão no Palmeiras hoje. Era um bom time, mas era atitude diferente a ser tomada – contou o treinador.
– Não fiquei muitos jogos sem vencer. O Palmeiras de hoje está numa sequência de cinco derrotas. O (Dorival) Júnior foi meu jogador, é uma pessoa fantástica e não se discute a qualidade dele, torço por ele, mas o time vem numa sequência ruim e aí está o problema – completou.
Experiente, Picerni foi o responsável por comandar o Palmeiras na campanha que recolocou o clube na elite do futebol nacional após o primeiro rebaixamento. Com Vagner Love, o Verdão sobrou na Série B em 2003 e conseguiu formar uma equipe de qualidade.
– O que fizemos em 2003 foi feito em 2006, tomamos uma atitude.
Em 2006, peguei poucos jogos, não foi fácil, mas conseguimos mexer com o time. Hoje, estão treinando por treinar, jogando por jogar, esperando terminar o ano. Nem nos pequenos pode ser assim, imagina num clube com a grandeza do Palmeiras? – avaliou.
Picerni foi contratado para livrar o Verdão da queda em 2006 (Foto: Arquivo / Diário de São Paulo)
Mesmo de longe, Picerni continua acompanhando o Palmeiras. O conhecimento não é mais o mesmo de quando vivia diariamente os bastidores do clube, mas ainda é suficiente para apontar erros que fizeram o clube chegar até a última rodada do Campeonato Brasileiro lutando contra o seu terceiro rebaixamento.
– Estão assinando atestado de piada. Um grande não pode passar apuro pela terceira vez. Cometeram um grande erro ao selecionar esse grupo para disputar o Brasileirão.
É igual convocar uma seleção, como o que aconteceu com o Felipão. Conquistaram a Copa das Confederações, achou-se que era a tal família Scolari, mas no fim viram que tinha de mudar alguma coisa - afirmou, referindo-se ao fracasso do Brasil na Copa do Mundo deste ano.
– Quando fizeram pré-temporada e selecionaram os atletas, não escolheram bem um time para representar o que é a grandeza do Palmeiras. Não sei como foi feito e como administraram, mas não escolheram corretamente o grupo.
Quem mandou trazer um técnico de fora? Quem aprovou as contratações dos argentinos?
Para a última rodada do Brasileirão, o Palmeiras terá pela frente o Atlético-PR. Na 8ª colocação, o Furacão não luta por nenhum objetivo no torneio e apenas cumprirá tabela em São Paulo. Picerni, porém, não acredita em vida fácil para o Verdão.
– Não é por que vai jogar em casa que vai ganhar. O Atlético-PR fez uma campanha regular, razoável. Só depende do Palmeiras, mas é complicado e tem de tomar cuidado. O time só tem o Valdivia, e ele está meia boca. Eu vi ele em campo outro dia, não sei o que ele tem, mas não podia nem ter entrado em campo – disse o técnico, que está na torcida pela permanência do Verdão na Série A do Brasileirão.
– Essa história começou errado e está terminando errado. Tomara que não caia porque o Palmeiras me marcou muito – finalizou.
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