– Meu empresário me ligou e falou: "Parabéns pela convocação", e eu tomei um choque, comecei a chorar na mesma hora – revela o lateral-esquerdo, com os olhos brilhando, como se revivesse no corpo as sensações do momento ao contar a história.

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E assim como costuma fazer em todas as noites antes de dormir, Vanderlan lembrou de tudo que enfrentou para chegar ali, na concentração de um dos maiores clubes do país. Mais que isso: na concentração de uma seleção do país.

Vanderlan Barbosa da Silva, naquele 7 de novembro de 2023, estava convocado para a seleção brasileira olímpica de Ramon Menezes, chamado para integrar o último período de treinos antes da lista do Pré-Olímpico, que será disputado na Venezuela, em janeiro. E naquele momento, não teve dúvidas de com quem queria falar: Valquiria Alves da Silva e Vanderlei Barbosa da Silva.

- Liguei para minha mãe e meu pai, e falei: "Onde vocês estão? Tenho uma surpresa para vocês" - começou a contar.

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Foi com essa história em mente que o lateral-esquerdo entrou na zona mista da Arena Barueri, no último sábado.

Não parava de sorrir. Como se a força das próprias bochechas, repuxando um sorriso largo, fosse mais forte do que ele mesmo. O Palmeiras havia vencido o Internacional, era líder do Brasileiro, e com uma assistência orquestrada pelo atleta, mas enquanto todos queriam falar do campo, Vanderlan pensava em mais uma história.

– Pude ajudar o Rony a fazer gol... e fui convocado para a seleção olímpica, esse é o motivo da felicidade - confessou sorrindo, refletindo nos dentes a luz das câmeras a sua frente.

A conquista não é à toa. Natural de Brumado, no interior da Bahia, e inspirado no pai - lateral-direito na várzea -, Vanderlan saiu de casa aos 13 anos para tentar a carreira no futebol. Chegou ao Palmeiras em 2017, fez parte do título inédito da Copinha de 2022 e agora, aos 21 anos, integra o profissional com 23 participações e quatro assistências na temporada.

– Sinto muito orgulho dos nossos jogadores. Veja o Vanderlan o que ele fez. O que quero daquela posição? Quero verticalidade. Não quero um jogador que passe a bola para trás, que é o que faz 90% das equipes brasileiras. Quero samba, quero verticalidade, quero gols – elogiou o técnico Abel Ferreira, ao término da partida.

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Na última partida antes da apresentação na seleção, Vanderlan fez jus à despedida - ainda que momentânea. Saiu em disparada da intermediária defensiva do campo, atravessou a defesa do Internacional e serviu Rony - que só precisou finalizar para o fundo das redes.

E assim como na convocação, as palavras da mãe mais uma vez foram as primeiras. E são aquelas que Vanderlan vai sempre carregar.

– Recebi uma mensagem dela depois do jogo, está muito feliz – contou sorrindo, deixando a zona mista mais uma vez.

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