A antologia tática de Alex, o camisa 10 por excelência

6/12/2014 17:03

A antologia tática de Alex, o camisa 10 por excelência

A antologia tática de Alex, o camisa 10 por excelência

Craque, Cabeção, Menino de Ouro, Talento Azul ou Alexotan: esses são alguns dos apelidos de Alexsandro de Souza, o Alex, que encerra a carreira nesse domingo. Um dos últimos “camisas 10” clássicos do futebol brasileiro.



Por onde passou, Alex foi a referência criativa da equipe. Os técnicos aproveitavam suas características - visão e leitura de jogo, bom passe longo e bola paradas – em prol da equipe. No massacre do Cruzeiro no Bahia, em 2003, Alex foi o armador da equipe, sempre com muitas opções de passe na sua frente.



Revelado no Coritiba, Alex foi descoberto por Paulo César Carpegiani, que conta: o colocou fora da posição centralizada no meio para não prejudicar o time: “Eu tinha o Ademir Alcântara, que era um dos melhores jogadores. Eu o coloquei pelo flanco, pelo lado esquerdo. E mesmo não estando na posição dele, foi fantástico. Ele é fora de série.”



O sucesso no Coxa rendeu uma transferência para o Palmeiras em 1997. Já em seu primeiro jogo, Felipão esboçaria o 4-3-1-2 que usou em quase toda a passagem. Com Zinho mais recuado pela esquerda e Rogério na direita, Alex tinha total liberdade para recuar, encostar ou arrancar para o gol. O losango de meio-campo dava suporte defensivo e qualidade na saída com o camisa 11.



Com Marcos, Júnior Baiano e César Sampaio, o 4-3-1-2 que privilegiava os passes ganhou a Libertadores ao ritmo de Alex: atuações memoráveis nos 4x2 sob o então campeão Vasco e nos 3x0 no River Plante.





Já ídolo, Alex saiu do Palmeiras após o vice da Libertadores, em 2000. Mesmo com o sucesso na seleção, onde atuava bem pelas Eliminatórias, o jogador rodou por Flamengo, Parma e Cruzeiro. De volta ao Palmeiras, chegou na semi da Libertadores com Celso Roth em 2001, aberto pela esquerda num típico 4-2-2-2, como no início de carreira.





Com Luxa em 2002, Alex voltaria para o vértice do losango. Mas agora, o então treinador palmeirense mandava Itamar e Christian voltarem pelos lados, formando um 4-1-4-1 sem a bola. Solução para privilegiar a visão do meia, que apesar do desempenho irregular, protagonizou um dos gols mais bonitos do Morumbi no início de 2002.







Alex seguiu Luxa no Cruzeiro. Lá, técnico e jogador fariam a inesquecível parceria da Tríplice Coroa: um 4-3-1-2 onde Alex atuava como um armador sem obrigações defensivas, mas responsável pela cadência e qualidade dos passes no time. Os laterais davam amplitude e Alex abria pelos lados para tabelar ou entrava na área.





Mesmo fora da Copa de 2002 – onde o estilo de jogo não casava com o 3-4-2-1 de Felipão, Alex continuava cobiçado e acertou com o Fenerbahce em 2004. Como um jogador tão bom pode ir para um pequeno clube turco?



Seria a parceria mais duradoura: 378 jogos, 185 gols e maior ídolo, com direito até a estátua. O técnico Christoph Daum colocou Alex como playmaker num 4-4-1-1. O time compactava duas linhas para que seu camisa 10 trabalhasse perto do atacante e acionasse a ultrapassagem dos pontas. Assim foram campeões nacionais em 03/04.



A chegada de Zico em 2006 era o encontro de ídolo e fã. Admirador confesso do Galinho, Alex virou ídolo chegando a uma inédita quartas-de-final na Champions, onde por pouco não passou do Chelsea. O 4-2-3-1 de Zico tinha Deivid e Kazim Richards pelos lados e Mehmet Aurélio comandando a variação para o 4-1-4-1, sempre com Alex perto do ataque.





Com a chegada de Luis Aragonés em 2008, Alex seria mais exigido: passava a recuar para melhorar a construção de jogadas no 4-1-3-2 do técnico espanhol, que não teve continuidade. Fica a pergunta: se estivesse jovem e na Europa hoje, Alex poderia jogar como Fábregas no Chesea?





Mesmo jogando bem, Alex enfrentou um problema: Aykut Kocaman, técnico da equipe a partir de 2010, retirava o camisa 10 para que ele não superasse o recorde de 140 gols pelo próprio Aykut. A Copa da Turquia de 2012 foi o último título pelo Fenerbahce, de onde saiu e surpreendeu anunciando um retorno ao Coxa, por dois anos.



Marquinhos Santos encaixou Alex como armador, mas sustentado pela multiplicidade de Robinho e Gil num 4-3-1-2/4-3-2-1 que baseava a proposta no contragolpe e passes do camisa 10. Com dois gols de Alex na final, o Coxa faturou o Paranaense de 2013 e chegou a liderar o Brasileirão no período pré-Copa das Confederações.





O Coxa saiu do rumo, lutando contra o rebaixamento em 2013 e com os insucessos de Dado Cavalcanti e Celso Roth no início desse ano. Para evitar uma nova confusão, Marquinhos voltou e reorganizou a equipe num 4-1-4-1. Na última função da carreira, Alex foi falso-9 para não prejudicar a compactação da equipe na defesa e privilegiar os passes com a posse de bola: o “camisa 10” do futuro.





Ídolo de 4 clubes, artilheiro, vencedor e conscientizado fora de campo: Alex é um jogador acima da média e digno representante da era dos camisas 10 clássicos, que podiam ser lentos, mas tinham visão e passe acima da média. Tal como Zico, o Menino de Ouro deixará saudades.







11658 visitas - Fonte: GloboEsporte

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