Alex e Fabiano no Torneio de Toulon, na França, em 1996
A Frase já é conhecida. Alguns craques não tiveram a oportunidade de conquistar um Mundial por sua seleção. Outros sequer tiveram a chance de jogar uma. É o caso do Alex. E “azar da Copa do Mundo", parafraseando a famosa frase do jornalista Fernando Calazans referindo-se á falta do título mundial de Zico. O Terra relata a conquista do Pré-Olímpico, a frustração das Olímpiadas e a injustiça de Alex não disputar a maior competição do esporte.
Injustiça do futebol
É com a frase “Alex não jogou a Copa do Mundo, azar o dela” que o jornalista Mauro Betting, parafraseando Fernando Calazans, definiu a relação, apontada por muitos como uma das grandes injustiças do futebol brasileiro. A afirmação é idêntica à utilizada pelos cariocas para definir o fato de Zico nunca ter vencido o Mundial. "Como o Alex gosta do Zico, até nisso possui bom gosto, e a recíproca é verdadeira, pois o Galinho também possui um carinho imenso pelo Alex. Acho que é a frase que resume esse grande equívoco histórico", justificou.
A grande chance de Alex ter disputado a Copa do Mundo foi em 2002. O treinador era Luiz Felipe Scolari, o mesmo que dirigiu o meio-campista na conquista da Copa Libertadores da América de 1999, pelo Palmeiras. Como o jogador brilhou no título inédito e vivia uma boa fase, muita gente apostava na convocação.
Entretanto, Felipão surpreendeu. Preteriu o meia no primeiro momento por nomes como os de Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Juninho Paulista e os jovens Kaká e Kléberson. Depois, com a contusão do volante Émerson, vetado do Mundial por uma lesão no ombro, a opção gerou ainda mais estranheza: Ricardinho, ex-jogador do Corinthians e que nunca havia trabalhado com o treinador.
"Ele, sem dúvida alguma, foi o grande injustiçado dessa história toda. Até acho que não tinha vaga no time titular, pois o Rivaldo e o Ronaldinho viviam uma belíssima fase, mas entre os 23 nomes ele tinha que estar. Sem dúvida nenhuma", cobrou outro craque da Seleção, Tostão. Já para Betting, essa não foi a única injustiça. "Em 2002 foi o ano mais claro disso. Mas em 2006 também. Ele ainda estava no auge, vivia uma grande fase no Fenerbahçe-TUR. Foi outro erro tremendo, mas como o Campeonato Turco ainda não repercutia muito aqui no Brasil não teve tanto barulho quanto em 2006", opinou.
Pela Seleção principal, Alex conquistou a Copa América em 1999 e 2004. Ao todo, vestiu a amarelinha em 49 jogos, com 12 gols e 11 assistências entre 1998 e 2005.
Pré-Olímpico e Olímpiadas
Em 2000, Alex foi um dos destaques do Brasil na conquista do Pré-Olímpico, disputado em Londrina – a mesma cidade em que marcou pela primeira vez na carreira, em junho de 1995. O gol contra a Argentina, por cobertura, é colocado pelo atleta como um dos cinco mais bonitos e importantes da sua trajetória no futebol.
“Um grupo de meninos que se davam muito bem. Divertirmos muito e acredito q divertimos quem acompanhou esse time. Nesse time teria Denilson, que acabou retornando pra Espanha momentos antes da competição. Ronaldinho e Athirson jogaram demais. Ainda tinha meu irmão Fabiano Costa. Pessoal da melhor qualidade. Foi um título lindo”, comemora Alex.
Entretanto, no mesmo ano, a ótima geração que também contava com Ronaldinho Gaúcho, decepcionou nas Olimpíadas de Sidney, sendo eliminada por Camarões, nas quartas de final. O time africano, no fim, conquistou a medalha de ouro. Foram 19 jogos neste período, com oito gols e uma assistência pela Seleção Olímpica. “A CBF não deu estrutura nenhuma, apenas dois jogos contra o Chile entre o Pré e as Olímpiadas”, reclama Alex.
A eliminação foi tão doída, que o meio-campista não apontou a ausência em uma Copa do Mundo como a grande decepção dele na Seleção Brasileira. "Maior frustração foi Brasil x Camarões na Olimpíada de 2000. Fomos para Sydney em um momento complicado do nosso treinador, o Luxemburgo, que estava enfrentando CPI e tudo. Nada de amistoso com escolas africanas, por exemplo, ou da escola de outras seleções que iríamos enfrentar. Acabamos eliminados. Tive várias derrotas. Mas aprendi que o perder e o ganhar é separado por uma linha muito tênue. A maior decepção foi esse jogo", declarou em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, em novembro.
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