Dorival quebra o silêncio e diz que cumpriu sua missão à risca no Palmeiras

Dorival somou 23 dos 40 pontos do Palmeiras no Brasileirão (Fernando Dantas/Gazeta Press)



Medindo as palavras, Dorival Júnior quebrou o silêncio e falou ao Blog sobre sua demissão no Palmeiras, anunciada na noite de segunda-feira. Nas entrelinhas, o técnico deixou clara sua chateação com a dispensa após só três meses no Palestra Itália.



“Fui contratado com um objetivo claro: não deixar o time cair. E cumpri à risca”, afirma Dorival, lembrando que o Verdão terminou o Brasileirão na 16ª posição, dois pontos à frente do Vitória, o primeiro dos quatro rebaixados para a Série B.



Dono de um aproveitamento de 38,3% dos pontos, o técnico assegura que se surpreendeu com a complexidade enfrentada no dia a dia. “Tudo foi muito difícil. Só eu e as pessoas mais próximas sabem como, a duras penas, escapamos”, adverte.



Apesar de ter dirigido o Palmeiras em apenas 20 partidas (seis vitórias, cinco empates e nove derrotas), Dorival assegura que faria tudo de novo. “Eu não me arrependo de nada. Nem de ter aceitado o convite do Palmeiras, nem das decisões que tomei lá.”



Se serve de consolo, o técnico terá direito a salário até janeiro. A multa rescisória estabelecida pelo presidente Paulo Nobre previa o pagamento de mais um mês (R$ 200 mil) em caso de demissão antes do fim do contrato, que venceria em junho.



“Agora meu objetivo é descansar um pouco. Vim para Araraquara passar uns dias com meu pai e volto a Florianópolis mais para frente”, finaliza Dorival, que sucedeu o argentino Gareca.



Sobrinho do eterno ídolo alviverde Dudu, Dorival admite que se aconselhou constantemente com o tio. “Nos bons e nos maus momentos, ele sempre me ajudou.”



Desde segunda-feira, a diretoria palmeirense tem afirmado nos bastidores que um problema de saúde com sua mulher teria pesado em sua saída. “Isso é mentira. Ela, de fato, esteve muito doente, mas já está em franca recuperação.”



Por fim, Dorival não topa falar sobre problemas de relacionamento. Os quatro argentinos comprados na época de Gareca se rebelaram contra ele. O Blog ainda revelou que o treinador havia batido boca com Fernando Prass após a derrota para o Coritiba, na antepenúltima rodada.



Paulo Nobre deu uma entrevista ontem na Academia de Futebol, mas escondeu o nome do substituto de Dorival. O presidente assegurou que a escolha tem a ver com o novo diretor de futebol - o ex-cruzeirense Alexandre Mattos está praticamente fechado e ficará com o lugar de José Carlos Brunoro.



Questionado sobre uma eventual rejeição a Mano Menezes, técnico do Corinthians até domingo, Nobre elogiou. “Não tem rejeição. Trata-se de um grande técnico, assim como outros também são”, justificou o presidente.

4044 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

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