Jailson e Washington: os últimos que Brunoro apresentou (Foto: Miguel Schincariol/LANCE!Press)
"O Palmeiras está pronto para ser perenemente competitivo". A frase é de José Carlos Brunoro, diretor-executivo do clube em 2013 e 2014, demitido na última segunda-feira. O ex-dirigente diz que cumpriu sua missão, mas lista situações que poderiam ser melhor conduzidas pela diretoria e aponta a saída de Alan Kardec como um divisor de águas.
- A não renovação do Alan foi um divisor de águas. Deixou todo mundo chateado, inclusive o Paulo Nobre, que adorava o Alan. Eu tive conversas bastante adiantadas, mas nunca cheguei a fechar, porque respeitava o presidente. Acho que o Alan não foi correto, e quero dizer isso para todo mundo. Ele e os empresários. A negociação não terminou, porque eles não voltaram com a resposta. Eles tinham alguma razão no sentido de demorar tanto a negociação, e para mim era muito difícil, porque sempre tive autonomia nos lugares em que trabalhei. Mas a diretoria achava que deveria ser assim, então foi assim, sem problema nenhum - disse Brunoro, à Rádio Globo.
A falta de autonomia para conduzir negociações foi um dos fatores que deterioraram a relação entre Nobre e Brunoro. Há quase seis meses, a saída do diretor em dezembro era dada como certa no clube, tanto que ele se afastou completamente do departamento de futebol. Brunoro diz que, para fazer o trabalho ideal, precisava de mais funcionários e mais dinheiro.
- Eu acho que foi missão cumprida. Mas, pessoalmente, acho que faltam algumas coisas. Se for falar do que o Palmeiras é hoje e do que era, a gente tem muita coisa para falar. O Palmeiras está pronto para ser perenemente competitivo. Poderia ter exigido algumas coisas, que preferi não exigir. São exigências como pessoas a mais trabalhando, que podiam ter vindo comigo, tanto no marketing quanto futebol. Algumas exigências de contratações que a gente não pode fazer, que eu acabei respeitando, porque o presidente estava fazendo um esforço financeiro muito grande, chegou a aportar dinheiro, a gente teve que respeitar isso - disse.
O Palmeiras está próximo de contratar Alexandre Mattos, do Cruzeiro, como novo diretor de futebol. A função dele não será exatamente a mesma de Brunoro, que não cuidava apenas deste departamento, mas de todas as áreas do clube, como um CEO. Este cargo será extinto.
- O Palmeiras ainda não está preparado para ter um CEO, o Palmeiras tem que cumprir outras etapas ainda, o Palmeiras é um clube social, é difícil ter essa visão profissional extrema - opinou Brunoro.
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