Nobre muda postura, e Mattos escolhe técnico, reforços e dispensados

Após bater cabeça, transformar negociações em novelas e virar motivo de chacota entre empresários, Palmeiras muda postura e dá palavra final a diretor

Dirigente ainda trabalha na Raposa, mas já apita no Palestra (Foto: Thiago Fernandes)



O Palmeiras que batia cabeça na hora de tomar decisões e transformava qualquer negociação em novela vai ficar para trás. Essa é a intenção do presidente Paulo Nobre ao dar autonomia quase total a Alexandre Mattos, que ainda tem vínculo com o Cruzeiro e será anunciado como diretor de futebol só em janeiro, mas já está trabalhando nos bastidores.



A lista de dispensas que será anunciada em breve, encabeçada por Wesley, Bruno César e Diogo, passou por ele. O executivo também indica reforços e toca negociações, aproveitando-se de sua boa relação com diversos empresários.



A escolha do substituto de Dorival, que será Oswaldo de Oliveira, é exemplo da nova postura: o clube sondou Tite, Mano e Oswaldo a pedido de Mattos. Abel Braga virou opção e foi ouvido, mas só depois da aprovação do novo dirigente.



As sugestões dos outros membros da diretoria só são levadas em conta se Mattos dá aval. É ele, e não Nobre, quem dá a palavra final quando o assunto é futebol – e será cobrado pelas decisões que tomar.



Até o fim do Brasileiro, tudo era discutido em reuniões com o diretor-executivo José Carlos Brunoro, o gerente de futebol Omar Feitosa e os vices Mauricio Galiotte e Genaro Marino. Diante da variedade de opiniões, a decisão era de Nobre.



Quando Gilson Kleina saiu, vários nomes foram sugeridos e o presidente decidiu que todos deveriam ser ouvidos: Tite, Luxemburgo, Arce, Dorival e Gareca. Se na lista de Alexandre Mattos constavam só nomes aprovados previamente, naquela ocasião houve um “vestibular” para definir o técnico ideal.



Atitudes como fazer “entrevista de emprego” com alguém tão conhecido como Luxemburgo e reprová-lo viraram piada entre as pessoas que negociavam com o clube. Também havia reclamações sobre a demora para fechar negócio, já que tudo passava por Nobre, e pelas constantes pechinchas – o caso Alan Kardec é o maior exemplo.



Mattos não gosta de negociações arrastadas – a primeira reunião com Oswaldo foi na quarta e o acordo saiu no fim de semana –, e a situação financeira não exige mais pechinchas. É o novo Palmeiras?

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