Nada mais natural do que a efervescência do mercado neste período. É diferente de outras épocas, quando o dinheiro rolava solto na mesma proporção que a irresponsabilidade administrativa. Ainda existe uma incontinência financeira, mas aqui e ali se percebe dirigente querendo colocar a sola do cromo alemão fixada ao chão. Neste movimento, os retornos de Oswaldo de Oliveira e Tite ao futebol são animadores. O principal aspecto é que ambos se despem do figurino de estrelas. Sabem que são coadjuvantes, apesar da resistência de boa parte da mídia em tratá-los assim, e apostam na força dos jogadores.
Ao contratar o Oswaldo, o Palmeiras investe em um profissional que o futebol precisa muito. Por estilo, temperamento e jeito de trabalhar. No processo de desconstrução do Botafogo, cirurgicamente realizado pela administração passada do Botafogo, Oswaldo foi uma das vítimas mais ilustres. Pega agora um Palmeiras que precisa levantar a estima. Seus dirigentes erram e acertam, mas não deixam de pensar grande. Os dois anos de OO no Botafogo foram proveitosos e seriam ainda mais caso o trabalho tivesse continuidade.
O desembarque de Tite no Corinthians tem um sabor especial para o técnico. O Tite que saiu com um título mundial no puçá é inferior ao que retorna. Ao contrário de muito profissional da bola, o Tite foi em busca do conhecimento. Algo que, em qualquer setor da vida, a gente não pode abrir mão.
Com esses dois nomes, Corinthians e Palmeiras acenam com o pensamento grandioso e animam num período em que o mercado, especialmente o carioca, se apequena. Nas contratações e administrações. O pior é não se dar conta dessa situação. Parece viver em um mundo à parte. Em um Rio de Janeiro de décadas passadas, quando “Ipanema era só felicidade”.
Abraços e bom ano para todos!
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