Um sonho desfeito em cinco segundos, tempo suficiente para um cruzamento bem executado, uma assistência perfeita e uma conclusão certeira. A sequência, responsável pelo gol da vitória do Palmeiras sobre o Corinthians na decisão do Campeonato Paulista de 1974, completa exatos 40 anos nesta segunda-feira.
A partida disputada no dia 22 de dezembro daquele ano, no Morumbi, representava muito aos arquirrivais. O Corinthians tinha a chance de, enfim, pôr fim à fila de 20 anos sem títulos.
O Palmeiras, de prolongar o sofrimento alvinegro e, de quebra, erguer a quarta taça em três brilhantes temporadas.
A derrota corintiana, além de dar sequência ao jejum, foi decisiva para a saída do maior ídolo do clube. Rivellino, depois de 471 jogos e 141 gols pela equipe alvinegra, acabou vendido ao Fluminense após ser apontado como um dos culpados pelo fracasso na decisão. No clube carioca, o camisa 10 sagrou-se campeão (em 1975 e 1976, bicampeonato estadual).
Em 1974, entretanto, Rivellino quase conseguiu tirar o Corinthians da fila. O campeonato daquele ano foi disputado por 14 times, em dois turnos. Os vencedores fariam a final do torneio - se um time liderasse as duas fases, seria campeão com antecedência.
Regular, o time alvinegro conquistou o primeiro turno ao bater o São Paulo por 1 a 0 no Pacaembu, gol do atacante Zé Roberto no começo do segundo tempo, com quase 53 mil torcedores no Pacaembu.
Na sequência do Paulistão, o Palmeiras se recuperou. Sem derrotas, chegou à liderança e garantiu vaga na final. O arquirrival, por sua vez, vez uma campanha apenas regular. Na oitava posição, no entanto, o Corinthians pôde escolher o adversário da final. Na última rodada, o time treinado por Sylvio Pirillo enfrentou o Palmeiras, que tinha uma ponto de vantagem sobre o São Paulo (19 a 18).
O técnico corintiano, então, escalou alguns reservas. O fato ajudou o time palmeirense, que venceu por 4 a 1 e garantiu a vaga na decisão. Na primeira final, disputada no Morumbi, Edu Bala colocou o Palmeiras de Oswaldo Brandão na frente logo no primeiro minuto de jogo.
Lance empatou de cabeça em seguida.
Na última partida, um empate no tempo normal e na prorrogação levaria a decisão para os pênaltis. O atacante Ronaldo evitou o desgaste ao marcar o gol do título aos 24 minutos da etapa final. A jogada bem executada pelo lateral Jair Gonçalves e pelo ponta de lança Leivinha calou boa parte dos 120.522 torcedores que foram ao Morumbi - estima-se que 100 mil corintianos estavam presentes ao estádio.
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