O Palmeiras que recebe o Red Bull Bragantino nesta quinta-feira (20), às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, deve ter Naves e Estevão como titulares. O zagueiro e o meia-atacante são apenas dois exemplos da fábrica de talentos que virou as categorias de base alviverde nos últimos anos. Os frutos de um investimento pesado – foram mais de R$ 30 milhões só em 2023 – estão sendo colhidos não apenas nas opções para o técnico Abel Ferreira. A base do Palmeiras tem empilhado títulos em diferentes categorias e ainda garantindo altas cifras em vendas de jogadores revelados.
Estevão, por exemplo, caminha para ser mais um jovem a sair da base palmeirense rumo à Europa, no Chelsea. Endrick já foi para o Real Madrid, em negócio que pode movimentar mais de 70 milhões de euros, e Luis Guilherme recentemente ao West Ham, que pode pagar até 30 milhões de euros. "É um clube que vem desenvolvendo cada vez mais a estrutura física e com oportunidade para chegarem em um nível melhor e com mais qualidade ao profissional", disse Lucas Macorin, treinador do sub-17, ao ESPN.com.br.
Neste ano, o Verdão inaugurou a reforma do centro de treinamentos para a base localizado em Guarulhos. O complexo conta com academia com equipamentos modernos e departamentos próprios de fisioterapia, medicina e nutrição. "A gente tem um controle melhor e desenvolve o desempenho dos meninos. Isso faz toda a diferença para os atletas que têm jogos grandes. Muitos clubes profissionais não têm isso", disse Lucas Sales, preparador físico da base, ao ESPN.com.br.
Dos cinco campos do CT, um tem grama artificial nos mesmos moldes do Allianz Parque. Outro, de terra, é o grande xodó de João Paulo Sampaio, coordenador das categorias de base. Na entrada do "terrão", lê-se: "Proibido treinadores. Somente formadores" e "Espaço de liberdade, improviso e autonomia". "A gente não dá comando, não escolhe os times ou marca as faltas. Eles que fazem isso de acordo com o critério deles. A gente traz a rua para o CT. Eles voltam um pouco a serem criança para fazerem o que mais gostam com a brincadeira e a criatividade", disse Leto, técnico do sub-12, ao ESPN.com.br.
"Eles conseguem desenvolver melhor os recursos técnicos, como o domínio de bola. Eles conseguem se adaptar em terrenos diferentes. Às vezes jogamos em campos que não são planos", afirmou o treinador. A base do Palmeiras tem cerca de 300 garotos – muitos deles de várias partes do Brasil. Quem não é de São Paulo mora em um alojamento fornecido pelo clube na Barra Funda, zona oeste da capital. Eles estudam em um colégio particular que tem parceria com o Verdão.
Além da parte física e técnica, o Palmeiras disponibiliza profissionais para cuidarem da saúde mental dos atletas. "A gente sempre incentiva a questão do estudo, que ajuda no desempenho em campo. Infelizmente nem todos chegarão ao profissional e nós vamos trabalhar outras possibilidades de carreira", disse Manuela da Silva, psicóloga da base, ao ESPN.com.br. "A pressão é muito grande quando eles saem da família para estarem longe. A gente ajuda muito na adaptação e a lidar com essa responsabilidade de estar fora de casa."
Para inspirar os jovens e contar a história, as paredes do CT tem pinturas dos jogadores que saíram da base e tiveram destaque como profissional. O departamento de captação do clube tem cerca de oito profissionais espalhados pelo país que procuram talentos em todas as regiões. Quando um jovem é encontrado em algum clube menor, o Verdão costuma fazer uma parceria nos direitos econômicos para uma futura venda.
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