Negociado, Luan recebe carta do filho e se despede do Palmeiras

A carta posta em cima da mesa da sala, entre 15 medalhas, quatro minitroféus e uma dezena de camisas do Palmeiras , denuncia o momento de mudança na casa do zagueiro Luan. – Oi, papai, chegou a hora de ir embora – diz um trecho da carta, escrita por Murilo, filho mais novo do agora ex-atleta do Verdão. Luan se despediu do clube na noite de quinta-feira passada, com uma homenagem no intervalo da vitória sobre o Vasco, e depois também com um evento na Academia de Futebol. Está a caminho do Toluca, no México, carregando consigo oito anos no Alviverde, 12 títulos e o carinho do filho pelo clube. – Foi muito bom estar aqui, fui muito feliz. Agora é uma nova jornada, uma nova trajetória que tenho certeza de que vai ser de sucesso. Quero jogar mais uns cinco anos e tenho certeza de que essa despedida do Palmeiras foi um até logo – diz o zagueiro, que pensa em ser treinador no futuro. A mudança para Luan acontece agora, com a abertura da janela de transferências, enquanto os filhos ainda permanecerão em São Paulo ao menos até dezembro. – Já pedi para alguns companheiros que moram aqui perto para levar Murilo para os jogos, para ele não sentir essa falta que o Palmeiras vai fazer na vida dele – conta o zagueiro, passando a mão na cabeça do filho. – Pedi ao tio Mayke para levar você, tá certo? – diz o jogador, olhando o mais novo.

Na noite de despedida de Luan, aliás, ainda que só tenha entrado em campo para receber a homenagem, já fora da relação de Abel Ferreira, o filho Murilo subiu ao gramado com o time, cantando o hino ao lado de Raphael Veiga. – Meu coração é verde. Vou sentir muita falta. Vou para o México, mas não sei como que meu coração vai mudar de cor – diz o menino, de cabeça baixa pela timidez. Luan se despede após o 12º título conquistado, sendo os últimos no Paulista de 2024 e o Brasileiro de 2023 - para o qual terminou sendo nome importante -, e chegará ao México para uma experiência de vida. Uma saída da zona de conforto, como ele descreve. E desde já toma as primeiras providências: matricular-se em aulas de espanhol.

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– Acho que é muito mais do que o futebol. Estou indo com o peito aberto e já me matriculando nas aulas de espanhol, mas tenho algumas vantagens por jogar com o Gómez do lado, o Piquerez por perto. No Vasco joguei com Martín Silva e Guiñazu. São estrangeiros que falam espanhol, então a língua do futebol eu vou aprender rápido – conta aos risos. – Acho que vai ser uma aventura legal e enriquecedora para mim e meus filhos.

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