Marcos Bezerra/Futura Press
Gilson Kleina tinha tudo para fazer deste 30 de março um dia histórico para ele. O técnico realizou seu centésimo jogo no Palmeiras, exatamente na data em que completou 46 anos de idade. Mas amargou uma derrota por 1 a 0 para o Ituano, em Pacaembu que teve o maior público em partidas do clube no centenário, e falou em injustiça após ser eliminado na semifinal do Campeonato Paulista.
"Estou muito triste por tudo, não era isso que estava no nosso planejamento. Deixamos a desejar. Agora, infelizmente estamos fora. Tem que ter alguma coisa guardada aí, porque foi muito injusto.
Vi muito o Palmeiras nessas finais", disse o treinador, visivelmente chateado pelo que ocorreu. "Tivemos o apoio do nosso torcedor que sempre pedimos. Lamento e peço desculpas ao torcedor, porque todos estavam confiantes", comentou.
Apesar de falar em injustiça, o comandante admitiu que o Verdão jogou mal. "Tivemos muito pouca chance. Faltou um pouquinho mais de chegada e tranquilidade. A derrota aconteceu porque não fomos competentes", afirmou, argumentando também com os problemas de lesão que teve.
"Não queríamos estar nesse momento. Nós nos preparamos, fizemos um campeonato muito eficiente, comprometido. O futebol é cruel, tem alguns percalços que acontecem.
É uma fatalidade ter seis jogadores machucando, faz a última substituição e outro jogador se machuca em campo. Ficamos limitados. Em jogo eliminatório, você consegue suprir a ausência de um ou dois, mas encontra dificuldade quando tem mais problemas", apontou.
Com o tornozelo direito inchado, Valdivia começou o jogo no banco. Entrou aos 25 minutos do segundo tempo, quando Alan Kardec e Fernando Prass já tinham sido substituídos por lesão.
Durante a partida, Bruno César sentiu lesão na coxa esquerda e Juninho e Wesley reclamaram de dores. "Faltando 15 minutos, a equipe começou a espaçar, tanto é que em cinco minutos ficou ataque contra defesa. Com jogadores debilitados, ficou difícil recuperar", lamentou
Técnico fica no cargo
Apesar da eliminação, Gilson Kleina está seguro no cargo de técnico do Palmeiras, afirmou Paulo Nobre. O presidente do time paulista deu entrevista coletiva antes mesmo do treinador no domingo e fez questão de tranquilizar a todos.
"O trabalho segue normal. O Kleina fica, não muda absolutamente nada em relação isso", disse. "Fiz questão de falar primeiro com o Gilson, e, depois, com todos os jogadores antes da reza.
Disse que hoje é um dia muito triste. Também disse que muita gente vai questionar o trabalho agora, o elenco, o técnico e presidente. Falei que todo esse ambiente e trabalho supersério que está sendo feito desde o ano passado não pode ser jogado no lixo", afirmou, confiando em quem está no grupo.
"O semblante deles demonstra quanto sentiram a derrota e mostra como eles respeitam a camisa do Palmeiras. Uma derrota como de hoje serve para melhorarmos ainda mais a qualidade desse time. Se esse grupo é unido com comissão técnica e diretoria, é agora que temos de mostrar o nosso valor, que vem de dentro para fora, e não de fora para dentro", avisou.
O presidente, contudo, avisa que a frustração não será em vão. "Você não pode tratar com naturalidade, tem que descobrir quais foram as falhas. Estou muito chateado como torcedor, porque sei que esse grupo tinha totais condições de ser campeão paulista", declarou.
Aniversário sem festa
Kleina não cogitou comemorar tanto o aniversário quanto seu centésimo jogo no Palmeiras. "Seria bacana essa marca se conseguíssemos a classificação", afirmou. "Não tem comemoração, não.
Eu queria ir para casa e poder comemorar. Vou chegar em casa e ficar quietinho. Amanhã, tenho que acordar com energia para passar para os jogadores", comentou.
Como comandante, o técnico assumiu a responsabilidade do resultado. "A responsabilidade é toda minha. Não fizemos um grande jogo.
A noite vai ser longa", afirmou, só discordando de quem chamou o time de "sem vergonha". "Os jogadores foram guerreiros e ficaram em campo mesmo sem condição. Há um tempo, tinha jogador que nem vinha, ficava dez dias no estaleiro....Estamos chateados. Essa é a palavra", definiu.
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