'Blindado' contra a pressão, Gabriel Jesus joga Copinha para provar valor

Garoto recém-promovido do sub-17 será titular nesta segunda-feira e luta contra o assédio depois de se destacar no Estadual da categoria para tornar realidade

Gabriel Jesus durante a assinatura de seu novo contrato (Foto: Divulgação)



A rápida ascensão de Gabriel Jesus no Palmeiras terá nesta segunda-feira um novo capítulo, quando o atacante de 17 anos, recém-promovido ao sub-20, joga a estreia do Verdão na Copinha, diante da Ferroviária-ES. Principal aposta da base alviverde, ele virou xodó da torcida depois de brilhar no sub-17 em 2014. No clube, é unânime a preocupação com o assédio sobre o jogador.



Ao assinar a renovação de contrato por cinco anos, em dezembro, o garoto já ouviu de Paulo Nobre:



– Não deixa subir o sucesso à cabeça, porque na simplicidade você vai longe pra caramba – afirmou.



Na base, o status de estrela é combatido. Gabriel começou a ser exaltado por conta dos muitos gols que fez no Paulista Sub-17: foram 37 em 22 jogos. A partir de então, a negociação para renovar tornou-se uma novela, e a torcida, além de pedir o “fico” do jovem, quis que o atacante fosse levado direto ao profissional para evitar o rebaixamento.



– Gabriel foi muito exposto. Será que o garoto está preparado para isto? Ele tem só 17 anos, e o torcedor lê, vê sobre ele, e acha que já tem 25, 30 anos. Precisa de um trabalho gradativo, é um menino com potencial de crescimento, como outros, mas ainda é muito novo – afirma o coordenador das categorias de base do clube, Erasmo Damiani.



O repentino sucesso mobilizou a base do clube, com direito a conversas com a psicóloga do Verdão, técnicos e coordenadores. Apesar do elogio à “cabeça” do jogador, existe o medo de que este ambiente criado atrapalhe sua formação.



– Ele tem uma cabeça boa. Hoje, pode ser o mais visado, mas pode ser que na Copinha outros dois ou três meninos subam (aos profissionais), e aquele que era o todo poderoso deixa de ser. Temos vários casos de jogadores promissores que não vingaram em cima. Por isto o clube tem de trabalhar com os pés no chão – acrescenta Damiani.



Até 2012, Gabriel ainda jogava na várzea. Em 2015, deve ser analisado por Oswaldo de Oliveira nos profissionais após a Copinha. Uma ascensão, de fato, meteórica.



Atacante durante treinos para a Copinha na Academia (Foto: Divulgação)



CONFIRA UM BATE-BOLA COM ERASMO DAMIANI:



Com 17 anos, Gabriel já está pronto para lidar com a pressão no time profissional?

O Gabriel tem 17 anos e 15 milhões de torcedores achando que ele vai ser a salvação. Não vai. Agora ele jogará em uma categoria decisiva (sub-20), e você tem que prepará-lo, pois pode ser uma pérola que se for mal lapidada não virará algo precioso.



Quais os planos que vocês fazem com ele no Palmeiras?

Gabriel tem mais três anos (no sub-20) para ser trabalhado para o profissional, mas pode ser que daqui 60 dias ele esteja jogando no time de cima. Vai do feeling do treinador, mas ele ainda precisa ganhar massa, força, e também melhorar fundamentos.



Como o Gabriel lidou com este assédio durante o sub-17?

Ele não sabia muito o que estava acontecendo. Malcom (do Corinthians) não foi exposto assim. E ele hoje está na frente do Gabriel, porque jogou a Copinha com 17 anos, é titular no Corinthians. Tem de resguardar o atleta para não perdê-lo.

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