'Pechincha' no Allianz Parque para shows surpreende o Palmeiras

Aluguel da arena para os dois shows de Paul McCartney foi de apenas R$ 300 mil e rendeu R$ 60 mil ao clube, que cobrou explicações à parceira de relação conturbada

Paul McCartney no Allianz Parque rendeu só R$ 60 mil ao clube (Foto: Divulgação)



O baixo valor cobrado pela WTorre para alugar o Allianz Parque pegou o Palmeiras de surpresa. A construtora recebeu apenas R$ 150 mil por cada um dos dois shows de Paul McCartney, e rendeu ao clube modestos R$ 60 mil (20% do aluguel, conforme estipulado em contrato nos primeiros cinco anos). O valor gerou incômodo no Verdão, que pediu uma prestação de contas mais detalhada à construtora.



A “pechincha” faz parte do plano estratégico da empresa para recuperar os R$ 630 milhões gastos na reforma da arena e parte do clube social durante os 30 anos em que cuidará do estádio. O projeto, que conta também com ganhos em diversos eventos que a arena receber, prevê um aluguel não tão alto quanto em outros locais, como o Morumbi, especialmente no início, para conquistar novos parceiros.



O problema é que a diferença foi muito grande. Um show no estádio do São Paulo rende ao clube rival cerca de R$ 1,2 milhão. Mais do que isto, em 2010, o antigo Palestra Itália recebeu um show do Aerosmith por R$ 400 mil. O Exaltasamba, utilizando a estrutura dessa apresentação, também tocou no estádio há quase cinco anos, por R$ 200 mil.



A justificativa da WTorre pelo valor baixo é de que infraestrutura é melhor, mais nova e desta forma não é preciso gastos extras com acessibilidade, por exemplo. Ainda assim, o Verdão não foi comunicado previamente sobre a decisão de praticar valores tão baixos para o aluguel, nem teve explicações sobre o porquê de apenas R$ 150 mil por show. Pessoas no clube gostariam de ver a construtora pedir valores compatíveis ao mercado, e a empresa, por sua vez, diz que a quantia irá crescer gradualmente. Ainda assim, ficará abaixo do concorrente, o Morumbi.



O impasse, revelado em reportagem do site da ESPN, é mais um capítulo da conturbada relação entre as partes. Palmeiras e WTorre discutem na corte arbitral pontos divergentes no contrato assinado por 30 anos, como a divisão da venda de cadeiras da arena. A questão do aluguel, ao menos por enquanto, não deve ser discutida na arbitragem.

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