Mauricio recebeu a camisa número 18 das mãos da presidente Leila Pereira e revelou a posição em que prefere atuar em campo. Embora seja um meia de ofício, ele também pode jogar na ponta. A ideia de Abel Ferreira, inclusive, é utilizá-lo em algumas ocasiões na vaga de Estêvão, na ponta direita. – Estou muito feliz de estar trabalhando com ele, dispensa comentários. Tanto a parte tática e humana é um treinador qualificado e espero estar dentro de campo. Em relação a posição eu sou versátil, jogando pelo lado e por dentro. Isso é uma característica de jogadores do Palmeiras, que fazem isso. Eu quero estar dentro de campo para ajudar o Verdão – comentou.

Mauricio, por sua vez, sabe da forte concorrência que terá se tiver que disputar uma vaga com Estêvão. O garoto se tornou titular absoluto e tem sido decisivo jogo após jogo. No último domingo, por exemplo, ele fez gol e deu assistência na vitória por 2 a 0 sobre o Bahia. O meia-atacante reconheceu a qualidade do novo companheiro e disse ficar impressionado com as coisas que ele faz em campo. Inclusive, o chamou de extraclasse. – O Estêvão, claro, é muito bom jogar com jogadores extraclasse. Não é só ele, mas se tratando de Estevão é um garoto com tão pouca idade, mas tem muito recurso, mentalidade boa, a qualidade fala por si só. Vive um momento incrível. No Cruzeiro, ele estava lá, mas não tinha esse contato por conta da diferença de idade. Mas eu sempre assistia a lances dele – afirmou.

Treinando na Academia de Futebol há pouco mais de dez dias, Mauricio poderá estrear no próximo dia 17 e confirmou que estará à disposição de Abel. – Tem sido muito bom os treinamentos. Quando conseguimos treinar com o elenco todo, para adquirir as ideias do Abel. A gente sabe que varia de treinador para treinador a filosofia de trabalho. São diferentes. Os clubes tem muita troca de treinador e as vezes leva tempo a adaptação, mas já me sinto bem nessa adaptação do treinador. E acho que dia 17 já estarei pronto para estrear, mas ai fica a cargo do treinador – finalizou.

Mauricio se tornou a segunda contratação mais cara da história do Palmeiras. O Verdão desembolsou R$ 62,1 milhões por 80% dos seus direitos econômicos. Seu contrato é válido por cinco anos. Veja outros trechos da entrevista:

Escolha de sair do Inter e fechar com o Palmeiras – Quando teve proposta do Palmeiras pelo projeto, pela estrutura, pelo elenco, comissão, direção acho que chamou a atenção. No Inter me sentia bem também, vinha sendo titular, mas acredito que aqui seja um desafio muito bom para mim. Quero me adaptar no clube, com o que a comissão pede dentro de campo. É trabalhar, sempre fui trabalhador. Vou ter a oportunidade. Acho que vários fatores chamam a atenção. Você olha a qualidade do elenco, a comissão, disputa todos os títulos para vencer. Supermundial chama a atenção também, claro. Não veio no começo do ano – Acho que é tudo no momento certo. Às vezes você quer de um jeito, tenho fé, acredito no tempo de Deus. No começo do ano teve esse interesse, mas as coisas não andaram. Continuei trabalhando no Inter, não deixei minha cabeça desvirtuar. O interesse voltou e as coisas caminharam naturalmente e vi que era o momento certo. Aí vim para cá em busca de um novo desafio. – Sobre questão da negociação é difícil você cravar coisas assim. No começo do ano o Inter estava em outra situação do que agora. A enchente ninguém teve controle da tragédia, o tamanho do estrago que aconteceu. Afetou no presidente em busca de recursos. Quando chegou a proposta fiquei honrado e feliz. Deu tudo certo.

Sobre inspiração em Veiga – O Veiga é uma inspiração para mim pela história que tem no clube, o que representa e características dele. Tem coisas que são parecidas, outras não. Todo mundo está para agregar, ajudar. Um elenco que não tem um só que resolve. É a força do Palmeiras. Estou feliz de estar aqui.

Amizade com Endrick – O Endrick a gente sabe que tem qualidade fantástica. Com 17 anos está indo para o Real Madrid, titular na Seleção. Presente e futuro do nosso país. Fico triste de não jogar com ele aqui. Ele também ficou bravo de eu não ter chegado antes. Uma amizade que começou no pré-olímpico. Ele perguntou como estava sendo a adaptação, estrutura, se me receberam bem. Resenha. Falei que estava sendo muito legal, que eu não esperava tanta estrutura, os jogadores também me recebendo bem. Isso mostra não só o lado profissional, mas também o lado humano.