Dispensado da Ponte, goleiro desabafa e lembra até de oferta do Verdão

Desempregado, Roberto disse ter sido queimado na Macaca, que não teve o vínculo renovado após o fim da Série B. Arqueiro se destacou no acesso para a Série A

Ponte Preta anunciou a saída de Roberto após o fim da Série B (Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)



O goleiro Roberto, que defendeu a Ponte Preta por dois anos e meio, falou pela primeira vez desde que foi dispensado pelo clube após o acesso para a Série A do Brasileiro deste ano. Desempregado e curtindo férias com a família em Porto Belo, no litoral catarinense, o arqueiro desabafou em entrevista ao LANCE!Net. Afirmou ter sido "queimado" na Macaca.



Com 105 jogos pela Ponte, o jogador explicou a sua saída do Alvinegro Campineiro, revelou guardar mágoa com uma pessoa ligada ao clube, que aponta como o principal responsável por ter deixado à Macaca. Apesar de não ter mencionado o nome, o goleiro cutucou e declarou não acreditar que algum companheiro possa ter participado da dispensa.



- O que me foi passado é que iria haver uma reformulação no elenco e que não contavam comigo. Desde 2012, algumas pessoas estavam me alertando a respeito de alguém que só descansaria o dia que me tirasse de lá. No ano passado, essa pessoa me tentou tirar, mas não conseguiu. Este ano deu certo e pode ter ajudado no processo. Ela sabe que fez isso e agora eu sei a respeito dessa situação. Conhecendo o nosso grupo, a amizade e o respeito que tínhamos, acho muito difícil algum atleta ter colaborado com a minha saída. Existem algumas coisas que não podemos exigir de pessoas, que não tem para oferecer, então melhor não nos iludirmos - alfinetou.



O atleta confirmou ter recebido uma proposta do Palmeiras no segundo semestre do passado e assegurou que não acertou com o clube da capital, pois os dirigentes da Ponte teriam ligado para outros clubes não tirarem o goleiro da equipe. O Verdão procurava um substituto, quando Fernando Prass estava afastado dos gramados por lesão.



- Se a Ponte não tinha intenção de ficar comigo, não deveria ter entrado em contato com outros clubes para impedir que me fizessem propostas.

Deveriam ter deixado eu seguir minha vida, por exemplo, na época em que o Palmeiras queria me contratar - lamentou o ex-capitão.



Sem clube, Roberto analisa propostas de dois times brasileiros, além de sondagens da Espanha e Inglaterra. O futuro deverá ser definido em breve.





CONFIRA NA ÍNTEGRA O BATE-BOLA, COM O GOLEIRO ROBERTO:



LANCE!Net: Como era o seu relacionamento com diretoria, comissão técnica e jogadores fora de dentro de campo?

ROBERTO: Nunca tive problemas, aliás ajudei a resolver alguns.



L! - Como você se sentiu após a diretoria ter te procurado, já que o seu contrato não foi renovado?

R: Esperava ficar na Ponte e fiquei um pouco chateado, mas vida que segue. Vamos para a próxima missão.



L! -Você se sentiu prejudicado ou humilhado por algumas pessoas dentro da Ponte?

R: Não. Só acho que deveriam ter deixado eu seguir minha vida.



L!- Apesar de não ter renovado com a Ponte Preta, você voltaria a defender a camisa do clube um dia?

R: Com certeza. Gostei muito de vestir aquela camisa, a história do clube se asemelha muito a da minha, de superação e luta, mas todo ciclo tem um fim. Achei que este demoraria um pouco mais, mas....



L! - A pessoa que chegou a pedir a sua saída, você voltaria a trabalhar com ele (a)?

R: Nunca digo que dessa água não beberei, mas se eu puder optar, não.



L!- Qual foi o melhor e o pior momento no clube?

R:Eu mantive uma regularidade na Ponte, tanto que alcancei a marca de 105 jogos. O pior momento foi o início da Série B, onde as coisas não davam certos. Não digo que a Sul-Americana foi o auge da minha carreira, mas foi um momento muito bom. Uma experiência muito positiva, tanto para mim, quanto para parte daquele grupo.



L!- Como analisa a passsagem pela Ponte?

R: Descrevo como uma passagem positiva, uma volta por cima na minha carreira, onde conheci pessoas importantes, vivi momento espetaculares. O mais importante disso tudo é que deixei a Ponte Preta no lugar em que encontrei que foi à Série A do Brasileiro, em um patamar muito mais elevado que é o reconhecimento internacional. Lógico que não consegui isso sozinho, agradeço a todas as pessoas que me ajudaram nessa caminhada.



L!- Ponte foi a equipe que mais te deu prazer para jogar?

R: Todas as equipes que joguei me deram muito prazer, pois jogar futebol para mim é um grande prazer. Na Ponte, vivi momentos especiais como vivi em outros clubes que atuei. Falar que foi o clube que mais senti prazer seria injusto, mas com certeza levarei um carinho especial por essa camisa.



L! -Qual é o seu sentimento pela Ponte Preta?

R: Foi especial, pois a Ponte sempre teve bons goleiros o que gera uma certa pressão. A cobrança é muito grande em relação aos goleiros, mas passei por esse teste e consegui me firmar, sendo que hoje ando nas ruas e as pessoas comentam: olha ó Roberto, da Ponte Preta. Essa identificação com a camisa da Ponte, faz com que jamais esqueça dos momentos no clube. Outro fato que me marca muito, é ter uma bandeira tremulando nas arquibancadas, isso jamais alguém irá apagar.



L! - Quais são os seus planos para 2015?

Ser feliz, poder levar minha vida pessoal e profissional da melhor maneira possível.



L!- O que você tem feito agora, como desempregado?

R: Curtindo a família, resolvendo algumas coisas, praticando esportes diferentes do futebol e me preparando para o mais breve possível. Lógico que a pelada no fim de tarde na praia, não pode faltar.



L!- Como é aguardar a definição para saber onde vai jogar neste ano?

R: É complicado, pois vejo os times se apresentando e fica aquela ansiedade para voltar logo a fazer o que eu mais gosto que é treinar e jogar, mas é uma ansiedade necessária, enquanto isso minimizo curtindo com a família.

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