Quase xará do Verdão, Palmeira-RN confunde torcedores na Copa SP

Equipe da cidade de Goianinha, no Rio Grande do Norte, tem símbolo muito parecido ao do clube paulista e por muito pouco não é mais um "Palmeiras" na Copinha

Escudo do Palmeira-RN logo remete à Sociedade Esportiva Palmeiras (Foto: Cairo Barros)



Quem passa o olho rapidamente pelos 104 clubes da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2015 pode achar que o Palmeiras está sendo representado por duas equipes na principal competição de base do Brasil. Porém, ao observar com calma, é possível notar que o alviverde paulista está no Grupo J ao lado de Inter de Limeira, Murici e Desportiva Ferroviária, e o time verde e branco do Grupo Y na verdade é o Palmeira, da cidade de Goianinha, no Rio Grande do Norte, que fica a quase três mil quilômetros de São Paulo.



Com muitas coisas em comum, como as cores e os escudos quase idênticos, os nomes também seriam iguais, não fosse um fato inusitado na história do clube potiguar.



– O clube existe desde 1959 como "Palmeiras" e em 2009 se profissionalizou. Na época, o secretário do presidente, quando foi à federação, escreveu o "Palmeiras" sem o “S” no final. O presidente Cláudio José Freire, que estava entusiasmado e realizando um sonho, voltou para Goianinha e, só depois que a adrenalina baixou, ele viu que estava faltando a letra no final. Aí ele gostou e pensou: "vamos fazer história desse mesmo jeito" – diz Clegilvan Lima, que está em Guarulhos como gerente da delegação do Palmeira na Copa São Paulo.



Além do nome, o escudo do Palmeira de Goianinha é o que mais remete à Sociedade Esportiva Palmeiras. Há apenas duas diferenças visíveis entre os dois símbolos. Uma delas é que o do Palmeira conta com quatro estrelas amarelas, enquanto o do Palmeiras tem oito, todas na cor branca. As duas letras “P” presentes nos escudos de ambos os times também só não são iguais em função da diferença nas cores. O símbolo do Palmeira ainda carrega os escritos "P.F.C.", de Palmeira Futebol Clube, e "Goianinha", em referência à cidade de origem.



E essa semelhança com um dos grandes clubes do futebol brasileiro provoca algumas situações inusitadas na rotina do time de Goianinha, que os profissionais do clube encaram com bom humor. O ex-jogador e auxiliar técnico da equipe na Copinha, Waltecir Ângelo da Silva, presenciou a maioria desses momentos.





Luís Felipe foi o autor do único gol do Palmeira na derrota para o Flamengo-SP (Foto: Cairo Barros)



– O pessoal provoca. Aqui em São Paulo as pessoas nos veem e mandam um “vai, Corinthians”. Alguns param, tiram fotos, pedem autógrafos. Depois veem a palavra “Goianinha” embaixo do escudo e percebem que não é o Palmeiras daqui – diz o auxiliar.



Mesmo não tendo a tradição do quase “xará” de São Paulo, e apesar da derrota para o Flamengo-SP por 2 a 1 na primeira rodada, jogadores e membros da comissão técnica do Palmeira acreditam em um bom desempenho da equipe no Grupo Y. Cássio Adriano, técnico do time que disputa a Copinha, tenta passar aos seus atletas a importância desse momento vivido em Guarulhos para suas carreiras.



– O Palmeirinha é Palmeirinha só no nome, na palavra pequena, porque o nosso objetivo é grande. Temos total confiança que vamos fazer um bom papel. É tudo igual. Sabemos que a Copinha é uma grande vitrine do futebol brasileiro, então desejamos aos jogadores que eles tenham sucesso na realização desse sonho e que aproveitem esse grande momento da vida deles – diz o treinador.



Nesta quarta-feira, o Palmeira do Rio Grande do Norte enfrenta o Atlético-PR pela segunda rodada da Copinha. A partida ocorre às 16h, no Estádio Antônio Soares de Oliveira, em Guarulhos.

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