Ambicioso, Mattos 'vive' de sonhos e mira a CBF: conheça o diretor do Verdão

7/1/2015 07:41

Ambicioso, Mattos 'vive' de sonhos e mira a CBF: conheça o diretor do Verdão

Dirigente falou com a reportagem em novembro, quando ainda estava no Cruzeiro, e L!Net traça um perfil do homem forte do futebol do Palmeiras, que será apresentado nesta quarta

Ambicioso, Mattos 'vive' de sonhos e mira a CBF: conheça o diretor do Verdão

Alexandre Mattos será apresentado ao meio-dia no Verdão (Foto: Washington Alves/VIPCOMM)



Alexandre Mattos trabalha desde o fim de 2014 no Palmeiras, mas foi anunciado apenas nessa terça pelo Verdão. O novo diretor de futebol é visto no clube como a grande arma para fazer a equipe se recuperar da sua última fraca temporada, e o LANCE!Net traçou o perfil do homem-forte alviverde, que será apresentado ao meio-dia. Em entrevista feita em 9 de novembro, quando ainda estava no Cruzeiro, Mattos falou sobre seu estilo de trabalho. Ambicioso, o executivo sonha com Seleção Brasileira, e não abre mão de ter autonomia em seus trabalhos.



- O executivo está lá para isto (tomar as decisões). Depende de cada particularidade de cada clube e presidente. Presidente precisa participar, porque ele é eleito para cuidar do clube, mas o profissional tem de ter autonomia, a confiança, e obviamente uma prestação de contas tem de acontecer, como acontece nas empresas de maneira geral - resumiu Mattos.



Hoje aos 38 anos, o novo diretor de futebol chegou a iniciar uma carreira de jogador, mas logo percebeu que não teria futuro. Decidiu, então, partir para a área acadêmica: formou-se em Educação Física, além de fazer um curso de administração com gestão em esportes, e MBA em gestão esportiva. Aos 26, entrou no América-MG como assessor da presidência, e em pouco tempo ganhou espaço, tornando-se em 2005 diretor de futebol no Coelho, função que exerceu até o fim de 2011 - em março do ano seguinte ele chegou ao Cruzeiro.



Nos dois clubes, o diretor teve bons resultados: no América-MG conseguiu sair da Série C e levar a equipe à Série A, e na Raposa foi o responsável pela montagem do elenco bicampeão brasileiro. Agora pronto para assumir o Verdão, Mattos terá de lidar com a forte pressão política vindo de conselheiros, e a posição centralizadora de Paulo Nobre - motivo que gerou até atritos entre os dois.



- O executivo profissional tem que ser competente de lidar com o lado político do clube também. Ele pode transformar o que era há alguns anos muito amador em mais profissional. Cabe ao executivo saber se ajustar e ganhar autonomia e confiança das pessoas para exercer efetivamente o cargo. Há uma dificuldade, um entendimento um pouco diferente, é normal, até pela situação de cada clube, mas o executivo tem que se adaptar ao processo do clube, e não o contrário - acrescentou.



Além de autonomia, Alexandre sabe da necessidade de bons investimentos no futebol: "se investir menos, o resultado é pior", ele resume. Este será mais um obstáculo que o diretor terá de driblar no Verdão, já que Nobre é conhecido por uma postura mais conservadora em relação a gastos - a previsão de receitas, pelo menos, é alta para 2015: R$ 230 milhões. No Cruzeiro, Mattos teve liberdade para montar os elencos da Raposa durante os quase dois anos na Raposa. E nem sempre acertou.



- Quando você está em um negócio, você precisa entender a essência, o todo de uma maneira geral. É bem necessária a compreensão do futebol para a tomada de decisões acertadas. No futebol você não acerta 100%, você tem que acertar mais do que errar. Muitas vezes você vai errar também. Mas para acertar mais, precisa conhecer a fundo - explicou.



Pela primeira vez fora de Minas Gerais, Mattos deixou sua "zona de conforto" para ter a responsabilidade de reformular um clube que conquistou seu último grande título em 2012, mas não consegue ter uma sequência entre as potências do Brasil há mais de cinco anos. Ambicioso, Mattos sabia que sair de seu estado era o "caminho natural" para levá-lo ao seu maior sonho: a Seleção Brasileira.



- Eu me baseio muito nos sonhos. Tinha o sonho de mexer com futebol, obviamente ter o crescimento profissional e agora vêm os objetivos. Sou um cara muito movido a desafios, a conquistas, e claro, sair um dia de Minas é um caminho natural, e o sonho maior é chegar à Seleção Brasileira. Venho me capacitando, evoluindo a cada dia, e no futebol a entidade maior de todas é a CBF, então quem sabe Deus me coloque nesta situação de estar presente e desempenhar meu trabalho - encerrou.



CONFIRA A OPINIÃO DO DIRETOR DE FUTEBOL DO VERDÃO SOBRE:



União de clubes para discutir finanças:

"O futebol vai ter que fazer mudanças na parte financeira, porque ninguém está dando conta. O que aconteceu foi que há alguns anos houve uma injeção financeira muito grande, seja ela de televisão, de patrocinadores, talvez com a Copa do Mundo que veio, houve um repatriamento de atletas ganhando valores impensáveis há um certo tempo. Isto inflacionou o mercado de uma maneira geral, clubes que antes não atrasavam salários estão atrasando. Clubes precisam ter mais união, tentar separar rivalidade, aquele objetivo de estar sempre melhor e ganhar do seu adversário, acho que isto aí tem que ficar mais dentro de campo, e fora tentar arranjar uma forma de se juntar por um bem maior e um bem comum. Vem acontecendo com as tentativas junto do governo, de responsabilidade fiscal, processos que acontecem de maneira conjunta, clubes, federações, CBF, e até atletas opinando com consenso. Este processo natural de juntar todos no bem do futebol brasileiro"



Relação com empresários:

"Os empresários se profissionalizaram muito, existem grandes agentes no Brasil, os que tentam ser, e tentam se posicionar no mercado, e tem os que estão lá para tentar se aproveitar, mas é normal de todas as profissões. Acho que este processo de profissionalização engloba os agentes. Os que não fazem de maneira correta perdem espaço até com clientes, que são os atletas"



Negociar é a parte mais difícil do trabalho? E a melhor parte?:

"A questão negocial, blefe, acontece no mercado financeiro, no mercado imobiliário, como acontece no futebol. Com empresário a maneira mais fácil de lidar é: coloca no papel, define bem certo as coisas que não tem conversa. O que é definido é feito. Claro que tem pensamentos diferentes, às vezes ele quer um ajuste, um aumento, são coisas do dia a dia que tem de saber levar. Não me incomoda. É uma maior dificuldade. E a coisa boa é quando chega e vê que fez o trabalho bem feito. Falei com a minha esposa, talvez minha maior satisfação não tenha sido nem quando ganhou os títulos, mas quando vi a alegria do torcedor, que é a razão de ser do futebol. Quando consegue tocar no coração de cada um do seu cliente, que é o torcedor, e entrega um sonho, seja ser campeão do que for, e pegar isto e efetivamente concluir ele, é a maior realização que você pode ter"











10551 visitas - Fonte: Lance!Net

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