Simone Biles é um dos grandes nomes das Olimpíadas de Paris, tendo a brasileira Rebeca Andrade como sua principal oponente. A ginasta de 27 anos de idade, que já soma dez medalhas olímpicas ao todo, abriu mão de disputar a final por equipes na edição de Tóquio por sua saúde mental. – Parabéns a Rebeca que disputou com uma menina absolutamente extraordinária, que teve problemas emocionais com as críticas. Alguns acham que o jogador e o treinador não querem ter resultado ou não se esforçam e não dão o melhor. Isto é um exemplo como um atleta de excelência, as questões emocionais podem acontecer a qualquer um de nós. E nos momentos de dificuldade, vemos os rostos de quem está conosco e quem só está às vezes – ponderou.

– E o que esta menina (Simone Biles)... parou por um ano, um ano e meio. Porque não aguentava a pressão psicológica. E aqui no Brasil isto é um absurdo. Aqui criam-se notícias, dizem que as lideranças isto e aquilo. Só para gerar notícia. Isto é falso, ruim, um jornalismo raso, baixo. Parece que cheguei aqui há quatro dias. Estou no futebol brasileiro há quatro anos, não há quatro dias. Não preciso que falem bem de mim, só quero que me respeitem – prosseguiu. A pressão foi um dos pontos listados por Abel Ferreira para explicar o que aconteceu nos últimos quatro jogos sem vitória.

O técnico admitiu a má fase e falou que jogadores, torcedores e comissão técnica não estavam acostumados com sequências assim. Além da questão mental, ele lembrou que recentemente jogadores receberam ofertas para sair e ficaram balançados, os reforços Giay, Maurício e Felipe Anderson chegaram há pouco tempo e ainda não estão ambientados, mas entende que principalmente as lesões têm atrapalhado o trabalho. – O Núcleo de Saúde e Performance tem tido mais trabalho este mês do que nos quatro anos que tivemos aqui. Felizmente temos gente competente que sabe o que se passa – citou.

Neste momento, o Palmeiras não conta com Piquerez, que passou por cirurgia no joelho e pode perder toda a temporada, além de Estêvão, que era o grande nome da equipe e tem um entorse no tornozelo esquerdo. Mayke, Lázaro, Zé Rafael e Dudu foram outros jogadores que Abel lembrou que tiveram de lidar com lesões em um passado recente, também. – É no momento das frustrações que a gente vê quem nos apoia incondicionalmente ou só de vez em quando. Mas como sempre fazemos, todos somos um, pelo menos dentro do CT, em todos os momentos. Já disse mais de uma vez, houve saídas, houve entradas, há um período de adaptação. Há jogadores que infelizmente que baixaram de rendimento, alguns por questões emocionais – reforçou.

– Também já disse que este mês fomos fustigados por interesses de clubes estrangeiros, que mexem com eles. São propostas absurdas, mexem com todos. Mas mais do que isso, é a quantidade de lesões que tivemos no período e não tivemos em momentos anteriores – concluiu. Antes do jogo de domingo, a Academia de Futebol chegou a ser invadida por um grupo de 20 torcedores da Mancha Alviverde, que gostariam de conversar com Abel Ferreira e jogadores, o que não aconteceu. Ao ser perguntado sobre o caso, Abel apenas declarou que está identificado quem protestou e entende a frustração deles, pois também está assim.

O técnico apenas fez um apelo para que a torcida apoie o Palmeiras na quarta-feira, quando recebe o Flamengo, às 20h (de Brasília), no Allianz Parque. O time precisa reverter a derrota por 2 a 0 sofrida na ida para avançar às quartas de final da Copa do Brasil. – À nossa torcida, aos 16 milhões de torcedores que temos, que na quarta nos ajudem do primeiro ao último segundo, a estar na próxima fase. É o que o Palmeiras vai fazer. – Aqui dentro cada um sabe o que tem que fazer. Somos verdadeiros, nossos torcedores sabem que só temos uma solução. Continuar a trabalhar, contra tudo e contra todos, lutando por títulos, como fazemos – encerrou.