Santos e Verdão – Quem os viu, quem os vê…

9/1/2015 16:06

Santos e Verdão – Quem os viu, quem os vê…

Santos e Verdão – Quem os viu, quem os vê…

Torcedor palmeirense sofreu na última rodada do BR-2014 (FOTO: Ari Ferreira)



Há pouco mais de um mês, precisamente no dia 7 de dezembro, o Palmeiras livrou-se do seu terceiro rebaixamento em 12 anos na bacia das almas. Naquela tarde de domingo, o Santos superou o Vitória por 1 a 0 e salvou seu rival alviverde – um empate no jogo em Salvador também serviria para o Palestra. O alívio palmeirense, que teve mais vaias que festa na novíssima arena, acontecia ao largo da indiferença santista. O Peixe apenas cumpria tabela em uma temporada em que não conquistou título, mas passou raspando: foi vice-campeão paulista e semifinalista da Copa do Brasil. Esteve a pique de eliminar o festejado Cruzeiro na competição nacional. O sonho foi por terra após uma lambança do zagueiro Bruno Uvini quando a equipe vencia por 3 a 1 na Vila Belmiro. O resultado, patrão comum na crítica do futebol, engana quando o olhar vai mais a fundo. Esta semana, os clubes retomaram as atividades e com os ânimos de sinal trocado.



O Santos vive uma crise financeira robusta, devendo salários, e com o novo presidente, Modesto Roma, tentando explicar o inexplicável rombo no caixa – herdado da gestão que o precedeu. O Palmeiras, por sua vez, vai para o segundo mandato de Paulo Nobre com outra perspectiva, refazendo o elenco, tentando ousar no mercado e com o caixa, ao que consta, em dia. Os dois clubes apresentaram novos diretores e o discurso explicita como a perspectiva mudou de mão. Alexandre Mattos, que assumiu a diretoria de futebol do Palmeiras com status de estrela (astro, para fazer jus ao gênero) depois de atuação grandiloquente no Cruzeiro, vinha costurando reforços mesmo antes de assumir, ainda com contrato em Minas Gerais. Classificado como “agressivo no mercado” por Cícero de Souza, gerente de futebol do clube, pontuou que um dos trunfos que usará para seduzir bons jogadores é o fato de o Palmeiras pagar em dia. Algo raro na conjuntura atual da bola nacional, bem sabemos.





Peixe tem melhor base, com Robinho, mas vive situação financeira crítica (FOTO: Ivan Storti)



Com um time-base superior ao do rival, o Santos mostra mais comedimento. O fator primordial não é a qualidade da equipe, que tem carências evidentes, e sim o caótico quadro financeiro que impede de honrar os compromissos em dia, como faz o rival. O ex-jogador Clodoaldo, que ressurge no clube como consultor do diretor-executivo Dagoberto dos Santos (uma espécie de Alexandre Mattos do Peixe), deu a suposta solução, clássica no caso santista: apostar na base. – Eu diria que essa não é a solução apenas para o Santos, mas para o futebol brasileiro como um todo – disse à ESPN Brasil. Em 2002, tempos de vacas ainda mais mirradas, o Santos viu-se forçado a apostar na molecada. Marcelo Teixeira, tutor de Modesto Roma, era o presidente na ocasião e viu os diamantes Robinho e Diego, ainda brutos, serem lapidados rapidamente e encerrarem um jejum de 18 anos sem títulos. As tradicionais safras de Meninos da Vila, iniciadas com a turma de 78 sob a égide de Chico Formiga, viraram mantra no clube litorâneo quando o cinto aperta. O problema é quando a vocação santista, tão celebrada pelo ex-presidente Luis Álvaro como expressão de um DNA, vira muleta para encobrir erros administrativos que deixam o clube no vermelho. A solução que se quer recorrentemente mágica vem sem que se escancare as entranhas. Era preciso explicar como o clube que conquistou a Libertadores há três anos e meio e ficou com seu maior jogador pós-Pelé por um bom tempo com custo baixo, explorando sua imagem, está com as contas pútridas.



Os recentes times do Palmeiras têm lembrado as engenhocas que o Santos teve em parte dos anos 80 e 90. Não são poucos os palestrinos que classificam a equipe do ano passado como a pior de todos os tempos – justo quando comemoraram o centenário (!!!). Neste século, os santistas acostumaram-se a gritar “é campeão” como jamais se poderia supor. O oposto do Palmeiras, que levantou taças de forma rara, muito abaixo de sua grandeza, e visitou duas vezes a Segunda Divisão. Olhar como os dois iniciam a temporada presente é jogar a toalha do óbvio. Os palmeirenses têm uma nova casa e, sem entrar no mérito da divisão de receitas com a construtora, festejam esse salto para o futuro. O Santos segue emperrado nos projetos de uma nova Vila Belmiro, não tem um projeto claro de como explorar sua sui-generis condição de clube de duas cidades e vem colecionando ano após ano médias ridículas de público. O borderô de alguns jogos de 2014 indicaram déficit, condição que é uma espécie de haraquiri financeiro.



Para completar a ironia do cenário, o Palmeiras inicia o ano com Oswaldo de Oliveira no comando. Justamente o técnico demitido do Santos quando fazia um bom trabalho e com perspectivas de evolução. As inúmeras escorregadas de Paulo Nobre deixaram o Verdão em apuros no ano passado, mas agora o dirigente dá mostras de que o rumo pode ser outro. Na Baixada, o clima é de apreensão. Tudo pode cambiar rapidamente, as coisas no futebol costumam ser de transitoriedade relâmpago. Mas o fato é que Santos e Palmeiras entram na nova temporada com moldes bem diversos daqueles que nos acostumamos a ver em tempos recentes.







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