É possível falar do histórico vencedor deste time do Palmeiras, da capacidade de jogar partidas decisivas no Allianz Parque com ritmo alto e pressão intensa no adversário, ou até no fator Estevão, de volta ao time no segundo tempo do Nilton Santos. Mas se a avaliação se detiver apenas no futebol jogado por um time e outro nos primeiros 90 minutos da eliminatória, ou até nas últimas semanas, será obrigatório enxergar o Botafogo como favorito para ir às quartas-de-final da Libertadores. A eliminatória está aberta, afinal resta um jogo em São Paulo e o Botafogo venceu por margem mínima, embora tenha jogado para um placar um pouco melhor no primeiro tempo. Mas a questão não é só o resultado. Os alvinegros até tiveram suas oscilações em partidas recentes, mas na média é o Palmeiras quem vive uma fase em que o rendimento o distancia claramente de seus melhores momentos.
Na derrota desta quarta, a imposição alvinegra foi nítida na primeira etapa. Se a dificuldade criativa tem sido um problema recorrente no Palmeiras, a isso se juntou uma fragilidade defensiva que não combina com o time nas últimas temporadas. Em grande parte, méritos do ótimo Botafogo de Artur Jorge. Foram 45 minutos em que os alvinegros levaram vantagem de todas as formas sobre o sistema defensivo rival. Diante dos encaixes individuais do Palmeiras, a busca por ataques rápidos, isolando Luiz Henrique no embate com Murilo, deu ao Botafogo as duas primeiras chances do jogo.
Quando conseguia se instalar em campo ofensivo, era a mobilidade do quarteto ofensivo que confundia as referências de marcação do Palmeiras. Giay era levado por Almada para toda parte do campo, o time de Abel Ferreira nem sempre ajustava a marcação e restavam homens livres, como Marlon Freitas no passe para Igor Jesus no segundo gol. O lance revela outro ponto em que o Botafogo criou superioridade: o ataque à profundidade, às costas da defesa adversária. O Palmeiras jamais conseguiu controlar esta jogada, feita a partir de movimentos muito coordenados.
No primeiro gol, Igor Jesus encontra a infiltração de Luiz Henrique entre Murilo e Vanderlan. No segundo, Luiz Henrique fixa a marcação de Gustavo Gomez enquanto Jesus faz movimento contrário, atacando a área para receber de Marlon Freitas. Ao Palmeiras restou um lance em que sua pressão ofensiva, num bom trabalho de Rony, obrigou John a um chute longo interceptado ainda no campo defensivo do Botafogo. Uma rápida troca de passes resultou no gol de Maurício. Houve menos ação na segunda etapa. A posse de bola ficou mais tempo com os visitantes e nem todas as substituições, necessárias a esta altura do calendário brasileiro, melhoraram os times.
Com Matheus Martins e Tiquinho, o Botafogo teve menos ameaça em velocidade, enquanto o Palmeiras já tinha mais estabilidade para defender. Abel Ferreira, por sua vez, abriu mão de Flaco López, mas não ganhou tanto com Lázaro e Felipe Anderson. No entanto, entrou em cena Estevão, que provavelmente será preparado para ter mais minutos em campo daqui a uma semana. Em um lance, construiu a melhor jogada do Palmeiras na segunda etapa. Sua presença logo obrigou Artur Jorge a renovar fôlego na lateral esquerda e colocar Marçal no lugar de Cuiabano.
Mesmo sem atacar tanto, o Botafogo não chegou a sofrer tanto na parte final da partida. Os alvinegros celebraram a vitória com a natural preocupação imposta por um adversário com um admirável histórico recente. Terão a seu favor um time muito bem treinado e fortíssimo em transições, algo que pode ser muito valioso no duelo de volta. O Palmeiras terá Estevão e a força de sua casa. Precisará jogar melhor, e de forma mais criativa, do que tem feito nas últimas semanas.
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