O Botafogo foi multado pelo STJD pela ação de torcedor que pendurou bonecos enforcados com o rosto de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. O Alvinegro terá de pagar R$ 80 mil. O ato ocorreu em uma passarela próxima à entrada da torcida visitante no Nilton Santos, no dia 8 de agosto, antes da partida entre as equipes pelo Brasileiro.
O Botafogo foi julgado no artigo 213 do CBJD, inciso I. O trecho fala em "deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir" atos que foram considerados "desordens em sua praça de desporto". Foi divulgado que houve a identificação do autor da ação contra Leila e Ednaldo. Foi citado que Vinicius de Souza e Silvestre é membro da torcida Fúria Jovem, e a PM encaminhou dados ao Ministério Público. A defesa ressaltou que a organizada já está sob punição das autoridades.
Houve ainda a lembrança que o Nilton Santos tem biometria facial, o que impede que torcedores punidos possam adentrar o estádio. Durante o julgamento, foram citadas as atitudes do clube ao tomar conhecimento dos bonecos. Diego Ferreira dos Santos, major da PM no Bepe, prestou depoimento e salientou que funcionários do Glorioso avisaram à polícia e solicitaram a retirada das peças. A defesa do clube lembrou nota oficial publicada e entrevista de John Textor após o jogo. No debate sobre a aplicação da pena, foi colocada à mesa a necessidade de um efeito pedagógico, mas descartada a perda de mando de campo.
O relator William Figueiredo votou para a retirada do parágrafo 1º do artigo 213, que tem como possibilidade de pena de mando de campo de uma a dez partidas. Alcino Guedes falou sobre "caso de polícia" e ressaltou o depoimento do major da PM. Ele apontou que o Botafogo "fez o que podia fazer" e houve prevenção, mas sem a eficácia necessária. Por outro lado, salientou que existiu atitudes imediatas e que os bonecos foram retirados horas antes do apito inicial. O presidente Marcelo Rocha citou a gravidade dos fatos e a simbologia agressiva dos atos. "Dois bonecos que atribuímos à malhação de Judas. A simbologia é muito agressiva, triste de ver no futebol. É de agressividade que mancha um time. Não há razão para essa fúria desmedida. É salutar que essas pessoas não fiquem próximas ao esporte. É importante que o time atue na prevenção". Ele apontou as atitudes do clube, mas disse que "não pode deixar de punir para que haja a questão pedagógica", e acompanhou o voto do relator.
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