Ao invés de alegria pela goleada por 5 a 0 sobre o Cuiabá ou alívio sobre a resposta dada pelo Palmeiras no jogo seguinte à eliminação na Conmebol Libertadores, Abel Ferreira usou um tom de desabafo e demonstrou irritação depois do compromisso deste sábado, no Brinco de Ouro da Princesa, pelo Campeonato Brasileiro. Em entrevista concedida depois da partida, que deixa o Verdão com 44 pontos, apenas dois atrás do líder Botafogo, o treinador português reclamou de algumas críticas recebidas a partir da queda na Libertadores, na quarta, e tratou de fazer uma dedicatória especial à presidente do clube, Leila Pereira. – Eu não sou essa máquina, faço o melhor com o que tenho nas mãos. Uma coisa que tenho sorte é que tenho os jogadores de darem o melhor sempre e uma presidente... Você vê alguns dirigentes no Brasil, não são todos, que lideram tão bem como ela – destacou Abel, antes de ampliar os elogios à mandatária. – Leila tem mais coragem do que muitos juntos dentro do clube para cada um fazer o que deve. Tenho orgulho de ser liderado por ela. Essa vitória hoje é todinha para ela – disse Abel Ferreira.
O treinador voltou a destacar a superação palmeirense durante o “terrível” mês de agosto, que culminou com eliminações na Copa do Brasil e Libertadores. O comandante, diante deste contexto, reclamou de cobranças de quem classifica como "haters", e não torcedores. – Lesões, ontem duas, uma do Vitor (Reis) e uma do Gabriel Menino. Tem seriedade dos jogos que temos, não há como. O desgaste dos haters também. Tem que distinguir torcedor do que é hater. O futebol é muito mais mental do que pensam. Pena que não somos tão exigentes com resto da sociedade como somos com os jogadores e os treinadores. Por que não são iguais? – afirmou.
Ao ser questionado por uma repórter sobre a condição de Mayke, que saiu machucado no primeiro tempo , Abel respondeu com tom irritado: – Mais uma lesão... É... uma coisa que vocês têm que entender é que tenho que dar satisfação a três mulheres só: minha mãe, minha mulher e a Leila. Elas são as únicas que podem me pedir explicação. Os outros podem se manifestar, elogiar, reclamar.
O treinador ainda completou o desabafo destacando os problemas físicos do elenco durante a maratona das últimas semanas, fator fundamental para atrapalhar o desempenho palmeirense. – O Palmeiras nunca teve tanta lesão desde que estou aqui. O Estêvão que machucou, voltou e machucou, Murilo também, Mayke... Pedimos muito para adiar o jogo de hoje e falaram que o Palmeiras seria muito beneficiado, sempre é assim. Eu sempre peço para ter três dias de descanso, gramado bom. Minha presidente luta por isso, mas ninguém quer lutar pelo que está indo – concluiu.
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