Abel Ferreira citou o filme Divertidamente 2 para afastar a expectativa de título brasileiro no Palmeiras. Após a goleada por 5 a 0 sobre o Criciúma, neste domingo, o técnico lembrou do personagem Ansiedade da animação e só disse que o time brigará até o fim pelo tricampeonato seguido. – Eu aprendi com vocês a viver o presente e vou ser sincero. Acho que aprendi com vocês brasileiros, vocês vivem muito melhor a vida do que os portugueses. Quem pode, desfruta da vida. Não vou criar esta ansiedade em mim mesmo. Já viram Divertidamente? Não vou criar a Ansiedade – respondeu. – É um jogo de cada vez. Faltam 12? Não posso ter esta ansiedade. Não posso levar o futebol tão a sério, futebol tem que ser como parque de diversão, o jogador tem que se divertir. E olhar a forma como vocês vivem a vida, como vocês querem, por isso duram até mais tempo, quero tirar este ensinamento. Também tenho direito a viver, desfrutar a vida pessoal e profissional – seguiu.
Fora nas oitavas de final tanto da Copa do Brasil quanto da Conmebol Libertadores, o Palmeiras tem apenas o Brasileirão a disputar. – A partir do momento que ficamos fora da Libertadores e da Copa, eu mesmo disse aos jogadores, vamos treinar mais e jogar menos. E não vão jogar todos que gostariam de jogar. Não posso mentir. Se faço dez jogos por mês ou quatro, tenho menos jogos. Mostrar quanto cada um quer em cada jogo. Aos jogadores é claro meu critério de escolha: comportamento, rendimento e estratégia. Se alguém que fez gol hoje, se entender que no próximo jogo tem que ficar fora, se tiver comportamento, treinar acima do eu, como bom profissional, o rendimento, a estratégia tem a ver comigo. – Por mim jogavam todos, mas feliz ou infelizmente, porque tudo acontece por uma razão, estamos fora da Copa e da Libertadores. Vamos focar só no Brasileirão e lutar por ele até o fim – resumiu.
Com 50 pontos em 26 jogos, o time está na segunda colocação, a três do líder Botafogo, e venceu os últimos quatro jogos. Ao analisar o momento, Abel avaliou que o intervalo maior entre jogos, causado pelas eliminações precoces, tem ajudado na preparação da equipe. – Tivemos tempo para viver. Coisa que aqui o futebol brasileiro não dá a ninguém e é fundamental. Por isso falo tanto no tempo de recuperar jogadores e o estado mental e emocional. Deu perfeitamente para vivermos um bocadinho, dedicarmos tempo a outra parte da nossa vida, não somos só jogadores ou treinadores. Descansar a mente e o emocional é fundamental. E tempo para treinar, preparar os jogadores – analisou.
– É futebol, algumas vezes vamos jogar assim, em outras o adversário vai bloquear os caminhos. Hoje correu bem, algumas vezes entra, outra não. Criamos oportunidades, não de hoje, mas desde esta época somos a equipe que mais chances cria, e tem a ver com calma e tranquilidade de a cada jogo estar bem taticamente, fisicamente, tecnicamente e meter intensidade. Isto só acontece quando os jogadores estão recuperados, e muitas vezes jogamos a 70% do nosso potencial. Isto faz diferença no resultado final – prosseguiu.
Antes do jogo deste domingo, a última vez que o Verdão havia entrado em campo foi no dia 1º de setembro, na vitória por 2 a 0 contra o Athletico-PR, em Curitiba. Na próxima rodada, o Verdão vai até Brasília enfrentar o Vasco, no domingo, às 16h, em jogo válido pela 27ª rodada da competição nacional. Veja mais trechos da coletiva do técnico Abel Ferreira:
Veiga e Maurício juntos? – Sei que todos vocês gostariam de estar aqui no meu lugar, entendo este lado. Mas digo, vocês têm que estudar, tirar o curso e só depois então podem sentar aqui e escolherem a equipe que acham. Vocês têm o direito de fazer as perguntas que são legítimas, e eu escolho também como responder. opção do treinador, não falo para eles como, tem a ver com minhas opções, idealizei o que era melhor para este jogo. Mudança no time – Tenho que voltar um pouco atrás, nas perguntas que fizeram na altura de junho, antes de entrar em agosto. Eu falei que era um período difícil, saíram cinco ou seis jogadores, entraram três buscando entrar no ritmo do clube. Não gosto das mexidas, mas às vezes é impossível equipes do exterior que querem comprar, como Endrick, Luis.
Expulsão do Caio Paulista – Posso fazer uma pergunta? Acha que é justa ou não a expulsão? Eu digo. É justo. Só pergunto à comissão de arbitragem porque contra o Botafogo, com o Flaco López, não é vermelho, também. Depois dizem que o técnico é reclamação. Se o diretor de arbitragem diz que fazem reuniões frequentemente, dou parabéns ao árbitro, que tem a ver com os três Ds. Contra o Botafogo não há domínio, mas porque teve a falta. Gostaria de responder a todos no futebol brasileiro porque hoje no lance do Caio é vermelho e no lance do López do Botafogo é amarelo. Quem é competente, que responda a mim, aos treinadores do futebol brasileiro. Por que hoje foi vermelho e no jogo contra o Botafogo não foi. Gostaria desta resposta. Não consigo responder.
Sobre o desempenho do Maurício – A comunicação social encontrou um nicho muito bom, de quando tudo aconteceu, puder analisar, criticar. Fazer a autópsia é muito fácil depois. Quando decidimos contratar, sabemos do potencial, que há jogadores que podem demorar um ano ou dois. O Veiga chegou aqui com 20 anos, até mais novo que o Giay, não sei, e chegou a se firmar mais ou menos com a nossa chegada. E está há quatro anos a top. E é muito difícil no Brasil um jogador estar... e ele está no clube há oito anos. Não sei se como treinador aguento tanto tempo em um clube por tudo. – É preciso descansar, ter tempo para família. Sou pai e marido, não só treinador. E gosto de viver. Deu para viver, ajudar a economia de São Paulo. Quero ter vida. Hoje é vitória dos jogadores e da torcida, agradeço pelo carinho, mesmo fora da Copa e Libertadores continuam a encher estádios, a apoiar. Nossos jogadores têm que perceber isso: jogar futebol é como um parque de diversões. Temos de estar frescos, para me divertir e tirar o máximo. – Maurício foi identificado por nós quando o Scarpa saiu, que faltava um jogador para competir com o Veiga. Às vezes conseguimos buscar os jogadores, apostamos no Jhon Jhon, ver se ele consegue dar resposta.
Eu gosto deles todos, me ajudaram muito e vão continuar ajudando. Corta-me o coração não usar todos, mas a Fifa diz que as regras são claras. Podem jogar 11 e entrar 5. Por mim mudava a regra e entravam todos, mas não posso. O clube os paga, comprometeu-se com uma obrigação. Eles têm deveres e direitos. De ser profissional, de preparar, quando for a vez dele de jogar, dar o melhor. Por mim jogavam todos, mas feliz ou infelizmente, porque tudo acontece por uma razão, estamos fora da Copa e da Libertadores. Vamos focar só no Brasileirão e lutar por ele até o fim.
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