Felipe Anderson revela bastidores da saída da Lazio e sonho de idolatria por Palmeiras e Seleção

Nova fase, novas responsabilidades. Tanto pessoais quanto profissionais. Felipe Anderson passou a ser jogador do Palmeiras e papai da Helena. Os desejos de voltar à Seleção Brasileira e de ver a filha crescer no país marcaram o fim de 11 anos na Europa. Na Itália, o atacante se tornou ídolo da Lazio e, aos 30 anos, tomou uma decisão difícil e que, inclusive, pareceu precoce para muitas pessoas próximas. Até mesmo para o próprio Felipe.

"Todo mundo no clube, meus amigos que até estavam fora do futebol, não acreditam que esse ciclo se encerraria. Pensavam que eu continuaria por muito mais tempo lá. Eu também tinha aberto essa possibilidade, mas avaliamos e havia muito tempo que eu estava fora do Brasil. Era o momento de encerrar esse ciclo. Quando eu comuniquei o presidente, ele falou 'Felipe, você pode continuar aqui, se quiser até continuar depois da carreira', me senti muito grato, mas a decisão englobou muitas coisas, inclusive a vontade do Palmeiras, que fez com que eu não permanecesse lá."

Lazio que só entrou na vida de Felipe por conta de sua irmã, Juliana Gommes. Ela se dedicou a cuidar da carreira do irmão desde o começo da sua trajetória. Não fosse por ela, Felipe poderia ter deixado o Santos para fazer carreira na Ucrânia e talvez jamas ganhasse a notoriedade conquistada na Lazio.

“Ela largou tudo para poder cuidar da minha carreira. Ela sabia meu desejo de jogar na Itália naquela época. Então ela começou a ir até lá, conheceu o clube, gostou e iniciou um trabalho. Era para ter acontecido em janeiro de 2013, mas foi acontecer só em junho. Ela disse que me via lá para crescer taticamente, tecnicamente, fisicamente e deu tudo certo."

Para chegar à Lazio, o garoto nascido em Brasília, com rápida passagem pelo Coritiba precisou passar num teste jogando contra ninguém mais, ninguém menos do que Neymar. Que depois se tornou seu companheiro de equipe. E depois tornou-se o responsável por inserir Felipe Anderson no mundo do Instagram.

''Essa foto é engraçada, porque ele ficava mexendo no celular e falava 'você não tem?', eu dizia que não tinha e ele falou 'vou fazer pra você', aí ele me ajudou a criar e falou pra gente tirar uma foto, aí publicamos essa foto."

Naqueles anos, Felipe Anderson não só assistiu e acompanhou, como jogou com Neymar, a maior joia do futebol brasileiro naqueles tempos, desabrochando para o futebol. Anos depois, ele não só assiste e acompanha, como também passa a jogar com a mais nova joia do futebol brasileiro desabrochando para o futebol: Estêvão.

"Tem semelhanças muito grandes, pelo fato de que os adversários não sabem como pará-los. O Neymar pegava a bola do lado do campo, ia pra cima e poderia ir pro fundo, pro meio, e aí os adversários tinham receio de tentar roubar a bola. Com o Estêvão, está sendo igual, porque muitas vezes ele pega a bola no meio-campo, vai levando, ele tem essa habilidade de ir pro fundo, pro meio e não dá ponto de referência para os adversários marcá-lo. E ele ainda tem abertura pra crescer. Vai criando recurso e todo jogo ele nos surpreende, surpreende o adversário. É só o começo, são os primeiros passos ainda."

Ambos jogadores de Seleção Brasileira, assim como Felipe Anderson já foi. Porém, bem menos do que merecia. Ao longo dos 11 anos jogando na Europa, ele foi destaque não só na Lazio, mas também em curta passagem pelo West Ham, quando chegou como a contratação mais cara da história do clube. Apesar de acumular bons números e boas atuações, foram apenas duas convocações para a Seleção Principal. Há quem diga que Felipe Anderson era o típico caso de pouca mídia e muito futebol.

"Foram muitas convocações, quando eu estava na Europa, em que eu acreditava que estaria, mas nunca me lamentei. Sempre falava que precisava fazer tudo o que posso e ficar com a consciência tranquila. Eu ainda tenho esse sonho, esse objetivo, de voltar."

Lucas, Estêvão, Luiz Henrique, entre outros convocados pelo técnico Dorival Junior, são exemplos de que voltar ao Brasil pode ser parte do caminho para voltar à Seleção Brasileira. E para um brasileiro ídolo de um clube da Itália, voltar ao país para jogar num time de origens italianas não parece ser uma coincidência. Ainda mais quando se sabe que a estreia de Felipe pela Seleção Brasileira aconteceu justamente na casa alviverde, contra o México, em 2015.

“O futebol tem dessas coisas. Toda vez que chego ali no Allianz, eu lembro, porque tem a entrada, a caminhada ali. Toda vez que eu chego, eu lembro. Tenho que trabalhar muito aqui no Palmeiras, conquistar muitas coisas aqui e creio que terei oportunidade com gols, assistências, dribles, que é o que o povo gosta de ver."

Nova fase, novas responsabilidades, sonhos similares e uma grande novidade. Felipe Anderson deixou o Brasil ainda jovem, vestindo preto e branco, com o sonho de se tornar ídolo e chegar à Seleção Brasileira. Ele volta ao país mais experiente, passa a vestir verde e branco, com o sonho de alcançar uma segunda idolatria e retornar à Seleção Brasileira. Tudo isso para poder contar lindas histórias à grande novidade da sua vida, assim que a Helena crescer e começar a entender o tamanho do papai para o futebol.

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