Garçom, finalizador ou o dono da bola parada: quem será o lateral-esquerdo?

João Paulo se destaca com cruzamentos, enquanto Victor Luis chama atenção pelas conclusões. Já Zé Roberto tem faltas, escanteios e passes rasteiros como trunfos

Clube que mais se reforçou para a temporada, com 15 reforços até o momento, o Palmeiras tende a lidar com boas disputas internas por posições.



Por exemplo, entre seus laterais-esquerdos. Uma das revelações do time em 2014, o jovem Victor Luís agora terá a concorrência de João Paulo, ex-Flamengo, e também de Zé Roberto, que ainda não tem confirmada a função que fará no time de Oswaldo de Oliveira, mas que atuou na linha de defesa durante praticamente todo o último Brasileirão pelo Grêmio e, portanto, está credenciado a assumir o setor.



Qual deles será o titular? Os números do Espião Estatístico sugerem um relativo equilíbrio, mas com os jogadores apresentando características extremamente diferentes entre si, o que permitirá ao treinador revezá-los, se quiser, de acordo com o adversário e a estratégia de jogo.





Zé Roberto usa mais a bola parada, e João Paulo mostra força em cruzamentos (Foto: Marcos Ribolli)



Os dados referentes a João Paulo mostram um lateral eficiente no apoio, especialmente nas assistências com a bola rolando. Dos três jogadores, ele é o que mais deu passes para finalizações dos companheiros (24) e assistências (seis, todas a partir de cruzamentos com bola rolando) no Brasileirão 2014. Isso apesar de ser o que menos tempo passou em campo: somou 2.180 minutos, contra 2.423min de Victor Luis e 2.431min de Zé Roberto.





Victor Luis deu três assistências e fez um gol no Brasileirão 2014 (Foto: Marcos Ribolli)



Como comparação, tanto Zé Roberto quanto Victor Luis deram 20 passes para finalizações e, respectivamente, cinco e três assistências para gol. Mas, além da quantidade, eles também se diferem na forma de passar a bola.



Zé Roberto usa a jogada aérea em "apenas" 40% dos passes que dá para finalizações dos companheiros. Prioriza, portanto, o jogo rasteiro, enquanto Victor Luis utiliza o jogo aéreo em 71% dos passes para conclusões e João Paulo, em 66%.



Além de colocar mais a bola no chão, Zé Roberto também chama a atenção na bola parada, que representa 35% de seus passes para finalizações contra 30% de Victor Luis e meros 8,3% de João Paulo.



Victor Luis, que também fez jogos no setor de meio-campo, por sua vez, destaca-se mais nas finalizações. Sua juventude se traduz em ímpeto de resolver por ele próprio os lances. Foram 23 finalizações suas (30,4% na direção da meta) e um gol marcado.



Já Zé Roberto finalizou 17 vezes (29,4% na direção da meta), novamente com um percentual alto referente à bola parada (seis dessas 17 foram de falta), e nenhum gol.

O pior no quesito é João Paulo, em quantidade e qualidade. Ele acumulou meras oito finalizações (12,5% na direção do gol) e não balançou a rede nenhuma vez.







No aspecto defensivo, algumas aparentes contradições: se Zé Roberto é o mais preciso e eficiente no combate, é também o mais indisciplinado. O ex-gremista fez 48 roubadas e cometeu 19 faltas, relação bem mais positiva que a de Victor Luis, que roubou 31 e fez 34 faltas, e de João Paulo, que roubou 34 e fez 39 faltas.



Em compensação, Zé Roberto recebeu oito cartões amarelos, sendo sete no segundo tempo (três após os 40 minutos da etapa final). E não provocou nenhuma advertência aos rivais. João Paulo levou três amarelos, mas causou quatro, e mais um vermelho. Já Victor Luis não levou cartões e ainda causou quatro amarelos nos adversários do Palmeiras.

8520 visitas - Fonte: Ge