Irmão de Gabriela Anelli processa Palmeiras por danos morais após morte de torcedora.

17/10/2024 15:07

Irmão de Gabriela Anelli processa Palmeiras por danos morais após morte de torcedora.

Irmão de Gabriela Anelli processa Palmeiras por danos morais após morte de torcedora.

Felipe Anelli Marchiano, que é irmão da torcedora Gabriela Anelli, acionou o Palmeiras na Justiça em uma ação de danos morais no valor de R$ 1,15 milhão - incluindo R$ 1 milhão de indenização e R$ 150 mil em honorários. Gabriela morreu em 10 de julho de 2023, aos 23 anos, atingida por estilhaços de vidro no pescoço durante uma briga entre torcedores de Palmeiras e Flamengo, no dia 8 de julho, nos arredores do Allianz Parque. Ela chegou a ser encaminhada ao Pronto Socorro da Santa Casa, mas não resistiu e faleceu por "hemorragia aguda externa traumática". O responsável, Jonathan Messias Santos da Silva, foi identificado com ajuda do sistema de reconhecimento facial e preso pela Polícia Civil de São Paulo, no Rio de Janeiro.

A informação do ajuizamento da ação foi divulgada inicialmente pelo portal Nosso Palestra e confirmada pelo ge , que teve acesso ao processo, distribuído na última terça-feira ao juiz Danilo Fadel de Castro na 10ª Vara Cível. O Palmeiras ainda não foi notificado pela Justiça, mas não se manifestará sobre o caso. Internamente, entende que a briga ocorreu fora do estádio, onde a segurança seria das autoridades de segurança pública, e que por isso não pode ser responsabilizado pela morte da torcedora. Entende também que colaborou com as autoridades, fornecendo imagens das câmeras de biometria facial que ajudaram na identificação do suspeito. O processo, por sua vez, se baseia em artigos do Código de Defesa do Consumidor, na Lei Geral do Esporte e na jurisprudência do Tribunal de Justiça e do Ministério Público do Distrito Federal para apontar o Palmeiras como responsável pela falha na segurança "antes, durante e após o evento".

A sequência dos fatos é narrada com base em documentos dos depoimentos à Polícia Civil de guardas municipais e testemunhas presentes no local, além de imagens, laudos médicos e o relatório da investigação. Os depoimentos narram que havia a presença de viaturas e uma funcionária contratada pelo clube fazendo a separação das torcidas com um portão de metal, quando torcedores de ambos os times começaram a atirar objetos e gritar palavras ofensivas. Um dos guardas municipais diz que em determinado momento, o portão que separava as torcidas foi aberto, sem saber o motivo da abertura do portão.

Outro profissional diz que viu torcedores do Palmeiras ultrapassarem a contenção e que esses torcedores "praticamente passaram em cima da funcionária", indo para cima da torcida do Flamengo. Na sequência, um dos guardas diz que ordenou seu motorista a avançar com a viatura para fazer uma barreira e que algumas garrafas que eram arremessadas, batiam no portão e estilhaçavam. Diz que quando fecharam o portão, a viatura estava do lado da torcida do Flamengo, que continuaram jogando objetos por cima do portão - latas de cervejas, garrafas de vidro, pedras, pedaços de madeira - e que ouviu torcedores palmeirenses do outro lado solicitando socorro. Diz que o portão foi aberto para a passagem do guarda e do motorista, que deram sequência ao atendimento da torcedora. Levada inicialmente ao interior do Allianz Parque, onde havia ambulâncias com estrutura médica, e na sequência encaminhada de ambulância para o Pronto Socorro da Santa Casa.

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