Nas redes sociais, Alexandre Mattos vira Alexandre 'Mittos' (Foto: Reprodução)
Alexandre Mattos virou alvo de brincadeiras nas redes sociais. Os palmeirenses, assim como os cruzeirenses nos últimos anos, o chamam de Mittos. A bateria de contratações (14 anunciadas até a publicação deste texto – talvez alguma tenha acontecido depois) do Palmeiras impressiona. É o modo de agir do dirigente, exaltado ao extremo por uns, criticado por outros.
Se vai dar certo no Verdão, impossível dizer hoje. O fato é que Mattos fechou com êxito um trabalho no Cruzeiro que, agora, lhe dá respaldo. Ele cometeu erros na Raposa? Sim, e seria possível acertar em todas? Ele é o único responsável pelos títulos brasileiros da Raposa? Claro que não. Trabalhou com um técnico muito competente, que montou uma equipe competitiva.
Mattos fez apostas no Cruzeiro, como faz no Palmeiras. O mérito não é gastar feito um louco, como pode parecer, mas sim buscar boas oportunidades no mercado. E muitas dessas tentativas devem fracassar, como fracassaram na Raposa.
O mérito em Minas Gerais foi acertar mais. E depois de dois títulos e de um jogador (Ricardo Goulart) vendido por 15 milhões de euros (R$ 46,5 milhões) o saldo é altamente positivo.
Mattos começou 2013, depois de uma “quase queda” do Cruzeiro em 2012, também contratando logo de cara 14 jogadores. Quem diria na época que nomes como Bruno Rodrigo, Egídio, Henrique, Nilton, Everton Ribeiro estariam em um time bicampeão nacional? Só o último chegou com custos, cerca de R$ 4 milhões (em 2014 o Cruzeiro recusou oferta de R$ 30 milhões por ele).
Outros não vingaram: alguém lembra de Paulão, Nirley ou Uelliton? Julio Baptista chegou depois com status de craque, salário alto. Não valeu a pena. Dagoberto custou cerca de R$ 8 milhões. Mas Goulart chegou por R$ 6 milhões e saiu valendo quase oito vezes mais. Os títulos conquistados não têm preço: estão na história.
É a vez de Mattos tentar sucesso no Palmeiras. O alto número de contratações, que espanta alguns, é necessário após um ano que foi, talvez, o pior da história do clube (sem exageros). “Mas de onde saiu tanto dinheiro assim?”. Não é um investimento anormal. Dudu, Leandro Pereira e Robinho custaram R$ 26,5 milhões – os outros 11 estavam livres ou foram emprestados. No fatídico ano de 2014, o presidente Paulo Nobre tirou do bolso R$ 25 milhões só com três argentinos: Allione, Mouche e Cristaldo. E outros quase R$ 12 milhões com Leandro e Mendieta. Foram R$ 37 milhões com cinco jogadores.
A cota de TV do Brasileirão (R$ 80 milhões), ao contrário de outros anos, não foi antecipada. Está “limpa” para a temporada. A receita de bilheteria será inflada de forma considerável com o Allianz Parque em 2015. O programa de sócio-torcedor superou ontem a marca de 70 mil (é o terceiro maior do país). Dinheiro há. Resta saber se foi bem gasto. Hoje, parece muito exagerado os R$ 19 milhões gastos com o bom Dudu. Mas quem irá contestar esse valor se o Palmeiras for campeão com o garoto como titular?
Mattos não veio de outro mundo, cometerá erros, mas sacudiu o Verdão. Era necessário.
4647 visitas - Fonte: LanceNet!