Abel Ferreira sabia o peso do confronto. É tanto que saiu de campo rouco e empurrou o Palmeiras ao ataque até os minutos finais do empate por 2 a 2 com o Fortaleza, no último sábado, no Allianz Parque.
O desempenho apresentado, contudo, acumulando falhas de decisão, esteve longe de uma equipe que quer ser campeã. O resultado alçou o Verdão provisoriamente à liderança do Brasileiro, com 61 pontos e à frente do Botafogo pela vantagem no saldo de gols, mas o clube alvinegro visitou o Bragantino pouco depois, venceu e abriu três pontos na ponta da tabela, com 64.
Para enfrentar o Fortaleza, terceiro colocado no Brasileiro, Abel precisou fazer duas mudanças em sua escalação ideal, porque Marcos Rocha e Aníbal Moreno estavam suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Na ausência da dupla, promoveu as trocas esperadas, com Mayke na lateral e Zé Rafael no meio de campo. Ambos, contudo, tiveram mau desempenho, acumulando erros de passe, deixando espaços e cometendo falhas na marcação.
Os dois gols do Fortaleza, inclusive, tiveram erros do lateral, que terminou substituído por Giay no segundo tempo. Quando se observa o ataque, o nível de desempenho não foi muito diferente. Recorreu às pontas em maior parte de suas investidas, buscando uma salvação nas em Estêvão, que nem sempre pôde ultrapassar a linha de cinco montada por Vojvoda no Fortaleza.
A essa altura do campeonato, aliás, o time não deveria depender dos recursos do atacante dessa forma. Foi ainda uma equipe frágil por dentro, deixando Raphael Veiga sobrecarregado, e sempre que o Fortaleza, forte em suas transições, se colocou para o jogo, conseguiu finalizar. Fez 10 tentativas contra 16 do Verdão, só que quatro foram no alvo e duas terminaram em gol.
Do lado alviverde, as chances criadas só tiveram resultado para garantir dois pênaltis - convertidos por Veiga e Estêvão -, enquanto outras oportunidades terminaram desperdiçadas, com destaque para lances de Gustavo Gómez, Veiga e Maurício, que poderiam ter dado números diferentes ao placar. Para Abel Ferreira, faltou um certo grau de calma na frente do gol. – Tivemos jogos em que tivemos muito menos bolas paradas e fizemos mais gols, e esses não conseguimos.
Fica a sensação de que poderíamos produzir com mais calma e eficácia, mas é aceitar o resultado, prepararmos… e um jogo de cada vez – disse o técnico. Restando sete rodadas para o fim, a disputa pelo título ainda está aberta, principalmente com o confronto direto entre Palmeiras e Botafogo pela frente, na 36ª rodada. Mas se quer defender o título brasileiro e buscar o inédito tricampeonato para o clube, precisará fazer mais. O próximo desafio é o clássico contra o Corinthians, às 20h do dia 4 de novembro, na Neo Química Arena.
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