Paulo Nobre está na presidência desde janeiro de 2013 (Foto: Ale Cabral/LANCE!Press)
Se o Palmeiras perdeu diante do Ituano a chance de se aproximar do primeiro título do centenário, o clube também tem encontrado dificuldades para equilibrar as contas de 2014. O futebol não tem patrocínio master há quase um ano - desde maio do ano passado - e essa conta deve aumentar.
Em reunião do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) na noite desta segunda-feira, o presidente Paulo Nobre relatou que a Caixa Econômica Federal, principal esperança da diretoria em termos de parceria, sinalizou que vai recuar seus investimentos no futebol, o que reduz ainda mais as chances de acordo com o Alviverde.
A diretoria também não conseguiu cumprir o prazo de patrocínio previsto no orçamento da temporada, que estabelceu para março a entrada de verba oriunda de um parceiro. A intenção inicial era ter R$ 30 milhões no com espaços publicitários no uniforme, sendo R$ 20 da região mais nobre do fardamento.
A informação do recuo da Caixa aumenta a preocupação dos conselheiros com as finanças do Palmeiras, que começou a temporada sangrando em R$ 2 milhões. Em janeiro, muito pela primeira parcela da venda de Henrique para o Napoli (ITA), o Palmeiras registrou lucro de R$ 4 milhões. Em fevereiro, o balanço foi aprovado com déficit de R$ 6 milhões.
O prejuízo do segundo mês do ano não se refere exatamente ao fluxo de caixa, mas a lançamentos contábeis que incluem variações cambiais, por exemplo.
Ciente da péssima situação financeira do Palmeiras, Nobre já repassou mais de R$ 80 milhões aos cofres do Palestra Itália desde que assumiu a presidência, em janeiro de 2013. O dirigente utiliza do seu prestígio no mercado para tomar empréstimo em seu nome, em condições mais vantajosas que o Verdão, e encaminhar o dinheiro para o clube.
Em entrevista ao LANCE!Net em março, o mandatário apontou esta atitude como o ponto mais negativo da sua administração.
- Eu não gostaria que um dirigente tivesse ajudado financeiramente o Palmeiras. Acho que o Palmeiras teria de ter andado com as próprias pernas. Infelizmente, foi uma necessidade para a roda não parar de rodar. Mas isso era totalmente contrário às ideias do meu plano de governo. Eu tenho que fazer um mea-culpa, porque é uma coisa que eu não planejava, mas infelizmente aconteceu. Nós vamos chegar lá, e o Palmeiras vai se tornar auto-suficiente.
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