Num jogo em que teve 35 finalizações a seu favor e sofreu apenas seis, o Palmeiras poderia ter tido uma noite de sexta-feira tranquila no Allianz Parque. Acabou, porém, com uma vitória suada por 1 a 0 sobre o Grêmio , com clima tenso em campo e impaciência nas arquibancadas. O resultado mantém vivo o sonho do tricampeonato brasileiro e fará os palmeirenses secarem o Botafogo, que recebe o Cuiabá neste sábado.
Mas em muitos momentos do confronto com os gaúchos, o ambiente na arena gerava dúvidas de que a vitória seria possível, diante de tantas oportunidades claras que acabaram desperdiçadas, seja por falta de confiança, erros ou grandes defesas do goleiro Marchesín. Depois de duas partidas sem vencer no Brasileirão, Abel Ferreira fez mudanças na escalação: tirou Vitor Reis, Richard Ríos e Flaco López e colocou Murilo, Mauricio e Rony.
Sem bola, Raphael Veiga era o segundo volante, mas no ataque era o meia pela direita, com Mauricio armando na esquerda, enquanto Felipe Anderson e Estêvão contavam com os apoios de Marcos Rocha e Caio Paulista. O Palmeiras desde o início do jogo teve mais posse de bola e foi para o abafa nos minutos iniciais. Sem conseguir o gol, o time fazia um jogo de paciência, mas esbarrava numa dificuldade: Rony como centroavante não trazia presença de área, nem o Grêmio não dava espaço para ele explorar as costas da defesa. O camisa 10, assim, era pouquíssimo efetivo.
O roteiro da etapa inicial tinha o Verdão tomando conta da frente da área gremista, mas com imensa dificuldade para entrar nela. Por não ter uma referência, o time tentava saídas que não fossem cruzamentos. Resultado: 13 finalizações, mas sem a sensação de um amasso. Foi então que vieram vaias na ida para o intervalo junto dos cantos no Gol Norte: – Não é mole, não! É muita folga para pouca obrigação! A irritação das arquibancadas era sentida a cada troca de passe mais lenta, ou transição gremista.
Ainda assim, gerou uma carga que o time de Abel Ferreira sentiu. Era nítido que a impaciência dos 33 mil presentes ia crescendo a cada demonstração de falta de confiança para os jogadores do Palmeiras decidirem jogadas. Felipe Anderson, vaiado ao ser substituído, não fez um jogo ruim, mas quando teve chance de finalizar, criar uma jogada mais perigosa, acabou optando por opções mais simples. Mauricio e Estêvão eram os que mais buscavam jogo, mas empilhavam erros.
Das 35 finalizações alviverdes, 22 foram no segundo tempo. Teve de tudo: bola na trave, chance perdida na pequena área, milagre de Marchesín... e nada de gol. Se na etapa inicial faltavam chances claras, elas sobraram na final. Com Mayke na vaga de Caio Paulista improvisado na lateral esquerda, Dudu na vaga de Felipe Anderson e López no lugar de Rony, o Palmeiras foi para a blitz. E Dudu fez o que faltou a Felipe Anderson: o chute após jogada individual gerou o rebote para Estêvão abrir o placar.
A explosão do garoto foi também o alívio dos palmeirenses. A sequência após o gol demonstrou como o Verdão estava pesado. Depois de todo o volume antes de abrir o placar, a equipe passou a lutar para segurar a vantagem mínima. Um exemplo foi quando Aníbal Moreno, já nos minutos finais, gesticulava pedindo para o time retornar após um ataque desperdiçado. Depois de sete gols sofridos nos últimos três jogos, todo cuidado era pouco. A vitória pacificou o clima no Allianz Parque e fez os palmeirenses, que entraram para o jogo irritados com a derrota no Dérbi, agora voltarem a fazer contas e sonhar com o título brasileiro.
Independente disso, o Palmeiras precisava dar uma resposta depois de dois jogos ruins. Ela veio.
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poderia ser melhor se o Dudu estivesse lá desde o primeiro tempo