Nos últimos dez anos, a base do Palmeiras passou por uma verdadeira revolução. Sob o comando de João Paulo Sampaio, o Verdão revelou nomes como Endrick, Estêvão, Luis Guilherme e outros, empilhou troféus em diversas categorias e abasteceu o time principal com talentos que são vendidos por milhões e milhões de reais para clubes de fora do Brasil. Mas, existe um nome em especial que, em meio às comemorações e surgimentos de grandes estrelas no Palmeiras, precisou lidar com a dor de se recuperar de duas lesões ligamentares seguidas, uma em cada joelho, para dar os primeiros passos em busca de seu espaço na história do clube.
O Disney+ está ainda maior e melhor. Filmes, séries e os esportes da ESPN num só lugar. Conheça o novo Disney+. Trata-se do meio-campista Vitor dos Santos Figueiredo. Ou Figueiredo, para os mais íntimos. O garoto tímido de 18 anos e de família palmeirense concedeu entrevista exclusiva à ESPN e contou todos os detalhes de sua carreira, desde a chegada ao clube para o sub-9 do futsal, a parceria com Endrick, as lesões sofridas e o fato de ter chamado a atenção de ninguém menos do que Abel Ferreira.
“Tem sido muito gratificante vestir a camisa do meu time de coração desde pequeno. Minha família inteira é palmeirense. Estou muito feliz”, iniciou o jovem de apenas 18 anos, que só foi ver o time de coração no estádio pela primeira vez em 2013, época na qual o Palmeiras vivia uma situação bem diferente da atual.
“É um jogo bem aleatório. Foi o meu primeiro jogo (no estádio), contra o Paraná, no Pacaembu, não me lembro quem fez os gols, mas eu gostei bastante do Leandro na época. Foi quem mais me chamou atenção”.
Os primeiros passos de Figueiredo com a bola nos pés foram em Diadema, localizada na Grande São Paulo, onde a família do atleta vive até hoje. Figueiredo em ação pelo time sub-17 do Palmeiras Cesar Greco/Palmeiras/by Canon Ainda criança, o talentoso menino se mostrou diferente em relação aos demais e chamou a atenção do treinador do local, que o indicou para participar de uma peneira no futsal do Palmeiras. “Fiquei entre uma, duas semanas, até ser efetivado. Fiquei até o sub-14 no futsal e depois fui para o campo onde eu ia me destacar mais. Eu fazia a transição no campo desde cedo. No começo era difícil de adaptar no campo, mas com o tempo pega o macete. Olha o ombro, mapear o campo por ser bem maior. Mas, consegui me adaptar bem”.
Ao longo dos anos na base, Figueiredo teve a oportunidade de atuar com dois nomes que brilharam com a camisa do time principal: Endrick, hoje no Real Madrid, e Estêvão, negociado com o Chelsea e que vai para Inglaterra após o Mundial de Clubes de 2025. O meio-campista rasgou elogios aos dois e os chamou de “fenômenos”.
“Diferente é pouco. Ele (Endrick) se destaca muito, sempre fazia gol, nossa parceria era muito boa. Ver a evolução dele de perto, onde ele está agora, é muito gratificante. Mas, ele sempre foi diferente, sempre atuando uma geração acima...estou muito feliz de ver a evolução dele”.
“O Estêvão é de outro mundo. É o que mais eu fiquei impressionado, acho que é o que mais fiquei impressionado nos treinamentos. Vocês estão vendo agora, recebeu a Bola de Ouro no Prêmio da ESPN, mas, os dois são fenomenais. Os dois são os que mais me impressionaram”.
Hoje meio-campista, Figueiredo contou que chegou a ser lateral e até ponta de lança, mas foi no meio-campo que ele se encontrou melhor. E a fonte de inspiração de Figueiredo pode empolgar a torcida palmeirense para o futuro.
“Me inspiro muito no Iniesta. Quando estou no Palmeiras, é no Aníbal. Sempre fico de olho nele nos treinos, como ele enxerga os espaços. Tem o Zé Rafael, o Veiga também”, contou o atleta, que explicou quais são suas virtudes em campo. “Eu tenho um bom passe, visão de jogo, finalizo bem com as duas pernas”.
Figueiredo e Endrick em ação pelo Palmeiras Divulgação/Flickr/S.E.Palmeiras Figueiredo também elegeu os nomes que mais admira fora do país. “Gosto muito do Pedri, do Barcelona, gosto do estilo dele, do Odegaard, do Rodri, ainda não estou no patamar deles, mas espero um dia chegar e ser melhor. Tenho que trabalhar demais ainda nisso”.
Além das qualidades como atleta de futebol e de suas inspirações, Figueiredo foi notícia nos últimos anos por conta do drama que viveu na carreira. Em setembro de 2022, durante uma partida do Campeonato Brasileiro sub-17, contra o Internacional, o garoto rompeu o ligamento cruzado do joelho direito.
“Infelizmente eu tive duas lesões seguidas, mas tenho uma família que está sempre comigo, foram essenciais para mim na minha recuperação. Eu tenho uma cabeça boa, os profissionais do Palmeiras da psicologia, os técnicos, me ajudaram também”.
Com as lesões no passado, Figueiredo retornou aos gramados e chamou atenção de Abel Ferreira. Técnico do time principal do Palmeiras, o português tem o meio-campista como “xodó” e o relacionou para a partida contra o Vasco da Gama, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro.
“Nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria ser relacionado com o profissional com duas semanas de treinamento. Deus foi muito bom comigo, depois de tudo o que eu passei, foi uma experiência incrível. Conversei muito com os atletas, a gente ainda pôde sair com a vitória, foi incrível”, contou o atleta, que descreveu como é a sua relação com o treinador.
Figueiredo contou ainda quem mais o impressionou durante os treinos no Palmeiras. Abel Ferreira observa treino do Palmeiras na Academia Cesar Greco / Palmeiras “Não teve só um (atleta que o chamou atenção), todos são bons, mas o que mais me impressionou foi o Felipe Anderson, o Veiga também, e o Estêvão, mas esse eu convivi bastante, sabia o que ele poderia oferecer”.
Mas, apesar de estar obtendo seu espaço no time principal, Figueiredo tem como objetivo conseguir fazer uma boa Copa São Paulo de Futebol Júnior com o Palmeiras em 2025. Um dos destaques do time sub-20, o garoto sonha com uma grande campanha e, quem sabe, uma terceira conquista do torneio para o Verdão. “João Paulo sempre cobra muito (por títulos), mas é uma boa cobrança. A gente conquistou muita coisa graças a ele. E, sobre a Copinha, estou motivado, ansioso, querendo jogar, não vejo a hora de entrar em campo e tomara que a gente saia campeão”, finalizou.
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