Fonseca foi dispensado das categorias de base do Palmeiras em 1992, no time que tinha São Marcos e Amaral (Foto: Rogério Moroti / Agência Botafogo)
Quando o técnico botafoguense Rodrigo Fonseca reúne seus jogadores para convencê-los de que uma boa campanha e um possível título da Copa São Paulo de Futebol Júnior "pode mudar a vida de cada um", é porque ele tem vivência suficiente para mostrar que não é todo dia que as oportunidades surgem na vida de um atleta.
Lateral-direito na década 90, Fonseca rodou por diversos times do interior de São Paulo e, mesmo sem tanto destaque, teve uma chance de ouro no Palmeiras.
A convite do ex-goleiro do Verdão, Raul Pratali, o garoto de Jaboticabal, aos 18 anos, assinou um contrato de seis meses para treinar e morar no CT da Barra Funda, onde na época servia de alojamento para os garotos da categoria de base alviverde.
Para quem tinha jogado em clubes menores, de estruturas precárias ou inexistentes, vestir a camisa alviverde parecia a grande chance de sua vida. Mas Rodrigo Fonseca não levou à sério. Não por falta de treinamentos ou excesso de bebidas ou baladas. Era mais desleixo e falta de orientação a um jovem do interior, aventureiro, "perdido" na capital.
- Eu não tinha noção da grandeza de tudo aquilo. Nos finais de semana de folga, eu voltava para Jaboticabal para ficar com a minha família. No domingo, meia noite, eu pegava o ônibus de volta para São Paulo e acabava chegando cansado, com sono e atrasado no treino de segunda-feira - relembra o treinador do Botafogo, adversário do Verdão nesta quinta-feira, na Arena Barueri, pelas semifinais da Copa São Paulo.
Foi assim durante seis meses. A falta de comprometimento custou a passagem de volta a Jaboticabal e o fim da primeira e última boa oportunidade de despontar na lateral de um grande clube.
Com Fonseca, Botafogo já eliminou Botafogo, Fluminense e Grêmio (Foto: João Valdevite/Ag. Botafogo)
- Era um time de aspirantes, que na época era muito valorizado. Todos queriam fazer parte daquele time, que disputava partidas antes do profissional. Naquele time jogavam o Marcos (goleiro) e o Amaral. O Marcão já era terceiro goleiro do profissional, mas descia pra jogar no aspirante. Era a chance da minha vida como atleta - relembrou Rodrigo Fonseca.
Nesta quinta-feira, diante do seu ex-time, o treinador reconhece as dificuldades de encarar o Palmeiras apoiado pela sua torcida, mas acredita em mais uma "surpresa" na competição. Para quem eliminou Botafogo, Fluminense e Grêmio, não é impossível tirar mais um.
- O grupo está bastante confiante. Ninguém ou poucos acreditavam que chegaríamos tão longe, mas provamos em campo que somos capazes. Vamos com tudo para chegar à final - disse o treinador.
10368 visitas - Fonte: Ge