WTorre começará a vender parte das cadeiras do Allianz Parque

Clube e construtora discutem a divisão de cadeiras na arbitragem, que ainda deve ir até outubro. Suposta 'má-fé' em show de Paul McCartney pode ser usada pelo Verdão

Cadeiras são motivo de discórdia entre clube e empresa (Fotos: Divulgação)





A WTorre vai começar a vender parte das cadeiras do Allianz Parque.

O Palmeiras não contestou a decisão: na interpretação do clube, a construtora pode comercializar até 10 mil assentos especiais. As partes iniciaram a disputa na arbitragem, que deve ser concluída até outubro, porque a empresa julga ter direito a vender 100% das cadeiras da arena.



Inicialmente, a WTorre irá vender mil cadeiras, em dois lotes. Estes assentos estão localizados nos setores nobres do estádio, na faixa central, tanto do lado leste quanto do oeste.



Os valores ainda não foram divulgados, mas os contratos serão de um a três anos, e será incluído na compra o sistema de alimentação da arena. A construtora espera ter a ajuda do Verdão na venda dos lugares, com o clube ajudando na divulgação, por exemplo.



Depois desta primeira venda, a parceira do Palmeiras pensa em comercializar cadeiras em setores mais baratos, como atrás dos gols e na arquibancada superior.



A divisão das cadeiras é o motivo principal da disputa entre as partes na arbitragem e a quantia é limitada justamente por conta do trâmite judicial. A discussão do contrato de 30 anos nesta esfera se iniciou em fevereiro de 2014, e a previsão é de que siga por cerca de nove meses.



As partes estão reunindo provas para apresentar no processo. Isto significa juntar documentos que comprovam sua respectiva avaliação do contrato como certa.



Um ponto que o Verdão estuda usar é o controverso aluguel para os dois shows de Paul McCartney, no fim do ano passado. A WTorre e a AEG, gestora de eventos do Allianz Parque, dizem ter cobrado R$ 300 mil pelas duas apresentações do ex-Beatle, dando ao clube apenas R$ 60 mil (entenda o percentual de ganhos do clube abaixo).



O Verdão acha o valor muito baixo (no Morumbi, um show gera ao São Paulo R$ 1,2 milhão), cobrou explicações e pode citar o caso como exemplo “má-fé”. A construtora alega que o valor foi escolhido para conseguir um grande evento na abertura e a ideia não é cobrar tanto quanto o rival. Procurado, o Palmeiras não fala do assunto pela confidencialidade da arbitragem.



Cláusulas do contrato



Naming rights

A WTorre vendeu o nome do estádio para a Allianz por R$ 300 milhões, divididos em 20 anos, com cláusula para renovar por mais dez. Nos cinco primeiros, a construtora repassa 5% ao clube, e o valor cresce 5% a cada cinco anos.



Camarotes

Mesma lógica dos naming rights: WTorre comercializa os camarotes e repassa 5% do valor nos primeiros cinco anos. O valor cresce na mesma proporção do item anterior.



Renda dos jogos

O Palmeiras terá direito a 100% do valor arrecadado com ingressos para os jogos de futebol.



Cadeiras

A WTorre julga ter direito a comercializar todas as cadeiras, repassando um valor ao clube ano a ano, na mesma proporção dos naming rights e dos camarotes. Isso não interfere na renda dos jogos: quem comprar uma cadeira poderá usá-la em todas as partidas do ano, mas precisará pagar ingresso, cujo valor será todo do Palmeiras.



Visão do clube

Diz que a WTorre pode vender só 10 mil cadeiras especiais. As do clube não seriam vendidas, mas reservadas para sócios-torcedores (hoje são quase 80 mil). A construtora já sugeriu envolver os sócios-torcedores na venda de cadeiras coordenada por ela.



Setor sem cadeiras

É desejo do Palmeiras para o local destinado às organizadas, mas a construtora rejeita. Se a WTorre ficar só com as 10 mil cadeiras especiais, é possível que exista.

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