Erasmo Damiani, coordenador da base do Palmeiras (Foto: Marcelo Prado)
O estigma de nunca ter vencido uma Copa São Paulo persiste, a derrota para o Botafogo-SP por 2 a 1 não era esperada e o clima no vestiário palmeirense após a partida era de tristeza por não ter alcançado o resultado esperado. Mas ao contrário de outros clubes grandes, onde há uma pressão já na base por títulos, o discurso dos dirigentes palmeirenses é de apoio ao trabalho realizado.
- Acredito firmemente que estamos no caminho certo. Hoje temos jogadores servindo os profissionais, e um time sub-20 muito técnico, que toca bem a bola e propõe o jogo ofensivo sempre - analisa Erasmo Damiani, coordenador da base palmeirense.
A filosofia de jogo ofensivo é perceptível, embora seja praticada de maneira diferente do São Paulo. Se no Tricolor os jogadores de meio rodam muito, no Verdão o meio-campo titular forma um losango bem definido com três volantes (José Matheus, Matheus Sales e Daniel) e um meia-armador (o titular, Juninho, não jogou contra o Botafogo-SP por causa de uma contusão na cabeça e deu lugar a Flamarion). No ataque, Gabriel Leite atuou mais pela esquerda, com Gabriel Jesus centralizando em alguns momentos e caindo pela direita em outros.
- Temos um time leve, que bota a bola no chão. E em alguns momentos sentimos o jogo contra o Botafogo-SP, as disputas com jogadores de estatura muito alta, mas como técnico de base eu acredito que é sempre importante priorizar o talento.
Junto com a implantação dessa filosofia, os resultados também melhoraram. O time foi vice-campeão brasileiro sub-20 em 2013 e vice-campeão paulista sub-17 no ano passado, com Gabriel Jesus como artilheiro com 37 gols marcados (para se ter um parâmetro, o vice-artilheiro marcou 19).
O trabalho deverá ter sequência em 2015, com uma maior integração entre base e profissionais. Uma das medidas adotadas será a participação de garotos dos juniores nos treinos do time principal. Cada jovem selecionado participará das atividades da equipe de cima por dez dias, e depois voltará ao sub-20.
- O objetivo é ambientar melhor os jogadores, para que eles não sintam tanto a diferença quando subirem definitivamente - finaliza Damiani.
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