Nobre aparenta estar mais contente em 2015 (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)
Paulo Nobre dispensou o terno habitual e apareceu nesta sexta-feira no Spa Sport Resort, em Itu, com uma camiseta listrada em verde e branco. Falante, o presidente do Palmeiras teve uma conversa cheia de sorrisos com Oswaldo de Oliveira e cumprimentou os jogadores com tapas nas costas. Nem parecia o homem desgastado e abatido do fim de 2014.
Quem teve contato direto com ele nos últimos dias atesta que, realmente, o clima é outro. Nobre até se diverte com os "memes", montagens feitas por torcedores, que brincam com a fama de bom negociador de Alexandre Mattos.
Nos bastidores, ele já admitiu que gargalhou ao ver um que mostra fotos suas chorando e lamentando porque o diretor, hipoteticamente, ganha por produtividade e está contratando demais.
A nova imagem do Verdão o fortaleceu interna e externamente. Enquanto ouve elogios até de quem vivia fazendo críticas, ele reuniu forças para atacar o inimigo Carlos Miguel Aidar, que contestou os valores do contrato com a Crefisa.
- Esse senhor participou das negociações do Palmeiras com a Crefisa? Esse senhor viu o contrato? Então como ele pode falar do que acontece na casa dos outros? Talvez fosse mais adequado ele cuidar de sua administração conflituosa e cheia de escândalos - disparou Nobre.
Palmeiras e São Paulo disputaram a preferência da Crefisa e, assim como no "caso Dudu", o clube do Palestra Itália levou a melhor: assinou por duas temporadas e receberá R$ 23 milhões em cada uma delas.
Aidar, porém, disse que o Tricolor pediu R$ 30 milhões e não fechou negócio porque o rival aceitou metade.
- Aqui, negociação tocada pelo presidente não tem intermediário - acrescentou o mandatário, fazendo referência ao contrato que Aidar chegou a firmar com a namorada para dar-lhe comissão caso negócios sugeridos por ela fossem fechados.
A contratação de Dudu, que negociava com São Paulo e Corinthians, rendeu até uma elogiosa carta da oposição.
O "chapéu" ainda ajudou a turbinar o programa de sócio-torcedor, que ultrapassou a marca de 80 mil inscritos e já é o terceiro maior do Brasil. Quando Nobre assumiu, em 2013, eram 8 mil.
A força política do presidente, reeleito no fim do ano passado, tem muito a ver com o reequilíbrio das contas e com o fato de ele ter tirado mais de R$ 150 milhões do bolso para evitar a "falência".
A recente manobra em que assumiu os direitos de Mendieta, Leandro e dos quatro argentinos, reduzindo em R$ 43 milhões o valor que o clube precisa devolver e correndo o risco de não recuperar nenhum centavo deste montante, foi exaltada de maneira quase unânime no Verdão.
- O que esse rapaz fez nunca existiu no futebol. Ele tem que ser muito exaltado.
É uma prova de honestidade e amor pelo Palmeiras - disse um empresário que negociou com o clube recentemente e acompanhou a manobra, sob condição de ter o nome preservado.
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