Aos 41 anos, Felipe Melo tomou a decisão de pendurar as chuteiras. Depois de deixar o Fluminense, o veterano anunciou a aposentadoria e já começa a pensar sobre os próximos passos na carreira. O que ele contou em entrevista exclusiva à ESPN. Com 12 clubes no currículo, além de ter defendido a seleção brasileira, inclusive, em uma Copa do Mundo, Melo revelou que um dos fatores que pesou para a decisão de se aposentar foi o cansaço - físico e mental. "Eu fui profissional desde os 16 anos de idade. Chega um tempo que, mais do que o corpo físico, o mental já não quer mais. Principalmente nos dias de hoje, que nós temos as redes sociais, tem tanta gente que começou a ganhar voz, que algum tempo atrás não teriam voz. Nossos filhos vão crescendo, entendendo, participando do meu dia a dia e vendo comentários que fazem e acabam ficando tristes por certos comentários. Isso aí vai fazendo com que você, que já venceu quase tudo no futebol, comece a já pensar em uma transição, no que você pensa já para o futuro", começou por dizer. "A minha volta para o país foi muito desgastante. Sou muito grato a todos os clubes, torcedores, a todos que fizeram parte da minha carreira nessa volta ao Brasil. Mas é muito desgastante você ganhar um jogo e ser tratado como ídolo e perder um jogo e não poder sair na rua. Por mais que a família fale \'não tem problema, você perdeu foi um jogo, pode sair que ninguém vai falar nada que você não foi o culpado\', mas a gente se cobra bastante. Então eu já não estava disposto a deixar de fazer certas coisas com minha família", prosseguiu.
"A minha ideia era já terminar no ano passado. Mas nós ganhamos a Libertadores e aí eu falo \'tem a Recopa, eu quero jogar a Recopa\'. E renovamos por mais um ano porque eu queria jogar a Recopa. Só que realmente foi muito desgastante. Foi um ano de muita fé nesse momento de incógnita, de vai cair, não vai cair. Em nenhum momento eu deixei entrar no meu coração a hipótese de cairmos. E mesmo não jogando, com o treinador não me utilizando, fiz questão de estar junto, de mostrar todo, mais que o profissionalismo, que é sim, temos que ter, de mostrar minha liderança como um grande capitão do Fluminense."
O agora ex-atleta ainda desabafou sobre os xingamentos que ouvia dos torcedores enquanto ainda na ativa, inclusive, fora dos estádios. E revelou que, hoje, não está mais disposto a enfrentar esse tipo de situação, o que também o motivou a pendurar as chuteiras. "Não estaria mais disposto em chegar em certos estádios, em que a torcida é muito perto, e o torcedor me xingar, faltar com respeito, e eu não responder. Já não estava mais disposto a andar na rua e estar sujeito a escutar gracinha de alguém sem responder. Achei melhor terminar a carreira tranquilo, com muita serenidade e gratidão a tudo. Temos que aceitar e engolir certos sapos, faz parte, mas por vencer tanto como eu venci, não estava mais disposto a passar por isso."
Por último, sobre os próximos passos da carreira, Felipe Melo disse que sonha em ser treinador, conforme a ESPN antecipou nos últimos dias, mas que em 2025 ainda não exercerá a função, apesar de já ter recebido propostas. "Vou continuar no futebol, não tem dúvida disso. Faz muito tempo que não vejo programa esportivo e vou voltar agora, para ver como é também. Sou apaixonado pelo futebol, que me deu tudo que eu sou. Vou ser treinador de futebol. Já tenho todo meu staff formado, temos reuniões periódicas porque precisamos. Já tenho a licença PRO da AFA (Associação do Futebol Argentino), no próximo mês vou começar a licença da CBF também. Não vou treinar nenhum clube este ano, apesar de ter tido duas ofertas da Turquia, uma da primeira divisão e outra da segunda divisão, de Istambul. Mas não estou preparado ainda, a gente vai buscar este ano uma atualização, uma sabedoria para no próximo ano encararmos essa nova realidade com muita ambição", disse. "Sou um apaixonado pelo Fernando Diniz, todo mundo sabe. Eu merecia chegar no final da minha carreira e trabalhar com um treinador tão rico em ideias como é o Diniz e seu staff. São fenômenos dentro do futebol. Claro que trabalhei com Abel, outro fenômeno também. Tive oportunidades de trabalhar com grandes treinadores de estilos diferentes e com treinadores pífios e com estilos horríveis. Cada treinador tem a me oferecer uma coisa. Tenho tudo anotado e cada um vai ajudar bastante", finalizou.
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