O Trio de Ferro está enferrujado. No primeiro Campeonato Paulista sem ter que dividir suas atenções com a Copa Libertadores desde 1997, , e decepcionaram.
Os são-paulinos caíram diante do Penapolense nas quartas de final, enquanto os palmeirenses foram superados pelo Ituano na semi.
Os corintianos, piores ainda, nem da primeira fase passaram. Os motivos para os fracassos são variados e vão desde reformulações tardias, passando por elencos fracos até a incapacidade dos técnicos em fazer os times renderem em campo.
Mal acostumado depois das conquistas de 2012, o Corinthians passou 2013 às custas do inédito título da Libertadores e da vitória sobre o Chelsea no Mundial de Clubes.
Para 2014, reformulação era a palavra de ordem, e a primeira mudança, anunciada ainda em outubro, foi a troca do técnico Tite por Mano Menezes. A justificativa foi de que a relação entre o antigo treinador e o elenco estava desgastada.
Porém, as principais mudanças no elenco aconteceram já com o Paulistão em andamento. Saíram o aposentado Alessandro, além de Edenilson, Ibson e Paulo André.
Chegaram Uendel, Fagner, Bruno Henrique e Luciano, mas que nãose firmaram. E Mano Menezes só se achou com o time depois que Jadson foi contratado em troca que envolveu Alexandre Pato em fevereiro.
Ali o Corinthians já havia ficado seis partidas sem vencer e, em sua pior sequência desde 2007, acumulou quatro derrotas seguidas, incluindo uma goleada de 5 a 1 para o Santos . Quando a equipe se encontrou em campo já era tarde demais.
"Tínhamos a clara ideia de que poderíamos colocar em risco o Campeonato Paulista. mas entendemos que se algum campeonato tivesse que ser colocado em risco, era o Paulista.
Encontrei no Corinthians uma consciência muito grande do que precisava ser feito. Cheguei para isso, para fazer as modificações no grupo e buscar novas alternativas. O Corinthians já vinha rendendo muito pouco há bastante tempo", afirmou Mano.
"Estamos pagando o preço da decisão que tomamos. Assumi o Corinthians com a responsabilidade de fazer o que as pessoas não queriam.
Conversei e mantive algumas coisas, respeitando quem estava no grupo e construiu uma história significativa e vitoriosa. Então esperamos uma recuperação com o grupo que ficou e ela não veio. Mudamos, e a partir daí começamos nossa reação.
Não se consumou no Campeonato Paulista, mas com certeza vai se consumar na segundaparte da temporada", disse o treinador.
O São Paulo , por sua vez, jogou o suficiente para se classificar na primeira colocação de seu grupo no Paulistão. Mas não o bastante para gerar confiança em seus torcedores.
Menos ainda para superar o Penapolense em pleno Morumbi. E, na visão do técnico Muricy Ramalho, não merecia ir mais longe do que foi no estadual.
Após um péssimo 2013, a diretoria se mexeu para fortalecer o elenco. Para a lateral direita contratou Luis Ricardo. Para a esquerda, Álvaro Pereira.
No meio chegou Souza, e no ataque, Pabón. Só que o ex-jogador da Portuguesa não se firmou e é reserva. O volante, ex-Grêmio , se machucou quando estava se encaixando. Os demais ainda alternam bons e maus momentos.
Outro problema é que peças problemáticas continuaram na equipe. Rodrigo Caio, Wellington, Douglas, Maicon, Paulo Henrique Ganso e Osvaldo tiveram lampejos de bom futebol , mas, de forma geral, renderam pouco.
Com exceção à goleada sobre o Audax e à vitória em cima do Corinthians no Pacaembu, Muricy não conseguiu fazer o São Paulo brilhar. E o que se viu contra o Penapolense nas quartas de final foi um time sem criação e impotente diante de uma retranca.
"A gente precisa ter um plantel melhor e maior para o Brasileiro. É um campeonato de longo prazo. Tem muitas contusões, viagens... O plantel precisa melhorar, porque às vezes fica difícil mexer na equipe", cobrou Muricy.
Já o Palmeiras não resistiu à falta de um elenco competitivo. Dono da segunda melhor campanha do Paulistão, o time do Palestra Itália sucumbiu diante dos desfalques de seus três melhores jogadores neste ano: Fernando Prass, Valdivia e Alan Kardec.
Bruno, Mendieta e André Luiz, os substitutos, não mostraram a mesma qualidade e a equipe perdeu para o Ituano por 1 a 0 no Pacaembu na semifinal paulista.
"Temos que conversar para ver a situação da ausência do Kardec. A derrota ocorreu porque não fomos competente, mas precisamos contratar e ver o mercado para saber o perfil de jogador que vamos trazer.
Todos sabem da dificuldade financeira do clube, mas é uma realidade. Teremos a Copa do Brasil e depois começa o Brasileiro. Vamos precisar aumentar o plantel", disse o técnico Gilson Kleina após a eliminação.
Já o presidente Paulo Nobre assegurou a permanência do técnico e admitiu que vai ao mercado para melhorar o elenco> porém, ele disse que a campanha deixou a desejar.
"Esse grupo tinha condições de ser campeão. O trabalho está sendo feito de forma séria. Muitos vão questionar, mas pedi que este ambiente excelente continuasse, que o trabalho não fosse jogado no lixo", afirmou Nobre.
Eliminados precocemente do Paulistão, os grandes da capital voltam suas atenções agora à Copa do Brasil . Apesar de o torneio se encerrar somente no final do ano, é o que resta para disputar nessas três semanas que antecedem o Campeonato Brasileiro .
O Palmeiras vai a campo nesta quarta-feira na partida de volta da primeira fase contra o Vilhena, de Rondônia, no Pacaembu. Depois de vencerem por 1 a 0 o duelo de ida, os palmeirenses se classificam para a próxima fase com um empate. Também vitorioso por 1 a 0, o São Paulo receberá o CSA, de Alagoas, mas somente na quarta-feira da próxima semana, dia 9.
O Corinthians , por outro lado, já eliminou o Bahia de Feira. Por isso, só voltará aos gramados no dia 20 de abril, pela primeira rodada do Brasileirão.
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