Basta colocar em uma mesma sentença as palavras “expectativa” e “2015? para que o resultado se traduza, tal qual pesquisa virtual, no verbete “Palmeiras”. De todas as grandes equipes do Brasil, o futuro desempenho do clube paulista nesta temporada, sem dúvida, é o que desperta maior interesse.
É bem verdade que o retorno do Vasco da Gama à divisão principal do futebol brasileiro também chama a atenção, como também o feito histórico do Estado de Santa Catarina, o de colocar quatro equipes na Série A em um mesmo ano. É fato!
Mas o que cerca o Palmeiras nesta temporada é diferente. Além do pífio desempenho em 2014, que só não foi pior graças ao rival, o Santos Futebol Clube, o Verdão foi às compras como se não houvesse amanhã. No total, foram 16 aquisições, além de um novo treinador, Oswaldo de Oliveira, e dois novos patrocínios, que vão render ao clube perto de R$ 30 milhões por ano.
Trocando em miúdos, o Palmeiras saiu de uma letargia sem fim para uma postura que mais se assemelha aos velozes pilotos de corrida de automóveis. Ótimo, sem dúvida, mas que não deve ser levada a ferro e fogo.
Apesar da excelente iniciativa, de contratar em quantidade e qualidade, em boa medida, é bom que a torcida alviverde também inclua um nome nessa lista de reforços: paciência. Mesmo tendo hoje no elenco jogadores promissores, craques e alguns reforços que ainda vão precisar mostrar porque desembarcaram na “Academia”, o fato é que não se entrosa um time completamente desconhecido da noite para o dia.
Oswaldo de Oliveira sabe disso e jogadores mais experientes também. Resta saber se os dirigentes, que trabalharam bem neste início de ano, estarão cientes dessa simples equação: tempo e qualidade. Sim, porque há que se dar tempo para que a qualidade venha à tona.
À torcida, claro, cabe o papel de cobrar, sem violência, que o Verdão justifique toda a badalação desse início de temporada. Mas também lhe será permitido uma paciência menor que o recomendado pelos melhores livros de gestão do mundo. Afinal, o Palmeiras tem sido presa fácil de adversários e feito pífias campanhas que em nada lembram a sua imponente e importante história.
Nos dois jogos-testes que fez, o que ficou claro é que o Palmeiras melhorou muito o seu sistema defensivo e qualificou também seu poderio de ataque. Mas também ficou evidente que o problema crônico na armação da equipe, quando esta não tem Valdivia à disposição, permanece. Permanece absolutamente intacto!
Em outras palavras, ainda que esteja à porta do Campeonato Paulista, ainda que tenha feito 16 contratações, ainda que tenha gasto um bom dinheiro, caberia ainda uma dose de reflexão por parte de quem comanda o Palmeiras. A dependência de Valdivia não é boa para o Palmeiras, para a torcida e tampouco para o jogador.
Portanto, é hora de ter paciência, muita! Mas também é um ótimo momento para refletir se tudo que foi feito até agora já é suficiente. Já é de bom tamanho.
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