"Endrick já era diferente aos 4 anos". Essa foi a frase dita por Marília Rocha, primeira treinadora do craque da seleção brasileira, que encara a Colômbia, nesta quinta-feira (20), às 21h30 (de Brasília), no Mané Garrincha, pelas eliminatórias da Copa do Mundo. 14 anos após o primeiro treino da vida dado para Endrick, Marília precisou abrir uma "exceção" para que a criança pudesse participar da escolinha onde ela era professora no município de Valparaíso de Goiás (GO). Na época, os jogadores começavam a praticar o futebol na sua escolinha aos seis anos de idade. No entanto, o garoto prodígio Endrick chegou aos 4 anos e já era "diferente" em relação aos demais. E foi assim que o craque deu seus primeiros passos no futebol. "Endrick nasceu em Taguatinga e veio para Valparaíso bem novinho. Ele morava em uma vila, chamada Vila Guaíra, que fica no bairro do Jardim Céu Azul. Endrick chegou à minha escolinha com 4 anos de idade. Nessa época, eu não trabalhava com alunos dessa faixa etária, mas o pai dele quis muito que ele frequentasse. Na época, não tinha outro projeto para criança aqui no bairro. No início, eu neguei. Falei que ele era muito pequeno", contou Marília à ESPN. "Os outros meninos eram maiores, tinham mais de seis anos. Mas o pai falou que não tinha problema, que a responsabilidade era dele. Quando eu vi o Endrick tocando na bola pela primeira vez, correndo com os outros meninos, eu vi algo muito diferente nele. Claro, não tem como a gente ver um fenômeno em um menino de 4 anos, mas eu vi que tinha algo diferente. Ele era muito esperto, destemido, com muita garra, desde muito novo, e eu o acolhi. Dei para ele todo o suporte necessário", completou.
Precoce desde a escolinha, Endrick foi "furando fila" em todas as categorias. Chegou a atuar no sub-20 do Palmeiras com 15 anos, foi vendido ao Real Madrid com 16 anos e sequer convocado pela seleção sub-20. Ainda pequeno, convivia com a desconfiança de terceiros em relação à sua idade. Marília conta que as pessoas falavam que Endrick era "gato", termo utilizado no futebol para atletas que diminuem a idade em uma alteração irregular em busca do benefício de jogar contra jogadores mais novos. Algo que, obviamente, não aconteceu o fenômeno do bairro Jardim Céu Azul. No entanto, a professora de Endrick perdeu as contas de quantas vezes teve de comprovar a idade do garoto e, para isso, a identidade do atacante era presença obrigatória nas viagens. "Todas as vezes que eu ia levar o Endrick aos jogos, as pessoas falavam que ele era 'gato'. Eu tinha que andar com a identidade dele comigo para provar que ele tinha a idade dele. Além da força, ele era muito habilidoso. Ele tinha a qualidade técnica muito acima dos meninos da idade dele. Isso criava dúvidas sobre a idade", disse Marília, rasgando elogios pelo fato de o atacante carregar o estilo do início da carreira até hoje. "Vejo muitas características no Endrick hoje que me lembram ele na infância. Essa garra, essa força, essa vontade, ele tem desde muito pequeno. Além disso, Endrick sem foi muito fortinho, desde pequeno. Ele sempre teve muita força. Quando ele era menor, já era 'troncudinho' e forte. Sempre foi muito forte. Desde muito pequeno ele já tinha essa característica de força."
Como é de esperar, Endrick é um verdadeiro "furacão" em Valparaíso. Representante da cidade nos gramados espalhados pelo mundo, o garoto está presente em cada canto da cidade. Exemplo para as crianças que alimentam o sonho de jogar futebol, Endrick ter vingado é um incentivo e tanto para que a garotada de hoje corra atrás dos seus objetivos. E ter participado da formação de um jogador do tamanho do Endrick deixa Marília emocionada. "Aqui em Valparaíso é uma loucura. Todos conhecem o Endrick. Para nós, aqui do Jardim Céu Azul, é um orgulho ter um menino que representa nossa cidade. Está levando o nome do nosso bairro, da nossa comunidade, para o mundo. As crianças se espelham nele, querem ser o Endrick. Como o Endrick saiu de um bairro tão carente, ele serve de incentivo para outras crianças conseguirem chegar onde ele chegou", conta Marília. "Eu fico emocionada. É uma sensação inexplicável. Quando eu montei minha escolinha eu fui muito desacreditada. Por ser mulher, trabalhar com futebol em um bairro tão humilde. Mas, aquele sonho de revelar um jogador sempre esteve presente no meu coração. Quando eu vi as coisas acontecendo com o Endrick, toda a proporção, Palmeiras, Real Madrid, foi muito emocionante. É surreal, inexplicável", finalizou.
Convocado para o lugar de Neymar, Endrick corre atrás da afirmação na seleção brasileira. São três gols em 13 jogos disputados até aqui e a esperança de dias melhores para a camisa 9 do Brasil. A seleção encara a Colômbia, nesta quinta-feira (20), às 21h30 (de Brasília), no Mané Garrincha, pelas eliminatórias. O Brasil ocupa a quinta colocação e pode terminar a rodada em segundo dependendo dos resultados. Endrick deve começar a partida no banco. Próximos jogos do Brasil: Colômbia (C) - 20/03, 21h45 (de Brasília) - Eliminatórias para a Copa do Mundo Argentina (F) - 25/02, 21h (de Brasília) - Eliminatórias para a Copa do Mundo Equador (F) - 04/06, a definir - Eliminatórias para a Copa do Mundo
pelo título da matéria,achei q era o substituto do estevão ja,kkk