Mais um caso de racismo foi flagrado em jogo da Libertadores envolvendo time brasileiro. Dessa vez, nesta quinta-feira, um torcedor do Sporting Cristal foi visto fazendo gesto racista em direção ao setor que abrigava torcedores do Palmeiras, no Estádio Nacional, do Peru, em Lima, após o confronto entre as equipes. O Verdão saiu vencedor do duelo, por 3 a 2, com gols de Estêvão, Piquerez e Richard Ríos. Com o resultado, o time de Abel Ferreira fica na vice-liderança do Grupo H, com três pontos.
No vídeo, publicado no perfil do torcedor Rodrigo Wirth, é possível ver um torcedor do time peruano imitando um macaco em direção à torcida do Palmeiras. O Verdão, por meio das redes sociais, se pronunciou sobre o ocorrido e lamentou a reincidência, além de cobrar o Sporting Cristal e a Conmebol por providências. "É desgastante que, semana após semana, tenhamos de nos manifestar em razão de atos racistas praticados em jogos de futebol. A reincidência deste crime, cometido nesta quinta-feira (3) por um torcedor do Sporting Cristal-PER, que imitou um macaco em direção a palmeirenses presentes no estádio, demonstra novamente que as medidas adotadas até o momento são inadequadas e insuficientes para combater os insistentes episódios de discriminação racial ocorridos nos gramados sul-americanos", disse o Palmeiras. "Racismo não é provocação! Racismo é crime!", ressaltou.
Este é mais um episódio de racismo em jogos de clubes brasileiros no América do Sul. Na última quarta-feira, um torcedor do Talleres também foi flagrado fazendo gestos racistas para a torcida do São Paulo, que venceu os argentinos por 1 a 0, em Córdoba. Recentemente, o assunto ganhou ainda força com o caso Luighi, atacante do Palmeiras, na Libertadores sub-20. O garoto foi alvo de ofensas racistas na vitória alviverde de 3 a 0 contra o Cerro Porteño, e chorou ao denunciar o crime em entrevista. O clube paraguaio foi multado em 50 mil dólares, punição que foi considerada branda e criticada pelo Verdão.
Na última semana, a Conmebol criou uma força-tarefa para encontrar formas de erradicar o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano. A organização é liderada pelo ex-atacante brasileiro Ronaldo Nazário, pela ex-secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, e por Sergio Marchi, presidente da FIFpro. A força-tarefa também incluirá outras estrelas do futebol sul-americano e especialistas jurídicos. A Conmebol prometeu que a missão da equipe será formular políticas eficazes e estabelecer mecanismos de prevenção e sanção que contribuam para combater o racismo e a violência.