Nei lembra último gol do Dérbi no Palestra e preleções de Brandão
6/2/2015 10:57
Nei lembra último gol do Dérbi no Palestra e preleções de Brandão
"Tem de comer grama": ex-ponta do Verdão cita discurso do técnico Oswaldo Brandão antes dos clássicos contra o Corinthians e torce por gol de Zé Roberto
Nei visitou o estádio do Palmeiras à época da construção e ganhou uma cativa (Foto: Felipe Zito)
A Taça Governador do Estado – criada para dar sequência ao Troféu Laudo Natel, na década de 1970 – está longe de ser um dos títulos mais comemorados por palmeirenses e corintianos ao longo de suas centenárias histórias. Mas o Dérbi disputado pelos dois maiores rivais no início de 1976 entrou para a história como o último disputado no antigo estádio Palestra Italia.
Naquela quarta-feira, 14.324 torcedores acompanharam, sem a necessidade de um forte esquema de segurança, divisão de torcida ou preocupação do Ministério Público, o clássico que mexe com a cidade de São Paulo. E todos não imaginavam que a partida só voltaria para a região do Parque Antarctica quase 40 anos depois.
Comandado por Dino Sani, o Palmeiras entrou em campo com Emerson Leão; Jair Gonçalves, Arouca, Alfredo e Donizetti; Dudu (Erb), Didi e Ademir da Guia; Edu (Zuza), Toninho e Nei. Foi o ponta-esquerda, aliás, o autor do último gol do Dérbi no estádio - Tião abriu o placar para o Corinthians, aos 35 minutos do primeiro tempo, mas Nei deixou tudo igual, aos 43 do segundo tempo.
Grande símbolo da Segunda Academia do Verdão, que brilhou na década de 1970, Nei confessa não ter grandes recordações daquele dia 21 de janeiro de 1976. Ninguém imaginaria que o clássico demoraria tanto tempo para voltar a um dos palcos mais tradicionais do futebol paulista.
Mas uma coisa ele jamais vai se esquecer: a eterna rivalidade com o Corinthians.
– Não tem favorito em Dérbi. Nós sabíamos da rivalidade. Dentro de campo nós dávamos tudo. Era como o saudoso Oswaldo Brandão falava: “Tem de comer a grama. Se for preciso comer grama vamos comer. Mas não vamos perder para eles”. Era para o time honrar a camisa, principalmente em jogos contra o Corinthians – recordou, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Por causa da importância de uma partida como Palmeiras e Corinthians, o clássico foi disputado apenas 42 vezes no antigo estádio Palestra Italia. Em 42 oportunidades, o Verdão venceu 22 confrontos e o Timão 11 vezes, com nove empates.
Hoje na torcida, Nei torce por um clássico sem violência fora de campo, mas com direito a uma vitória palmeirense para deixar o coração alviverde alegre, como aconteceu na conquista do Paulistão de 1974.
– Uma vitória contra o Corinthians é muito especial. O que marca mais a gente são as decisivas, como a de 1974, quando jogamos a primeira no Pacaembu e a segunda no Morumbi. Aquela foi uma partida que dificilmente vamos esquecer.
– Era uma briga saudável naquela época. De uns tempos para cá ficou muita violência. A rivalidade tem de ser dentro do campo. Acabou o jogo era todo mundo amigo. Sou amigo do Zé Maria (ex-lateral do Corinthians) até hoje. Dentro de campo cada um defendia o seu lado, mas era só durante os 90 minutos – recordou.
Empolgado com o bom início de temporada do Verdão, Nei vê o time comandado por Oswaldo de Oliveira no caminho certo para recolocar o clube no caminho das conquistas. Com um passado vitorioso, ele dá dicas sobre como os atletas devem se comportar dentro de campo diante do maior rival.
– Nunca deixar de lutar, não pode se sentir inferior. Sempre sabendo que lutando você consegue o seu objetivo.
E os objetivos do Palmeiras hoje são vitórias e títulos. Com isso você conquista muito mais a torcida. O time falando a mesma língua dentro de campo o rendimento é bem maior. Pelo o que eu vi até agora, tendo o Zé Roberto como líder, eu acredito muito nesse Palmeiras. Estou torcendo para que dê certo.
Nei, do Palmeiras, divide bola com Pablo Forlán, em clássico contra o São Paulo (Foto: Arquivo / Ag. Estado)
Autor do último gol palmeirense em um Dérbi no Palestra Italia, Nei foi homenageado pela construtora do novo estádio do Verdão com uma cadeira cativa vitalícia no local. Na torcida, ele espera por uma grande partida no domingo e mostra torcida especial por Zé Roberto.
– O centroavante tem mais chance de marcar, mas eu gostaria que o Zé Roberto marcasse o primeiro gol, pela liderança que ele está demonstrando. Gostaria de ver um gol dele e que o Palmeiras saísse de campo com a vitória. Clássico nunca tem um placar elástico. Sendo 1 a 0 e com gol do Zé Roberto já está de bom tamanho – finalizou.
Em pé: Eurico, Leão, Dudu, Luis Pereira, Alfredo e Zeca. Agachados: Edu, Leivinha, César, Ademir e Nei. A formação do Palmeiras da década de 1970 ficou conhecida como a segunda Academia (Foto: (Foto: Arquivo / Agência Estado)
6141 visitas - Fonte: Ge
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