Promotor pede leis firmes e diz sobre torcida única: "Risco além do normal"

6/2/2015 18:08

Promotor pede leis firmes e diz sobre torcida única: "Risco além do normal"

Roberto Senine destaca que o risco de confronto de torcidas é grande para o Dérbi de domingo e que, por isso, a decisão foi tomada pelo Ministério Público de São Paulo

Promotor pede leis firmes e diz sobre torcida única:

Roberto Senise pediu leis mais duras para crimes em multidões (Foto: Alessandra Colturato/ SporTV.com)



O Ministério Público de São Paulo considera o clássico de domingo, entre Palmeiras e Corinthians, na arena alviverde, como de "risco além da normalidade". Foi esse o motivo para o órgão solicitar à Federação Paulista de Futebol para que a partida fosse feita apenas na presença dos torcedores mandantes, de acordo com o promotor Roberto Senise Lisboa. O Corinthians, porém, ainda tenta reverter a decisão da Justiça.



- A medida é de natureza excepcional, valendo para os jogos entre Corinthians e Palmeiras no Paulistão. Pode ser aplicada futuramente se houver um risco além da normalidade. A Polícia Militar tem toda a expertise, feito um trabalho maravilhoso em São Paulo no combate à criminalidade nos estádios, que diminuiu drasticamente. Desta vez, para este jogo, temos vários elementos que revelam um risco além da normalidade de um clássico de futebol - disse Senise, por telefone, no "Arena SporTV".



Senise admitiu que limitar a presença de apenas uma torcida para o clássico é um "remédio amargo", mas disse que o risco de confrontos neste momento seria muito grande.



- O Ministério Público gostaria que o jogo não fosse de torcida única, mas infelizmente, às vezes, o paciente fica tão doente que tem de dar um remédio amargo para ele. O MInistério Público defende interesse que vão muito além de quem organiza, dos clubes e torcedores organizados, mas no interesse da sociedade de maneira geral. O MP protege a vida das pessoas. Infelizmente, estamos tendo de dar esse remédio amargo, de natureza excepcional, e que sendo feito a pedido do desembargador Sérgio Ribas, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que é responsável pelo Juizado do Torcedor. Estamos todos estarrecidos com a elevação dos ânimos e com acirramento cada vez maior das organizadas dos dois clubes nessas últimas semanas, algo que já vinha acontecendo em 2014, com algumas mortes e agressões físicas, e em janeiro com a morte do torcedor do Corinthians, Felipe Dime, de 17 anos de idade. Todos esses fatos são levados em consideração, além das várias mensagens trocadas entre torcedores prometendo morte e uma canção que foi entoada nas arquibancadas de Itaquera, depois do jogo contra o Marília, de que iam matar porco. Tudo é levado em consideração - explicou.



Por fim, Senise disse que já passou da hora de o Brasil ter leis específicas para crimes praticados "em multidões", como são os de confrontos de torcida.



- Nosso Código Penal é de 1940, ele foi construído em uma sociedade onde não tínhamos nem industrialização pesada e muito menos uma sociedade de informação. Não temos muita eficácia em alguns termos no combate à criminalidade. Em crime de quadrilha, por exemplo, raramente vemos condenação. Temos tipos penais com pena baixa para caso de agressão física, há uma dificuldade estrutural para se atualizar no combate à essa criminalidade. O que aconteceu Europa, em França e Inglaterra, foi uma mudança de política criminal para se promover investigação mais apurada e leis mais duras a membros de torcidas organizadas, com decréscimo de criminalidade muito grande nestes países. A França tem até uma lei específica com pena muito maior para o criminoso. Nós temos de ter uma lei específica para crimes em meio a multidões. Em 2013 tivemos movimentos democráticos nas ruas com alguns bandidos que se aproveitaram do movimento para destruir patrimônio, agredir pessoas e até tentar matar outras pessoas. É preciso uma reforma legislativa urgente para proteção das pessoas a crimes em meio à multidão. Pouco importa se é de torcida organizada ou na passeata à favor do Passe Livre, tanto faz, mas precisamos leis mais efetivas para que esses bandidos parem de se aproveitar do pseudo anonimato achando que vão sair impunes - destacou.


4830 visitas - Fonte: Globo Esporte

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