Maurício Murad participou do Arena SporTV (Foto: Reprodução do SporTV)
Convidado do “Arena SporTV” desta terça-feira, o professor e sociólogo Maurício Murad sugeriu a criação de um "disque denúncia" dos torcedores organizados, que funcionaria como um canal para que os desvios de conduta realizados dentro e fora dos estádios fossem "entregues" às autoridades.
-Tenho sugerido a criação do disque denúncia das torcidas organizadas. Uma medida interessantíssima, que tem base na legislação brasileira. O Brasil tem lastro com esse tipo de instrumento. E seria de repressão, prevenção e reeducação. Algumas pessoas ponderam que já tem o disque denúncia. Mas defendo um específico das torcidas organizadas. Não temos o disque denúncia da agressão da mulher, o 180, que ano passado aumentou em 40% o nível de denúncias? Não temos o disque 100, da pedofilia, que foi tão eficaz que ampliou seu raio de ação para ser disque direitos humanos, com agressão a idosos? O que é outro sinal de nossa violência estrutural lamentável. Não temos o 0800 da Polícia Rodoviária Federal que mapeou locais de postrituição infantil pelas estradas brasileiras? E tudo isso não funciona? - pergunta.
Segundo as pesquisas do professor Murad, a participação dos torcedores "comuns" seria ativa:
- Protegido pelo anonimato do disque denúncia o torcedor pacífico, que é a maioria, denuncia e se sente protegido. O que não podemos é pedir que ele enfrente um marginal deste - disse.
Entrevistado do programa na segunda-feira, o promotor de Justiça Paulo Castilho disse que "99,9% dos casos de violência no futebol" parte de membros de torcidas organizadas.
Na semana passada, o Ministério Público de São Paulo enviou uma recomendação à Federação Paulista de Futebol para que o clássico entre Palmeiras e Corinthians, na arena alviverde, fosse realizado com torcida única. O departamento jurídico do Timão, porém, entrou com ação na Justiça Comum e conseguiu decisão favorável à liberação. Assim, o Dérbi teve duas torcidas. Fora do estádio, palmeirenses entraram em confronto com a Polícia Militar. Um dia antes, em briga sem relação com jogo de futebol, corintianos atacaram são-paulinos no metrô.
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